Osklen é a nova aposta da Alpargatas para aumentar sua presença no mercado internacional, após o sucesso da experiência com a Havaianas (Jorge Bispo/Veja SP)
Da Redação
Publicado em 11 de outubro de 2012 às 09h58.
A Osklen, criada há 23 anos pelo médico e estilista Oskar Metsavaht, é a nova aposta da Alpargatas para aumentar sua presença no mercado internacional, após o sucesso da experiência com a Havaianas. O grupo brasileiro de moda aposta na grife carioca como uma porta de entrada para o mercado de luxo mundial, hoje dominado por marcas de conglomerados como os franceses PPR e LVMH.
Na quarta-feira, a Alpargatas - controlada pelo grupo Camargo Corrêa - oficializou a compra de 30% de participação na Osklen. O preço pago pela empresa considerou um múltiplo de 13 vezes o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações). A Alpargatas divulgou que o desembolso inicial na transação será de R$ 67,5 milhões.
No entanto, o contrato firmado entre as partes garante à proprietária da Havaianas a opção de elevar sua fatia para 60% em 12 meses, o que deve fazer com que o negócio chegue ao dobro do valor. De acordo com Márcio Utsch, diretor-presidente da Alpargatas, as conversas com a Osklen começaram há cerca de um ano e meio e fazem parte de uma estratégia definida pelo grupo há oito anos: a formação de um portfólio de marcas com potencial para virar objeto de desejo.
Foi com esse intuito que, além de internacionalizar a Havaianas, a Alpargatas comprou o direito de explorar as grifes esportivas Mizuno e Timberland no País. A Osklen, porém, tem um posicionamento diferente porque, apesar de investir em um portfólio de moda casual, traz características geralmente associadas ao mercado de altíssima renda.
Segundo o professor Silvio Passarelli, diretor do MBA em Gestão do Luxo da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), a Osklen mostra uma constância de propósitos e valores condizente com as marcas mais desejadas do mundo. Desde a fundação, o desenvolvimento da Osklen tem sido sólido, apesar de um tanto lento, diz Passarelli.