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Os planos das fabricantes de chocolate para uma Páscoa doce

Sem poder fazer ajustes de preços, a maioria optou por diversificar os sortimentos, além de incluir brindes e apostar em marcas licenciadas


	Mais competitivos: em um cenário mais difícil, fabricantes incluem brindes e criam mais opção para a Páscoa deste ano
 (ThinkStock)

Mais competitivos: em um cenário mais difícil, fabricantes incluem brindes e criam mais opção para a Páscoa deste ano (ThinkStock)

Tatiana Vaz

Tatiana Vaz

Publicado em 26 de março de 2016 às 08h01.

São Paulo – Para que a amargura da crise política brasileira não atrapalhe as vendas na Páscoa, as grandes fabricantes de chocolates vão usar de doces artimanhas para garantir o consumo.

Sem poder fazer ajustes de preços, a maioria optou por diversificar os sortimentos, além de incluir brindes e apostar em marcas licenciadas para agregar valor aos produtos.

A expectativa da associação do setor, a Abicab, é que 20.000 toneladas de ovos de chocolate sejam vendidas na Páscoa de 2016, o equivalente a 90 milhões de produtos.

“O setor aumentou 10% ao ano até 2011, quando começou a crescer menos e estagnou a partir de 2014”, explica Ubiracy Fonseca, vice-presidente de chocolate da Abicab.

Para se preparar para época considerada a principal da indústria de chocolate, as empresas contratam reforços seis meses antes.

Neste ano, 29.000 empregos gerados temporários foram gerados em todo país, número maior que o dos anos anteriores. Isso porque o reforço nos pontos de vendas terá de ser maior.

“Contratamos 6.000 temporários, mas 30% deles devem seguir conosco”, conta Alexandre Costa, presidente da Cacau Show.

A companhia, que entrou recentemente no segmento de porta a porta e inaugurou uma loja enorme às vésperas da Páscoa, espera vendas 18% maiores que o mesmo período de 2015.

“Trabalharemos com 50 itens, 30 repaginados e 20 novos, para atender todos os tipos de público”, afirma Costa.

Melhor preparado

Um cenário mais desafiador acabou por exigir das fabricantes esforços maiores e novas ideias em relação aos anos anteriores.

Nestlé e Garoto realizaram pesquisas de consumo bem antes do que costumavam para entender melhor o que as pessoas buscam na Páscoa – e, principalmente, quanto elas estvaam dispostas a gastar.

“Nos preparamos 15 meses antes para adequar a produção, os produtos e criar estratégias específicas por canal e região”, diz André Laporta, gerente de marketing da Nestlé. 

Na Garoto, alternativas vão do coelho de chocolate da marca Batom, de R$ 6,99, ao ovo Talento com caixa para colorir, feito em parceria com a Faber-Castell.

Na Lacta, da Mondelez, os itens não terão aumento de preços e opções mais em conta foram criadas para caber em todos os bolsos.

A ideia de agregar item ao chocolate também foi seguida pela Arcor. Os ovos Tortuguita serão vendidos com um guarda-chuva de complemento ou uma lancheira.

“Como sempre vendemos itens mais acessíveis, não sentimos a crise no ano passado e não devemos sentir nesta também”, afirma Anderson Freire, gerente de marketing da empresa.

Por ser dono de duas marcas distintas, a Kopenhagen e a Brasil Cacau, o Grupo CRM consegue atingir vários públicos.

Ainda assim, criou uma forma de democratizar mais os itens da Kopenhagen, com bombons avulsos, vendidos por peso, a R$ 19,90 por 100 gramas.

Por outro lado, a marca também renovou a parceria com a Pandora para a venda de 5.000 ovos de 1 quilo com uma joia, um bracelete de prata, por R$ 462. O estoque já está esgotado. 

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