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Omint mira candidatos a executivo

O plano de saúde construiu uma “aura” de luxo ao atender diretores e vice-presidentes de empresas e agora buscar amplia bastante sua base de potenciais clientes


	Médico e estetoscópio: ao baixar preços e buscar quem está em ascensão dentro da hierarquia das empresas, a companhia terá o potencial de atingir até 1,8 milhão de pessoas
 (GettyImages)

Médico e estetoscópio: ao baixar preços e buscar quem está em ascensão dentro da hierarquia das empresas, a companhia terá o potencial de atingir até 1,8 milhão de pessoas (GettyImages)

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Da Redação

Publicado em 27 de novembro de 2013 às 07h27.

São Paulo - Criada há 46 anos na Argentina, a Omint nasceu com a proposta de ser um plano de saúde para a alta renda. Sucessivas crises impediram que a proposta fosse implantada em sua terra natal. No Brasil, porém, a Omint construiu uma “aura” de luxo ao atender diretores e vice-presidentes de empresas.

A estratégia trouxe a companhia até aqui: faturamento de R$ 870 milhões, com apenas 105 mil clientes. Mas, para dar o próximo passo e chegar ao “clube do bilhão”, a companhia agora vai atrás dos “candidatos” a executivos.

Ao mirar além da alta renda, a Omint amplia bastante sua base de potenciais clientes. Segundo o presidente da operação brasileira da Omint, André do Amaral Coutinho, ao baixar preços e buscar quem está em ascensão dentro da hierarquia das empresas, a companhia terá o potencial de atingir até 1,8 milhão de habitantes dos Estados de São Paulo e do Rio, crescendo especialmente no interior.

O novo plano corporativo da companhia custará R$ 600 aos empregadores e incluirá a mesma rede de atendimento da opção premium, mas não garantirá acesso aos “pesos pesados” da medicina que realizam procedimentos para a Omint, como o ex-ministro da Saúde Adib Jatene e Roberto Kalil, cardiologista do ex-presidente Lula.

De acordo com a especialista em carreira Patricia Epperlein, sócia-presidente da consultoria Mariaca, a decisão da Omint de buscar os profissionais que hoje exercem cargos gerenciais é acertada. Ela diz que, para este público, o plano de saúde diferenciado pode servir como fator de atração.

“Para o vice-presidente ou o presidente, o benefício não entra mais na discussão. Esses executivos estão preocupados com outras compensações de longo prazo, em dinheiro”, diz a executiva da Mariaca. “Para quem está chegando a um cargo de direção, o plano de saúde premium representa um status bem-vindo, assim como o carro oferecido pela empresa.”


Fazer diferença - ainda que pequena - na retenção de talentos é chave para a Omint, uma vez que 90% de seus clientes atuais estão no setor corporativo. Coutinho acredita que, considerado o gasto médio por funcionário, é viável que as empresas possam oferecer planos da Omint para trabalhadores com salário a partir de R$ 8 mil.

Embora seja considerada por headhunters a referência em planos de saúde premium para empresas, a Omint não está sozinha no segmento. A Amil mantém a bandeira One Health - para reforçar essa operação, o grupo incorporou a Lincx em 2011, por R$ 170 milhões. Com o negócio, a linha “top” da Amil angariou 36 mil clientes.

A Qualicorp, que vende e administra diversos planos de saúde (incluindo e Amil, Omint, Sul América e Porto Seguro), desenvolveu um serviço especial chamado Qualicorp Class. Entre os serviços semelhantes aos da Omint estão mensageiros para coleta de documentos, sala vip em hospitais, coleta de exames e atendimento médico a domicílio. Segundo Adriana Ojeda, superintendente de gestão de clientes da Qualicorp, o serviço tem hoje 26 mil clientes.

Ritmo

Com o aumento da concorrência, uma das preocupações da Omint é justamente não perder seu “encanto” à medida que empreende um plano mais agressivo de crescimento. A expansão do negócio pode ser bem mais forte do que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), de acordo com Coutinho. Mas há limites. “Conseguimos dar conta de um ritmo de até 15% ao ano sem comprometer o serviço”, afirma.

Essa lição, admite o executivo, foi aprendida com erros do passado. Ele conta que, quando chegou à empresa, em 2003, a forte expansão - que chegava a 40% ao ano - quase pôs a perder o trabalho de atendimento personalizado iniciado em 1980, quando a operação brasileira foi iniciada. “Nós sabemos que não podemos simplesmente sair por aí vendendo planos. Nossa lógica é diferente.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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