Desafios do home office: 95% das empresas adotaram o home office (Caiaimage/Sam_Edwards/Getty Images)
Karin Salomão
Publicado em 6 de maio de 2020 às 11h15.
Última atualização em 6 de maio de 2020 às 13h00.
Com a pandemia do novo coronavírus, as empresas precisaram se adaptar do dia para a noite para um novo cenário. Mesmo com mudanças intensas no negócio, na maneira de vender e de operar, o maior desafio das empresas tem relação com sua força de trabalho.
Para mais de metade das empresas, o maior desafio é manter os colaboradores engajados e produtivos, questão citada por 55% dos respondentes. Proteger a saúde financeira da organização é um desafio para 45% e flexibilizar e adaptar-se para adotar estratégias extremamente ágeis é uma adversidade também para 45%.
A pesquisa “Desafios da covid-19 para a comunicação organizacional” foi realizada pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) e obtida com exclusividade pela EXAME.
Entre as ações mais comuns tomadas pelas empresas estão: adoção do sistema de home office, em 95% dos casos, a intensificação do processo de comunicação digital, para 90%, e o afastamento de profissionais por meio da concessão de férias individuais e coletivas, compensação de banco de horas, redução de jornada e suspensão da operação, em 95% das empresas.
Mesmo com a ampla adoção do home office, nem todos os colaboradores podem trabalhar de forma remota. Para esses, 40% das empresas fizeram adequação do ambiente de trabalho, com revezamento e redução de carga horária, 34% reforçaram medidas de limpeza, higiene e segurança no local de trabalho e 21% intensificaram o processo de comunicação por meio de campanhas e informações orientativas.
No âmbito da comunicação empresarial, a comunicação interna foi citada como um desafio por 83% das empresas, seguido pela gestão de crises e riscos (71%) e eventos (70%). Segundo a pesquisa, 98% das empresas têm desenvolvido ações para conscientização em relação à covid-19 junto ao seu público interno. As que não desenvolvem citam como motivo a falta de planejamento e de recursos tecnológicos.
A maioria dos participantes acredita que a crise da covid-19 irá piorar até junho e prepara ações como afastamento de um maior número de funcionários, com férias coletivas ou banco de horas, e interrupção ou suspensão das operações, em 20% dos casos.
Cerca de 12% das empresas deve se reposicionar e intensificar a comunicação com seu público, 9% deve reduzir o quadro de funcionários e cortar benefícios concedidos e 8% irá ampliar o trabalho remoto em sistema de home office.
Os dados foram coletados entre os dias 23 e 31 de março de 2020, no início da pandemia. Participaram do estudo 86 organizações, entre associadas e não associadas à Aberje, localizadas nas diversas regiões do país, de todos os portes e de quase todos os segmentos da economia.