Abílio Diniz, do Pão de Açúcar: Copa pode ter cortado margens do grupo (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.
São Paulo - Na próxima terça-feira (27/7), o Pão de Açúcar, maior grupo de varejo do país, deve apresentar os números do segundo trimestre. O que mais deve chamar a atenção é a queda das margens no período, de acordo com o banco britânico Barclays.
"A diluição das margens podem ser atribuída, no segundo trimestre, à fase anormal de promoções relacionadas à Copa do Mundo", afirma a instituição, em relatório assinado pelo analista David Belaunde.
Comparada ao mesmo período de 2009, a margem de ebitda deve cair 120 pontos-base, segundo o Barclays. Com isso, ela chegaria a 5,7%. A queda pode ser menor, de 70 pontos-base, se excluídos os efeitos da consolidação da Globex - o braço de varejo do Pão de Açúcar, que controla o Ponto Frio e mantém uma associação com a Casas Bahia.
Como a queda das margens é atribuída a um fator sazonal - a Copa da África do Sul -, o Barclays não descarta uma recuperação nos próximos meses. "É possível imaginar que a companhia possa apresentar um desempenho melhor das margens", afirma.
Setor mais lento
O relatório, porém, deixa em aberto a capacidade de a empresa aproveitar essa retomada de margens. Isto porque, para o segundo semestre, o Barclays prevê uma desaceleração geral do setor de varejo no país. "Acreditamos que os resultados do Grupo Pão de Açúcar serão sintomáticos da tendência de desaceleração dos lucros que enxergamos no varejo brasileiro."
Além das margens, os próprios indicadores financeiros podem recuar neste trimestre. O banco britânico espera um ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 394 milhões de reais no período - ante os 410 milhões gerados no primeiro trimestre pelo Pão de Açúcar.
Para o lucro líquido, o analista estima 103 milhões de reais no segundo trimestre, contra os 126 milhões do primeiro trimestre.