Negócios

Os planos da Rosa Cha para crescer vão além dos biquínis

Pulverização de produção, aumento de portfólio e abertura de lojas são algumas das novas diretrizes da marca depois de sua mudança de controle

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

Tatiana Vaz

Tatiana Vaz

Publicado em 22 de outubro de 2010 às 09h53.

São Paulo - A capital carioca recebeu recentemente a primeira loja da Rosa Cha, um espaço de 250 metros quadrados com decoração sofisticada. O curioso é que o local concentra, além dos tradicionais biquínis da marca, peças que antes não eram produzidas pela companhia. Entre elas, lingerie, calçados, bolsas, roupas e acessórios de moda praia.

Desde que foi comprada pela Marisol, em abril de 2006, a Rosa Chá ganhou fôlego financeiro para colocar em prática algumas estratégias de negócios que planejava há tempos. A principal delas foi a de abrir o leque de negócios da empresa. Antes focada apenas em moda praia, a marca vem sendo, aos poucos, estampada em outros tipos de produtos.

“Sabíamos que existia uma forte demanda no mercado por peças como essas, mas não supríamos porque estávamos focados apenas em biquínis”, diz Ronaldo Mattos, diretor executivo da Rosa Cha. “As lojas serão uma vitrine de todos os nossos novos produtos”.

No total, a empresa terá doze lojas localizadas nas principais capitais do país no prazo de um ano. Metade será franqueada, e a outra metade será de lojas própria. Cerca de cinco milhões de reais foram investidas na abertura dessas últimas. A intenção é acompanhar o desenvolvimento das unidades nos próximos dois anos para, a partir daí, definir qual modelo de negócios a Rosa Chá adotará na abertura de novos pontos.

Variedade de peças e lojas

A estratégia fez com que a Rosa Cha visse seu portfólio dobrar de tamanho nos últimos anos. Em vez de fazer mais do mesmo, a ideia foi investir em mais coleções de produtos variados - os calçados, por exemplo, incluem bota de inverno e tamanco, além de chinelas e sandálias. As lingeries, cujas vendas superaram as expectativas da grife, são outro exemplo de item que ganhou espaço entre os consumidores rapidamente depois de ter incorporado a marca.

“Hoje, metade de nossa receita vem dos biquínis, e a outra parte vem desses produtos que estão relacionados ao tema praia e das lingeries”, diz Mattos. Seguir a tendência de vender peças de biquíni separadamente - adotada em janeiro deste ano - também tem dado certo, de acordo com o executivo. “Isso incentiva a mulher a comprar mais, atende o desejo das clientes e sugere um aumento significativo da demanda.”

Ampliar o número de peças com a marca também contribui para o aumento das vendas para o exterior. Atualmente, a Rosa Cha exporta 20% de sua produção para 12 país - entre eles, Portugal, Turquia e Itália. A empresa não revela números mas a previsão é de, apenas para os Estados Unidos, seja exportado 26% mais este ano em relação a 2009.


Pós-Marisol

Além de recursos para colocar em prática sua estratégia de negócio, a mudança de controle da Rosa Cha para a Marisol trouxe outras modificações na maneira como a empresa era gerida. A parte como a operação era gerida foi uma delas.

Antes da nova dona, a Rosa Cha tinha toda sua produção concentrada em uma fábrica no bairro do Bom Retiro, na capital paulista. Era de lá que os produtos saiam prontos para serem distribuídas nas lojas multimarcas da marca. “A fábrica tinha um nível de entrega duvidoso e ficávamos dependentes dela para cumprir nossos prazos com os parceiros”, diz Mattos.

A partir de 2007, 20% de toda a produção da Rosa Cha – inclusive a de novos itens – passou a ser fabricada nas fábricas da Marisol. Os outros 80% foram pulverizados para diversos ateliês de costura espalhados pela região sudeste. “Temos, dentro do grupo, autonomia na tomada de decisões”, afirma Mattos.

A marca se enquadra dentro da categoria negócios de luxo do grupo Marisol, dona de outras de moda, como Pakalolo e Lilica Ripilica.

Acompanhe tudo sobre:ComércioInvestimentos de empresasModaVarejo

Mais de Negócios

15 franquias baratas a partir de R$ 300 para quem quer deixar de ser CLT em 2025

De ex-condenado a bilionário: como ele construiu uma fortuna de US$ 8 bi vendendo carros usados

Como a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhões

Ele saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia