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Oi pode financiar negócios móveis se necessário, diz CEO

Zeinal Bava afirmou durante conferência que não se sente confortável com os níveis de dívida do grupo


	Loja da Oi: empresa não descarta financiar negócios móveis para reduzir dívida
 (Paulo Fridman/Bloomberg)

Loja da Oi: empresa não descarta financiar negócios móveis para reduzir dívida (Paulo Fridman/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 20 de novembro de 2013 às 16h17.

Barcelona - A Oi, maior grupo de telefonia fixa do Brasil, está confiante de que pode levantar recursos se decidir buscar aquisições para impulsionar sua participação no mercado de telefonia móvel, seguindo a sua fusão com a Portugal Telecom.

Zeinal Bava, que se tornou presidente-executivo da empresa combinada Oi e Portugal Telecom após a fusão anunciada em outubro, não descartou uma venda de ações para financiar um acordo móvel ou reduzir a dívida da empresa.

Ao falar durante uma conferência nesta quarta-feira, Bava afirmou que não se sente "confortável" com os níveis de dívida do grupo após o acordo, que será de cerca de 3,2 vezes o lucro principal anual.

"Claro, não nos sentimos confortáveis sobre esse nível", disse ele, acrescentando que o mercado provalvemente irá preferir níveis de dívida próximos a duas vezes o lucro principal.

A empresa resultante da fusão precisaria levantar recursos para financiar qualquer aquisição maior no mercado de telefonia móvel no Brasil, que é dominado por quatro empresas mas pode ser reduzido a três se a controladora da líder do mercado Vivo, a espanhola Telefónica buscar uma cisão ou venda da TIM Brasil, controlada pela Telecom Italia.

Analistas têm dito que a Oi, a quarta colocada no mercado de telefonia móvel em participação de mercado, poderia comprar parte da TIM junto com rivais em caso de cisão. Nenhuma das principais empresas brasileiras poderia comprar por completo a TIM, que analistas avaliam em 8,9 bilhões de euros, devido temores antitrustes.

A Telefónica é a maior acionista na Telecom Italia e tem poder de decisão na estratégia do grupo no Brasil apesar de serem rivais no país. Anteriormente, fontes disseram à Reuters que a Telefónica pretende vender a TIM no segundo semestre de 2014.

"Vamos continuar a monitorar o que acontece no Brasil", disse Bava. "Temos capacidade de olhar para aquisições se quisermos, mas neste momento nosso foco é em simplificar nossa estrutura corporativa com a conclusão da fusão. Assim que fizermos isso, podemos olhar para outras coisas." Espera-se que a fusão entre Oi e Portugal Telecom seja concluída no primeiro semestre do próximo ano.

Questionado se um negócio em telefonia móvel exigiria um financiamento adicional, Bava disse: "Tudo se resume a quanto custa. Mas se precisamos de capital para consolidarmos e na esteira disso pudermos provar ao mercado que podemos gerar sinergias, eu acredito que levantar recursos não será um problema." Mesmo sem aquisições a Oi seria capaz de ampliar seu negócio de telefonia móvel, concentrando-se no mercado de pré-pago e em determinadas regiões, como no sul do Brasil, onde a sua fatia de mercado é muito pequena, disse ele.

Bava disse que as prioridades do novo grupo são a desalavancagem via investimentos mais baixos em rede, redução de custos e vendas de ativos selecionados, enquanto ainda busca aumentar a geração de caixa de suas operações móveis e de linha fixa.

"Nós também estamos olhando para as opções em torno de nossas torres de celulares", disse Bava, referindo-se a uma outra possível venda de ativos.

Questionado se a nova empresa iria considerar a venda de empresas africanas da Portugal Telecom, que incluem participações em operadoras em Angola e Moçambique, Bava não se comprometeu.

"Nosso foco de gestão é Portugal e Brasil - na África, esses ativos geram dinheiro e não tem nenhuma dívida em seus livros, então, francamente, eles não ocupam muito do meu tempo".

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