Diversificação do grupo JBS pode chegar ao ramo de construção, com a compra da Delta (Divulgação)
Tatiana Vaz
Publicado em 9 de maio de 2012 às 12h21.
São Paulo – No início da semana, o grupo JBS afirmou que o Brasil seria seu principal foco de investimentos nos próximos dois anos. A confirmação de que a companhia pode anunciar a compra da empreiteira Delta ainda hoje é uma prova disso, mas está longe de ser um caso isolado ou uma primeira iniciativa da holding nesse sentido.
Desde o início do ano, outras cinco frentes de investimentos foram feitos ou negociados pela holding dos irmãos Batista. Veja a seguir quais são elas:
Delta Construtora
A holding J&F, que controla o grupo JBS, pode anunciar, nesta quarta-feira, a compra do controle da construtora Delta - empresa que é investigada por manter ligações com contraventor Carlinhos Cachoeira. Com inúmeros contratos fechados com o governo público - inclusive a reforma do estádio do Maracanã para 2014 - a empreiteira multiplicou seu faturamento de 67 milhões de reais para 3 bilhões de reais em nove anos.
De acordo com o blog Primeiro Lugar On-Line, a compra da companhia chegou a atrair propostas em torno de 1 bilhão de reais de outras grandes empreiteiras.
Doux Frangosul
No último dia 4, a empresa fechou um acordo com a Doux Frangosul para arrendar as plantas da companhia francesa de aves no Brasil por 10 anos. O grupo planeja investir 300 milhões de reais este ano na empresa recém-adquirida e ainda pagar os produtores associados da Frangosul.
O aluguel dos ativos da Doux fará com que a JBS some mais de 60.000 colaboradores no país e garanta a permanência de 1.500 produtores integrados que fazem parte da cadeia de produção. A operação eleva em 15% a capacidade de produção da JBS no mundo.
Grupo Independência
Em 23 de abril, a JBS apresentou uma proposta por ativos do Grupo Independência de 268 milhões de reais, sem assunção de dívida - desde outubro do ano passado a empresa não efetua os pagamentos aos credores. Os ativos são quatro unidades frigoríficas em Nova Andradina (MS), Campo Grande (MS), Senador Canedo (GO) e Rolim de Moura (RO); dois curtumes, em Nova Andradina e Colorado D'Oeste (RO); dois centros de distribuição; armazéns em Cajamar (SP) e Santos (SP); e todas as marcas.
A negociação está condicionada à aprovação em assembleia geral de credores do Grupo Independência e do conselho de administração da JBS.
Cinco frigoríficos
Também em abril, no início do mês, a JBS comunicou ao Cade a compra de mais duas unidades frigoríficas, uma em Rondônia e outra no Acre.
As operações foram fechadas por aproximadamente 3 milhões de reais e juntos, os frigoríficos, têm capacidade de abate de quase 900 cabeças por dia. Somente no ano, a empresa arrendou cinco frigoríficos, com capacidade de abate de 3.500 cabeças por dia.
Pilgrim’s Pride
Em março, 107 milhões de dólares foram investidos no aumento de participação na Pilgrim’s Pride, produtora de frangos norte-americana. A JBS já tinha ações na companhia, mas a iniciativa fez com que sua participação crescesse de 68% para 75,3%.
As ações eram de propriedade de Lonnie “Bo” Pilgrim, entre outros, e representam os papéis remanescentes do antigo fundador e controlador da PPC. “Com custo baixo e a ampliação das exportações a partir daquele país, JBS acredita que há grande potencial de elevar as margens, trazendo assim valor tanto aos acionistas da PPC quanto da JBS”, informava um comunicado oficial da JBS.