São Paulo - O Brasil já é um dos principais mercados compradores do grupo Alibaba. Agora, a empresa quer ajudar o país a também vender mais para a China.
Com ações para ajudar vendedores, parcerias exclusivas e medidas para melhorar a logística, o grupo quer dominar o comércio eletrônico no Brasil.
“Queremos que, cada vez mais, marcas e empresas brasileiras entrem na China”, diz Pamela Munoz, diretora de comunicação do Grupo Alibaba, em entrevista exclusiva à EXAME.com.
Ainda sem uma filial no Brasil, Pamela veio ao país buscar parceiros locais para melhorar vendas e, principalmente, aumentar a rapidez com que os produtos são entregues.
Iniciativas que facilitem as compras no AliExpress também estão nos planos. O lançamento de um cartão pré-pago, em conjunto com a Visa, é uma delas.
Feita especialmente para os brasileiros, a novidade pode ser usada em diversas lojas pelo mundo que aceitem a bandeira e surgiu depois de uma pesquisa sobre hábitos de pagamento e compra no Brasil.
Entre os três mais
Tanto empenho em crescer por aqui tem um motivo muito claro: o potencial do negócio brasileiro.
O Brasil é hoje um dos três maiores mercados para o AliExpress – voltado à exportação. Ele disputa o pódio com Estados Unidos e Rússia em termos de usuários ativos.
A cada dia, 18 mil novos brasileiros ingressam na plataforma. Desde o início da operação do site chinês, cinco anos atrás, mais de 6 milhões de pedidos foram feitos.
Ao lado do Sebrae, a empresa também busca informar sobre as melhores práticas para vender para a China. Para divulgar as suas plataformas, “educar é melhor do que só fazer marketing”, diz Pamela.
Segundo a diretora, um dos obstáculos para o comércio com o país ainda é a infraestrutura. Por isso, a empresa está debatendo com os Correios uma possível parceria para compartilhamento de dados.
Em julho do ano passado, as duas companhias firmaram um acordo para melhorar os procedimentos de logística entre o Brasil e a China. O objetivo é ajudar as pequenas empresas do país a venderem seus produtos na China por meio do AliExpress.
Além disso, o grupo chinês também considera um acordo com o governo brasileiro. Segundo Pamela, já há parcerias com os governos nos Estados Unidos, Chile e Argentina, para trazer produtos desses países a China.
Falsificados
O Alibaba recebeu uma advertência da agência de qualidade de produtos da China, que pediu que o grupo prestasse mais atenção na procedência das mercadorias ofertadas em seus sites.
Além disso, a companhia de Jack Ma recebeu acusações de vendas que podem ter sido feitas apenas para inflar o faturamento e aumentar o volume de vendas do grupo chinês.
Para recuperar a confiança nos produtos chineses, a empresa está investindo em segurança digital. Segundo Pamela, ela trabalha ao lado de grandes marcas, como Burberry, Louis Vuitton, Nike, entre outras, para identificar o comércio de produtos falsos.
Centenas de pessoas também foram contratadas para identificar e retirar do site vendedores que falsificam suas vendas.
Porém, combater esses atos criminosos “é uma batalha sem fim”, diz Pamela.
Investimentos em Mobile
Depois do IPO histórico, ano passado, a empresa acelerou seus investimentos. As últimas aquisições do grupo de Jack Ma apontam um caminho: a empresa aposta no mundo mobile.
O investimento de US$ 200 milhões no Snapchat e a compra de parte de uma fabricante chinesa de smartphones são alguns dos exemplos.
Ela também possui um aplicativo de mensagens e um de streaming de televisão. De acordo com Pamela, esses investimentos visam aumentar o tempo de permanência do consumidor no ambiente do grupo Alibaba.
A estratégia é investir nas maneiras pelas quais o consumidor interage com a marca. “Queremos que a pessoa permaneça mais tempo no nosso ambiente, para se tornar um consumidor em potencial”, afirma a executiva.
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1. Único
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1/17 (Getty Images)
São Paulo -
Jack Ma, fundador do grupo
Alibaba, é um
bilionário peculiar. Ele já realizou uma performance ao som de Rei Leão para seus funcionários, insere a filosofia da arte marcial Tai Chi no trabalho e adora críquete e cachorros. Ma já se autodenominou “crocodilo do Yangtze”, em contraposição ao eBay, o “tubarão do oceano”. Em recente entrevista ao apresentador Charlie Rose em Davos, contou como Ma Yun se tornou Jack Ma e como lida com a rejeição e o fracasso. Confira nas imagens esses e outros fatos sobre Jack Ma.
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2. Educação
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2/17 (Reuters)
Jack Ma levou sete anos para completar o ensino fundamental. Na sua cidade natal, Hangzhou, havia apenas um ensino médio, com duração de só um ano. Outras cidades não o aceitaram como aluno, pela sua educação falha. Ele também tentou entrar em uma universidade chinesa por três vezes. Inscreveu-se em
Harvard 10 vezes, apenas para ser rejeitado em todas as ocasiões. Ao final, pensou: “um dia, eu deveria dar aula aí”. E estava certo. Desde o sucesso do seu comércio eletrônico, já deu várias palestras na renovada universidade.
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3. Trabalho
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3/17 (Jewel Samad/AFP)
Depois que se formou, Jack Ma também se inscreveu para mais de 30 vagas de emprego. Não foi aceito em nenhuma das vezes – nem para trabalhar no KFC. A rejeição nesse período da vida o blindou contra as dificuldades como empreendedor, diz ele, que também sofreu descrédito ao fundar o Alibaba.
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4. Mudança de nome
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4/17 (Jason Lee/Reuters)
A
história de como o chinês aprendeu inglês já é conhecida: por nove anos, ia diariamente ao principal hotel da cidade para conversar e guiar os turistas, de graça. Aprendeu não apenas inglês, mas modos e costumes do mundo ocidental. Foi também nessa época que Ma Yun se tornou Jack Ma. Uma turista do Tenessee disse a ele que o seu nome chinês era muito difícil de pronunciar. Ele, então, pediu que ela sugerisse um novo nome. Como seu pai e esposo chamavam Jack, foi esse nome que ela deu a ele.
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5. Alibaba
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5/17 (Jemal Countess/Getty Images)
O nome do grupo de comércio eletrônico surgiu quando Ma estava em uma cafeteria em San Francisco. Ele perguntou a uma garçonete o que ela sabia sobre o Ali Baba e ela respondeu: “abre-te Sésamo!”. Ele afirmou que o nome reflete como o seu negócio de comércio eletrônico abre portas e oportunidades para pequenos empreendedores.
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6. Restaurantes
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6/17 (Johannes Eisele/AFP)
No início do Alibaba, o salário de Jack Ma era praticamente inexistente. Por isso, vivia com muito pouco dinheiro. Quando ia a restaurantes, ele conta que diversas vezes a conta já vinha paga e com uma nota: “eu ganhei muito dinheiro com o Alibaba e eu sei que você não. Obrigado.”
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7. Herói
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7/17 (Bloomberg)
Jack Ma busca muita inspiração nos filmes de Hollywood. Segundo ele, nas histórias o mocinho desajeitado sempre se dá bem no final, o que pode ser uma lição para muitos jovens chineses. O seu herói e
personagem preferido também saiu das telas: o Forest Gump, do filme de mesmo nome. “Ele é simples e nunca desiste. Sabe o que está fazendo”, afirmou o empresário. Do filme, ele tirou uma
lição de vida. “Acredite no que você está fazendo. Ame seu trabalho, quer outras pessoas gostem ou não. Seja simples.” Ele também cita a frase tema do filme: “a vida é uma caixa de chocolates. Você nunca sabe o que vai ganhar”.
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8. Futebol
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8/17 (ChinaFotoPress/ChinaFotoPress via Getty Images)
Depois de uma conversa regada a drinks com o bilionário Hui Ka Yan, Jack Ma decidiu comprar meio time de futebol. O grupo Alibaba ofereceu 1,2 bilhão de yuans (US$ 192 milhões) por 50% do time de futebol mais conhecido da China, o Guangzhou Evergrande Football Club. O time vendeu o último campeonato da China e era controlado pelo grupo de Hui, Evergrande Real Estate Group Ltd..
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9. Inspiração
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9/17 (Wikimedia)
Local de nascimento de muitas empresas de tecnologia – como Facebook, Apple e Google – o
Vale do Silício sempre impressionou o criador do Alibaba.
Quando ele visitava a região na Califórnia, Estados Unidos, notava como havia trânsito as ruas e os estacionamentos estavam sempre lotados, mesmo aos finais de semana. Com essas impressões, ele retornava à China cheio de esperança pelo futuro da internet.
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10. Programação
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10/17 (hackNY/Flickr)
Criador de uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, ele não entende nada de tecnologia, segundo ele mesmo. Ele
afirma com convicção que nunca escreveu sequer uma linha de código e usa o computador apenas para mandar e-mails e navegar na internet. Por isso, ele diz que tem tanto respeito pela equipe de tecnologia de sua empresa, pois são eles os responsáveis pelo sucesso do negócio. Por seu desconhecimento em programação, o empresário se tornou o primeiro testador do serviço e podia saber se a interface era simples e intuitiva para o consumidor.
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11. IPO
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11/17 (Andrew Burton/Getty Images)
Quando uma empresa faz a oferta pública de ações, é costume que o seu fundador toque o sino anunciando a abertura, na Bolsa de Nova York. Não foi o caso de Jack Ma. Segundo ele, a empresa é focada em seus consumidores e oito deles
foram convidados a tocar o sino no IPO.
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12. Riqueza não traz felicidade
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12/17 (Tomohiro Ohsumi/Bloomberg)
Depois do IPO do grupo Alibaba, que foi o
maior da história e atingiu US$ 25 bilhões, o presidente da empresa se tornou um dos homens mais ricos da Ásia e do mundo. A sua fortuna está avaliada pela
Forbes em US$ 20,4 bilhões. No entanto, o dinheiro não trouxe felicidade. O empresário comentou, em entrevista ao canal CNBC, a “grande dor” que a responsabilidade e a fama lhe trouxeram. Segundo ele, as pessoas olham para ele de maneira diferente na rua e muitos estão com ele por causa de suas riquezas, não por quem ele realmente é. Desde o início, ele queria ser apenas um empresário respeitado.
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13. Família
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13/17 (Daniel J. Groshong/Bloomberg)
Jack Ma é muito discreto quando o assunto é sua família. Ele se casou com a colega de escola Zhang Ying, que também foi uma das primeiras funcionárias do Alibaba. Muitos
sequer sabiam que ele tinha irmãos, até uma foto de Ma, seu irmão e irmã surgir na internet. Seu filho é estudante da Universidade de Berkley.
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14. Cachorro
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14/17 (Wikimedia Commons)
Ele também adora cães.
É dono de Apollo, um cão da raça Alsaciano, semelhante a um pastor alemão (na foto).
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15. Criação dos filhos
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15/17 (David Paul Morris/Bloomberg)
Em entrevistas, Ma afirmou que teve muito pouco contato com seu filho, nascido em 1992, quando ele era pequeno. A criança ficava na creche cinco dias por semana e Jack só o via aos fins de semana. A ausência do pai levou o filho a ficar viciado em jogos de computador, segundo o site Next Shark. Por isso, Jack pediu a sua esposa para sair do Alibaba e se tornar mãe em tempo integral, uma decisão a qual ela não estava muito disposta.
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16. Tai Chi
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16/17 (USA Today)
Adepto de Tai Chi, Ma inclui a prática e a filosofia da arte marcial no seu trabalho. Ele já apareceu com um robe preto e sapatos tradicionais ao assinar um contrato e muitos funcionários também seguem a prática. Segundo Ma, a filosofia o ajuda a manter a vida profissional e pessoal equilibrada.
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17. Agora, veja como 8 CEOs fazem o tempo render
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17/17 (Omar Paixão / VOCÊ S/A)