Grupo Silvio Santos aportará R$ 2,5 bi no Panamericano (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 9 de novembro de 2010 às 20h51.
O Banco Panamericano SA foi vítima de uma fraude de R$ 2,5 bilhões de reais que foi descoberta há cerca de um mês pelo Banco Central, disse o website do jornal O Estado de S. Paulo, citando pessoas não identificadas que acompanham o processo.
De acordo com o jornal, diretores do Panamericano registraram ativos e créditos fictícios para inflar os resultados. A fraude não foi percebida pelos controles internos do Panamericano nem por auditores independentes, disse o Estado.
A assessoria de imprensa do BC disse que a instituição não vai se manifestar sobre o assunto “porque se trata de negócio entre particulares”. A assessoria de imprensa do Panamericano disse que não faria comentários além do fato relevante já divulgado.
Aportes
O Panamericano vai receber um aporte de R$ 2,5 bilhões de seu acionista controlador, o Grupo Silvio Santos, depois de um acordo com o Banco Central para garantir o equilíbrio e a liquidez da instituição.
Os recursos foram captados junto ao Fundo Garantidor de Créditos, de acordo com fato relevante enviado pelo Panamericano hoje à Comissão de Valores Mobiliários, depois do fechamento do mercado. Segundo o texto, foram constatadas “inconsistências contábeis” no Panamericano que não permitem que o balanço reflita a “real situação patrimonial”.
Os ajustes “não resultarão em perda patrimonial”, disse o banco, que decidiu nomear Celso Antunes da Costa como novo diretor superintendente da instituição, no lugar de Rafael Palladino. O banco substituiu todos os outros membros da diretoria executiva.
O Panamericano, controlado pelo empresário Silvio Santos, vendeu em novembro do ano passado uma fatia de 35 por cento para o banco estatal Caixa Econômica Federal, por R$ 739 milhões. Em julho, a instituição captou US$ 300 milhões com uma emissão de títulos com prazo de 5 anos no exterior.
As ações do Panamericano fecharam hoje no menor valor desde 3 de novembro de 2009, cotadas a R$ 6,77. A queda de 6,75 por cento no dia foi a maior desde a registrada em 4 de fevereiro deste ano, quando as ações do banco recuaram 7,1 por cento.