Oi: o Grupo BTG Pactual está coordenando o processo de venda, disse fonte (Marcelo Correa / EXAME)
Da Redação
Publicado em 28 de agosto de 2014 às 15h40.
A Oi negocia vender sua fatia de 25 por cento na Unitel, a maior operadora de telefonia móvel de Angola, a outros acionistas por mais de US$ 2 bilhões, segundo uma pessoa familiarizada com o assunto.
Isabel dos Santos, filha do presidente angolano José Eduardo dos Santos, e outros acionistas como a estatal de petróleo Sonangol estão entre os possíveis compradores, disse a pessoa que pediu para não ser identificada porque as discussões são privadas.
O Grupo BTG Pactual, um dos maiores acionistas da Oi, está coordenando o processo de venda, disse a pessoa.
A Oi comprou a fatia quando a Portugal Telecom SGPS SA subscreveu seus ativos no aumento de capital em maio, como parte do processo de fusão.
Isabel dos Santos, a mulher mais rica da África, e outros acionistas angolanos têm o direito de primeira recusa se a fatia da Portugal Telecom mudar de mãos, e eles enviaram uma carta em março argumentando que a transferência para a Oi desencadeou aquela cláusula, segundo o comunicado.
A Portugal Telecom contestou a afirmação, disse Oi no comunicado.
O valor de mercado da fatia na Unitel era de 494,3 milhões de euros (US$ 652,1 milhões) no final do ano passado, não incluindo recebíveis de 238,2 milhões euros da Unitel, a maioria de dividendos não pagos, segundo o comunicado da Oi.
Em seu relatório financeiro, a Oi reconhece a fatia na Unitel com preço-justo de mercado de cerca de R$ 4 bilhões (US$ 1,8 bilhões).
Alcirene Queta, porta-voz da Unitel, e Mateus Cristovão, porta-voz da Sonangol, disseram por telefone que não poderiam responder aos pedidos de comentários imediatamente.
A Unitel não foi capaz de fornecer um comentário de Isabel dos Santos, que faz parte do conselho.
A BTG e a Oi disseram que não tinham nenhum comentário imediato, enquanto um porta-voz da Portugal Telecom não estava imediatamente disponível para comentar.
O CEO da Oi, Zeinal Bava, disse no início deste mês que a companhia está considerando mais “alienação de ativo” após cortar dívida por meio da venda de quase US$ 3 bilhões de ativos, de cabos submarinos a torres de telefone fixo, desde abril de 2013.