Petrobras, corrupta reconhecida internacionalmente: o objetivo da ONG com essa ação é "mobilizar o máximo de gente possível na luta contra a corrupção" (Yasuyoshi Chiba/AFP)
Da Redação
Publicado em 9 de dezembro de 2015 às 08h17.
Berlim - A ONG Transparência Internacional (TI) inicia nesta quarta-feira uma votação pública em busca do melhor representante da "grande corrupção" de uma lista de 15 "candidatos" que inclui o caso da Petrobras, além do ex-presidente do Panamá Ricardo Martinelli e do presidente da Guiné Equatorial Teodoro Obiang.
O período de votação, que estará vigente até 9 de fevereiro através do site "www.unmaskthecorrupt.org", inscreve-se dentro da campanha "Unmask the corrupt" ("Desmascare o corrupto", tradução livre) da organização alemã, que é referência mundial na luta contra os crimes econômicos no setor público.
Entre os candidatos também se encontram dois líderes derrubados pela "Primavera Árabe", o tunisiano Ben Ali e o egípcio Hosni Mubarak, além do ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovich, da filha do presidente de Angola Isabel Dos Santos e do senador da República Dominicana Félix Bautista.
Também aparecem entidades como a empresa pública chinesa China Communications Construction Company, a Fifa, o Banco Espírito Santo de Portugal e a fundação pública chechena Akhmad Kadyrov.
A lista de candidatos da "grande corrupção" é completada pelo estado americano de Delaware, por permitir o registro anônimo de empresas, pelo governo e instituições do Líbano e pelo comércio de jade em Mianmar.
"Junte-se a nós neste novo esforço para deter a grande corrupção e vote no caso que você acredita que melhor a descreve", pede o presidente da TI, o peruano José Ugaz.
Os 15 candidatos, selecionados entre 383 indicações recebidas, são "casos simbólicos" de "abusos em alto nível" que atualmente permanecem impunes, e com os quais "poucos se beneficiaram à custa de muitos", causando "um dano social severo", segundo a ONG.
O objetivo da TI com essa ação é "mobilizar o máximo de gente possível na luta contra a corrupção", para a qual a organização pretende contribuir "mostrando o que devem fazer governos e indivíduos", nas palavras de Ugaz.