Oi: operadora vai melhorar sua estratégia de vendas, focar na convergência de serviços - ou seja, na venda de TV paga, banda larga e celular para o mesmo cliente - e mudar sua estrutura operacional (Exame)
Da Redação
Publicado em 10 de setembro de 2013 às 12h45.
Rio de Janeiro - O presidente da Oi, Zeinal Bava, disse nesta terça-feira que a empresa de telecomunicações está preparando mudanças estratégicas para os próximos trimestres com o objetivo de recuperar o fluxo de caixa da companhia e melhorar o perfil dos investimentos.
De acordo com o executivo, a operadora vai melhorar sua estratégia de vendas, focar na convergência de serviços - ou seja, na venda de TV paga, banda larga e celular para o mesmo cliente - e mudar sua estrutura operacional.
"Há desafios pela frente", disse Bava a jornalistas. "As empresas de telecomunicações tem que ter flexibilidade para investir no médio e longo prazo. O setor tem paybacks (retornos de investimentos) longos, precisamos investir, mas para isso precisamos corrigir o cash flow (fluxo de caixa)", disse Bava.
Segundo o executivo, a presença da Oi em 4,8 mil municípios brasileiros é uma vantagem competitiva da empresa, que pretende crescer mais na banda larga fixa e móvel e na TV paga. "Nosso modelo de negócios será a convergência de serviços", declarou.
De acordo com dados citados pelo executivo, a TV paga tem penetração de apenas 23 por cento no Brasil, enquanto a banda larga tem penetração de 30 por cento.
"Mudança da cultura da Oi é um dos nossos imperativos estratégicos", disse Bava, citando necessidade de aumento da eficiência operacional e de treinamento de técnicos.
Segundo ele, a correção da trajetória do fluxo de caixa será obtida com melhora na qualidade das vendas da operadora. "Não precisamos forçar o cliente pré-pago comprar um pós-pago. Precisamos garantir que os clientes tenham aquilo que querem." Questionado sobre uma eventual fusão entre Oi e Portugal Telecom, Zeinal evitou falar sobre o assunto, afirmando que uma eventual operação seria assunto a ser tratado pelos controladores.
"Essa pergunta deve ser dirigida à PT (Portugal Telecom). Não consigo responder (...) Minha vinda para Oi não tem nada a ver com isso. Tem a ver com aliança industrial construída em 2010, com identificação clara de que existem sinergias", acrescentou.
Zeinal deixou o comando da Portugal Telecom, uma das principais acionistas da Oi, para assumir a presidência do grupo brasileiro em junho.