Negócios

Panasonic quer dobrar receita no Brasil em cinco anos

A empresa japonesa inaugurou, nesta sexta-feira, seu primeiro escritório no Rio


	Panasonic: a meta é atingir vendas globais de US$ 100 bilhões em 2018
 (Michele Tantussi/AFP)

Panasonic: a meta é atingir vendas globais de US$ 100 bilhões em 2018 (Michele Tantussi/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de maio de 2014 às 14h33.

Rio - O Brasil tende a ganhar mais espaço nos negócios da Panasonic com a Olimpíada 2016 e como plataforma de exportação para países da América Latina.

A japonesa inaugurou, nesta sexta-feira, 23, seu primeiro escritório no Rio de Janeiro, onde concentrará o desenvolvimento de projetos voltados aos Jogos Olímpicos, patrocinados pela marca há 26 anos.

Em linha com a estratégia global da companhia, o foco será a venda de produtos e soluções para outras empresas, o chamado B2B. O País será a base para desenvolver esse mercado na região, que já responde por 50% da vendas anuais.

A meta da Panasonic é atingir vendas globais de US$ 100 bilhões em 2018, um crescimento de 30% em relação ao exercício encerrado em 31 de março de 2014.

O B2B responderá por 80% disso, com áreas como automotiva (componentes como rádios e baterias), utensílios domésticos e soluções corporativas (sistemas de segurança) crescendo 82%, 54% e 39%, se as metas se cumprirem.

Já os eletroeletrônicos destinados ao consumidor (B2C), como TVs e máquinas de lavar, vão crescer em um ritmo menor nesses cinco anos, com meta de vendas de US$ 20 bilhões. No Brasil, o objetivo é dobrar o faturamento nos próximos cinco anos.

"O escritório no Rio tem a finalidade de ampliar esse direcionamento para o B2B, que pode ser impulsionado pelas Olimpíadas 2016", disse o presidente do conselho de administração global da Panasonic, Shusaku Nagae.

Ele veio ao Brasil para inaugurar o escritório e para fechar um contrato de patrocínio para os próximos quatro anos com o estádio Arena da Baixada, em Curitiba (PR), um dos palcos da Copa do Mundo de 2014.

A Panasonic fornecerá telões de alta definição e câmaras de segurança para a Arena da Baixada e para a Arena Pantanal, em Cuiabá.

A fabricante também pretende equipar ginásios e estádios olímpicos com seus equipamentos de áudio e vídeo. Em fevereiro, a marca ampliou seu portfólio no Brasil e passou a produzir máquinas de lavar na fábrica de Extrema (MG).

O grupo espera um incremento nos resultados do Brasil em 2014 com a venda 30% maior de TVs por conta da Copa.

Depois do 3D em Londres 2012, a expectativa é de que a Rio 2016 consolide a tecnologia 4K, que capta e transmite imagens de altíssima resolução.

A Panasonic já detém a tecnologia mas ainda estuda se produzirá esses equipamentos no Brasil e se fará a transmissão em 4K.

"Todos podem realizar a captação em 4K, mas a transmissão até a casa do consumidor depende da preparação das emissoras de TV para receber e emitir esse sinal", diz o presidente da Panasonic Brasil, Hirotaka Murakami.

A japonesa está em negociações com as redes Globo, Band e Record, que vão transmitir os Jogos 2016.

Consolidação

Sem detalhar o quanto a Rio 2016 movimentará em negócios para o grupo, a Panasonic enxerga o evento como uma oportunidade de consolidar a marca no Brasil e desenvolver parcerias.

Se tudo der certo, o escritório "olímpico" carioca será mantido para tocar as operações B2B fechadas a partir dele.

A julgar pelos garotos-propaganda da Panasonic no Brasil os planos são sérios: a marca conta com a apresentadora Fernanda Lima para vender seus produtos de linha branca e com o jogador Neymar.

No caso do atacante do Barcelona e da seleção brasileira, o contrato de publicidade é global e inclui propagandas para as soluções B2B da empresa a serem lançadas em 193 países e regiões.

A Panasonic não abre números por região, mas o presidente da companhia na América Latina, Yorihisa Shiokawa, diz que as vendas da Panasonic Brasil ainda estão aquém do potencial do País.

A expectativa é de que o Brasil ganhe mais espaço servindo de base para a comercialização de soluções B2B e a exportação de produtos de linha branca.

É o caso dos refrigeradores de 110 volts e 127 volts que começaram a ser produzidos na fábrica de Extrema (MG) no mês passado e começaram a ser exportados para países vizinhos.

A japonesa enfrenta dificuldades com o ambiente político e econômico conturbado em países como Venezuela e Argentina, o que reforça a tendência de direcionar mais investimentos para o Brasil.

A Panasonic Argentina passou a ser uma subsidiária brasileira há dez anos e o grupo pretende usar a fábrica absorvida da Sanyo para fabricar localmente aparelhos de TV e ar condicionado, dando uma sobrevida à operação.

Na Venezuela, há obstáculos para obter licenças de importação - feitas a partir do Panamá - e assegurar pagamentos, o que levou a Panasonic a firmar diretamente com o governo local um acordo de US$ 10 milhões para fornecer eletroeletrônicos até setembro.

Transferência

O chairman da Panasonic, Shusaku Nagae, negou a notícia de que a companhia planeja transferir para o Japão a produção de alguns produtos destinados ao consumidor japonês, devido aos custos de importação mais elevados em função do iene mais fraco.

A informação foi veiculada na quinta-feira, 22, pela agência Kyodo News citando fontes da empresa.

Segundo Nagae, o câmbio pode prejudicar os resultados operacionais com a importação dos produtos a partir da China, mas as oscilações cambiais temporárias não são suficientes para embasar essa mudança.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas japonesasempresas-de-tecnologiaPanasonicVendas

Mais de Negócios

A voz está prestes a virar o novo ‘reconhecimento facial’. Conheça a startup brasileira por trás

Após perder 52 quilos, ele criou uma empresa de alimento saudável que hoje fatura R$ 500 milhões

Esta empresária catarinense faz R$ 100 milhões com uma farmácia de manipulação para pets

Companhia aérea do Líbano mantém voos e é considerada a 'mais corajosa do mundo'