Negócios

Os dez anos de gestão de Heitor Cantergiani na Rossi - e o que vem pela frente

Em entrevista exclusiva a EXAME.com, executivo faz um balanço de seu mandato e afirma: “não existe desaceleração do setor imobiliário”

Heitor Cantergiani: acredito que contribui decisivamente para o crescimento da Rossi (Fabiano Accorsi/EXAME)

Heitor Cantergiani: acredito que contribui decisivamente para o crescimento da Rossi (Fabiano Accorsi/EXAME)

Daniela Barbosa

Daniela Barbosa

Publicado em 19 de setembro de 2011 às 06h48.

São Paulo – Durante dez anos, Heitor Cantergiani esteve à frente do comando da Rossi e contribuiu para importantes decisões dentro da companhia.  A partir dos próximos meses ele deixa o cargo para assumir uma cadeira no conselho de administração da companhia.

Em seu lugar entrará Leonardo Diniz, diretor comercial da Rossi, que tem como missão dar continuidade ao legado de Cantergiani. O executivo falou com exclusividade a EXAME.com e foi categórico ao afirmar que a desaceleração do setor imobiliário não existe. 

Veja, a seguir, trechos da entrevista concedida por Cantergiani:

EXAME.com: Como você avalia a desaceleração do setor imobiliário a partir de agora?
Heitor Cantergiani
: Não acreditamos em desaceleração. O setor, como todos da indústria, tem movimentações, mas continua com forte demanda e o déficit habitacional continua acima da média. Além disso, vale reforçar que hoje vivemos um momento importante, com mais acesso a crédito e com o Programa Minha Casa Minha Vida do Governo. Com isso, o acesso à casa própria é uma realidade em todo o Brasil.

EXAME.com: Você acredita que os lançamentos a partir de agora tentem a diminuir?
Cantergiani:
O volume de lançamentos tem crescido de forma constante. A Rossi, por exemplo, registrou no segundo trimestre deste ano lançamentos de R$ 1,3 bilhão, valor recorde e 73% maior que o mesmo período de 2010. Se comparado ao primeiro semestre do ano anterior, a empresa cresceu 53%, somando R$ 2 bilhões em unidades lançadas.

EXAME.com: Quais são as reais preocupações diante desse novo cenário?
Cantergiani:
Como todos sabem, o setor depende de mão de obra, tecnologia e terrenos. As empresas precisam estar atentas e endereçar essas questões.

EXAME.com: O que a Rossi tem feito para driblar essas questões?
Cantergiani:
Na Rossi, apostamos em expansão geográfica, diversidade de produtos e planejamento de longo prazo. Contamos com um amplo estoque de terrenos, avaliado em 30 bilhões reais. Esse estoque de terrenos, conhecido em nosso setor como Landbank, totaliza 10 milhões de metros quadrados e nos permitem construir mais de 140.000  unidades.


EXAME.com: Com a mudança de presidente, o que a Rossi espera a partir de agora?
Cantergiani:
Por cerca de dez anos, comandei a empresa na função de CEO. Agora, meu desafio será ainda maior, pois estarei indo ocupar uma posição no conselho de administração da empresa. A posição de CEO será ocupada por Leonardo Diniz, que trabalha na Rossi desde 2001 e atua como diretor comercial desde 2006. Vale ressaltar que ao longo dos últimos meses, ele tem sido preparado para ocupar a nova função e ele está apto para o novo desafio.

EXAME.com: Qual o balanço de sua gestão? O que deve ficar de legado para o novo presidente?
Cantergiani:
Acredito que contribui decisivamente para o crescimento da Rossi, colocando-a entre as mais admiradas do setor. Liderei importantes iniciativas como a padronização da linha de produtos, reestruturação operacional e implantação da diversificação geográfica. Além disso, a Rossi diferenciou-se pelas parcerias e acordos de joint ventures com importantes empresas de todo o Brasil. Leonardo trabalhou junto comigo nessas conquistas e sua gestão dará continuidade a esse trabalho.

EXAME.com: Essa mudança dentro da Rossi tem alguma relação com o novo panorama do mercado?
Cantergiani:
Não, muito pelo contrário. Do ponto de vista executivo, a promoção do Leonardo está prevista em nosso Programa de Desenvolvimento de Carreira, que prevê a promoção e o reconhecimento profissional de seus talentos. Do ponto de vista do conselho de administração, a minha chegada vai intensificar a Governança Corporativa da empresa.

EXAME.com: De que forma esse processo vem sendo feito?
Cantergiani:
Esse processo de transição está sendo feito de forma gradual. Ele foi iniciado há alguns meses, votado pelo Conselho de Administração na última reunião, será validado pela Assembleia Geral de Acionistas e será concluído no final do ano. É muito bom fazer parte de uma empresa que se renova e com visão de futuro.

EXAME.com: Há algum setor que a Rossi planeja focar mais os seus esforços, ou todos os segmentos continuam sendo de extrema importância? Por quê?
Cantergiani:
A estratégia da Rossi prevê a oferta de produtos diversificados, incluindo empreendimentos comerciais e residenciais de alto e médio padrão, além e segmento econômico. A escolha dos terremos e a execução local ficam por conta de nossas nove regionais, que atuam nacionalmente em mais de 90 cidades.

Acompanhe tudo sobre:Conselhos de administraçãoConstrução civilEmpresasEstratégiagestao-de-negociosReestruturaçãoRossiSucessão

Mais de Negócios

A voz está prestes a virar o novo ‘reconhecimento facial’. Conheça a startup brasileira por trás

Após perder 52 quilos, ele criou uma empresa de alimento saudável que hoje fatura R$ 500 milhões

Esta empresária catarinense faz R$ 100 milhões com uma farmácia de manipulação para pets

Companhia aérea do Líbano mantém voos e é considerada a 'mais corajosa do mundo'