(AVB/Divulgação)
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Publicado em 20 de dezembro de 2021 às 09h00.
Última atualização em 20 de dezembro de 2021 às 09h06.
Vivemos um momento histórico de mudanças. A democratização da internet, o rápido avanço das tecnologias, a globalização derrubando fronteiras, movimentos culturais que se espalham e alteram antigos hábitos.
Com uma nova relação entre companhias e consumidores já se delineando, as empresas não vão passar ilesas por isso. Especialistas acreditam que, daqui para a frente, o papel das empresas será resolver problemas de maneira viável e sustentável, ao passo que também trazer lucro.
Exemplo dessa filosofia, a Aço Verde do Brasil (AVB) tem a sustentabilidade como base para suas estratégias, sendo uma organização pautada pela inovação e melhoria constante de seus produtos e processos. Não à toa, conquistou, em 2020, o posto de primeira siderúrgica integrada do mundo a produzir aço sem a utilização de combustíveis fósseis, com índices comprovados de emissão zero e negativa de carbono.
“Saímos do ponto de ser uma indústria de base, que é potencialmente emissora de carbono, para chegarmos numa posição que chamamos de greentech”, observa Gustavo Rozenbaum Bcheche, diretor financeiro e de relações com investidores da Aço Verde do Brasil.
Os avanços das questões climáticas e sociais têm colocado a importância dos fatores ESG cada vez mais em debate. Dentro dessa pauta, também é preciso ressaltar os assuntos relacionados à governança, uma vez que ela é a chave responsável por integrar os outros dois pilares da sigla.
A AVB, por exemplo, já foi concebida com práticas de governança relevantes para a estruturação de um modelo verdadeiramente sustentável que, consequentemente, garantirá a longevidade da companhia.
“A transformação da alma de uma empresa realmente se dá pela governança”, diz Bcheche. “São mecanismos que visam a estabilidade e a perenidade, além de drivers que dão tração estratégica e aspectos qualitativos relacionados ao ambiental e ao social. Tudo isso dá segurança aos stakeholders”, completa.
Ainda de acordo com o executivo, o trabalho de governança da AVB é orgânico e torna-se cada vez mais consistente. Nos últimos anos, esse fator evoluiu bastante dentro da empresa. Agora, o objetivo é criar um ecossistema corporativo ainda mais robusto para o desenvolvimento de negócios pioneiros, integrados e responsáveis.
Para isso, a companhia tem investido na implementação de um conjunto de mecanismos e processos transparentes, transformadores e seguros, capazes de garantir o equilíbrio entre os interesses da AVB e de todos os envolvidos nos ambientes em que ela opera.
A seguir, conheça os principais planos de ação da empresa no quesito governança que vão auxiliá-la no projeto de crescimento para a próxima década:
Desde 2009, a Aço Verde do Brasil realiza seus processos de auditoria com empresas renomadas do segmento ─ são as chamadas Big Four Accounting Firms ou “Quatro Grandes Firmas de Auditoria e Consultoria”, na tradução.
Atualmente, a Ernst & Young (EY), com sede em Londres, garante o cumprimento, o controle, a gestão e a transparência dos dados da empresa.
Implantação de um sistema de gestão integrado, que possibilita o acompanhamento e uma visão completa e confiável de resultados, números e processos, além de ferramentas para a captação e análise de dados, que aceleram e facilitam a tomada de decisões mais assertivas.
A Cimento Verde do Brasil (CVB) foi uma empresa criada pela própria AVB, diante da necessidade de dar destinação apropriada à escória da usina ─ resíduo composto pela argila do minério de ferro, silício e alumínio, e utilizado como base na composição de um determinado tipo de cimento.
“Fizemos essa montagem e, depois, vendemos metade dessa nova companhia para um sócio espanhol. Isso nos rendeu uma experiência inicial em governança”, explica o executivo da AVB. Com um sócio estrangeiro desde 2012, a joint venture CVB tem diretoria executiva estatutária independente e um conselho de administração com representantes diversos dos sócios distintos.
Desde 2017, a AVB realiza eventos anuais para a divulgação de seus resultados, com participação aberta a seus credores e parceiros. Apesar de não ser algo obrigatório, trazer clareza sobre cada momento da empresa é um diferencial que leva confiabilidade para as relações, destaca Gustavo Bcheche.
Formado por membros independentes e diversificados, e também por consultores externos contratados, a expectativa é que, em breve, o corpo consultivo seja incorporado ao conselho de administração da companhia, que passará a ter membros não acionistas.
A decisão dos acionistas busca estabelecer diretorias estatuárias, reunindo profissionais com experiências diversas e que agregam conhecimentos de outros setores à companhia.
A AVB trabalha com agências classificadoras de risco com reconhecimento internacional. “Para um primeiro momento e considerando as particularidades do mercado brasileiro, tivemos uma atribuição muito boa, com rating inicial ‘brA’. Como concluímos um ciclo importante de desalavancagem, com diversos ajustes de governança, robustos resultados e liquidez saudável, nosso rating acaba de ser elevado para ‘brAA-‘, dois níveis acima da classificação original”, revela Bcheche.
Vale ressaltar que, quanto maior for a nota da companhia avaliada, maior será sua capacidade e disposição em honrar seus compromissos.
Em maio deste ano, a companhia fez sua primeira emissão de debêntures ao mercado de capitais, sob a ICVM 476, optando pela emissão de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), no valor de 250 milhões de reais.
Até o momento, já foram captados 180 milhões de reais, que estão sendo utilizados para fortalecer o caixa, com o lastro da aquisição de produtos rurais para a produção de carvão vegetal.
“Fizemos uma jornada sem atropelos, com o objetivo de aprendizado progressivo”, explica o executivo. “Foi um movimento que demandou um enorme comprometimento da direção e do conselho da AVB, consolidando ainda mais o ambiente de governança. Ao romper as relações de crédito tradicionais, assumimos um papel mais ativo, principalmente no que diz respeito à transparência e à prestação de contas”, completa.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) deferiu o registro de companhia aberta à Aço Verde do Brasil, na chamada Categoria B.
Com isso, a empresa tem autorização para a emissão de títulos de dívidas mais amplos, exceto ações, e passa a acessar investidores mais exigentes. A autorização sinaliza o fortalecimento da governança corporativa da AVB, além de aproximá-la ainda mais do mercado de investidores.
Ainda no primeiro semestre de 2022, após a associação realizada neste ano, espera-se a certificação da AVB junto ao ResponsibleSteel, primeira iniciativa global de auditoria ESG da indústria siderúrgica.
Além disso, a criação de áreas de controles internos, gestão de riscos, compliance e comitês específicos, assim como o lançamento de um canal de denúncias, corroboram a evolução da Aço Verde do Brasil em sua trajetória de governança.
Prova disso foi o reconhecimento da empresa na 9ª edição do Prêmio Global Metal Awards, realizado pela S&P Global Platts ─ empresa fornecedora de dados e avaliações sobre energia e commodities, como vencedora da categoria Revelação ESG.
“Sem dúvida, todo esse arcabouço de governança em seu desenvolvimento sequencial e gradual permitiu essa conquista emblemática”, analisa Gustavo Bcheche.
O executivo também faz questão de reforçar que a jornada da companhia não está concluída e coloca no horizonte da AVB a possibilidade de uma oferta pública inicial (IPO), combinada a uma admissível internacionalização da empresa.
“Nosso radar está constantemente ligado para investimentos e projetos de características transformacionais e nesse ambiente tão relevante e diferencial de sermos uma referência precoce credora em carbono na indústria de base. A possibilidade de IPO é cada vez mais visível e discutida. Queremos estar 100% preparados quando esse momento chegar ─ seja no mercado brasileiro ou internacional”, finaliza o executivo.