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Da Redação
Publicado em 4 de setembro de 2012 às 19h31.
São Paulo - O grupo de telecomunicações Oi anunciou nesta terça-feira proposta para simplificar sua complexa estrutura societária nos próximos 180 dias. As ações da companhia disparavam logo nos primeiros negócios na BM&FBovespa.
A proposta é unificar as bases acionárias do grupo, atualmente divididas em três companhias abertas e sete diferentes classes e espécies de ações negociadas, em uma única empresa com duas espécies diferentes de ações.
O plano marca mais uma tentativa do grupo de simplificar sua estrutura societária, que gera custos adicionais ao grupo e reduz liquidez e visibilidade das ações, e pretende concentrar as participações das empresas Oi na unidade Brasil Telecom, que será a única companhia listada em bolsa e terá seu nome alterado para "Oi S/A".
Segundo a proposta, ações da Telemar Norte Leste serão incorporadas pela holding Coari, e esta, junto com Tele Norte Leste Participações, será incorporada por Brasil Telecom, única a ser listada em bolsa de valores após a reestruturação. Segundo a Oi, as operações vão ocorrer na mesma data e a implementação de cada uma depende da aprovação da outra.
Para analistas do Citigroup, além de dar mais liquidez e transparência para as ações do grupo, a operação proposta "reduz a percepção de risco e coloca no mesmo barco os acionistas minoritários e controladores no mesmo barco", uma cobrança antiga dos investidores.
Às 11h11, as ações da Telemar Norte Leste disparavam disparavam 11 por cento, os papeis da Tele Norte Leste saltavam 13 por cento e a Brasil Telecom mostrava alta 6,7 por cento.
"O mercado lê de uma forma muito boa (o plano), porque facilita muito, vai ser uma empresa só, um balanço só, vão poder divulgar um plano de dividendos, fica mais fácil. E aumenta a liquidez, porque a liquidez das sete ações vai para uma só", afirmou Rafael Dornaus, operador de bolsa da Hencorp Commcor.
O grupo tentou em 2010 fazer uma simplificação de sua estrutura, mas o plano acabou barrado por acionistas minoritários da Brasil Telecom, que rejeitaram em julho oferta para trocarem suas ações por papeis da Oi. Na época, a empresa promoveu cortes nas relações de troca inicialmente propostas depois de registrar despesas legais adicionais da Brasil Telecom.
Para a corretora Planer, "esse movimento é necessário e positivo para a Oi, uma vez que seus pares em bolsa estão buscando simplificar suas estuturas (Vivo/Telesp) e também ingressando no Novo Mercado (TIM)."
A futura Oi S/A será controlada "exclusivamente pela Telemar Participações (TmarPart)".
Os acionistas da BRT anteriores à incorporação receberão bonificação em ações da empresa equivalente a 1,5 bilhão de reais.
Com isso, as relações de troca de ações no processo de simplificação serão baseadas no período de 29 de março até esta terça-feira. O grupo informou que, pelas cotações de 29 de março, as relações seriam de 1,8420 ação TNLP4 para cada BRTO3 e 3,8109 ações TMAR5 para cada BRTO3, levando em conta a bonificação de 1,5 bilhão de reais.