Lisboa - A Portugal Telecom (PT) e a brasileira Oi anunciaram nesta quarta-feira uma mudança na distribuição do capital em seu projeto de fusão, uma consequência da crise do Banco Espírito Santo (BES), que afetou o grupo português de telecomunicações.
A participação da PT no novo grupo, que pretende assumir uma posição importante no mercado de telecomunicações de língua portuguesa, será de 25,6%, contra os 38% previstos inicialmente, segundo um comunicado da empresa lusitana.
A modificação foi decidida depois que a holding Rioforte, integrante do grupo bancário português Espírito Santo, declarou-se na terça-feira incapaz de reembolsar um vencimento de dívida no valor de 847 milhões de euros a Portugal Telecom.
A Rioforte deve recorrer nos próximos dias à proteção da lei de falências.
Após o anúncio, a ação da Portugal Telecom registrava alta na Bolsa de Lisboa.
Na terça, a ação do Banco Espírito Santo perdeu 14,61% e fechou a 0,38 euro, menor valor histórico.
A PT afirmou em seu comunicado que as duas empresas "continuam comprometidas com a conclusão com os passos restantes da fusão".
Segundo o projeto, a fusão vai dar origem a um grande grupo de telecomunicações do mercado de língua portuguesa com sede no Rio de Janeiro e com ações nas bolsas de Lisboa, São Paulo e Nova York.
Uma história com muitas ramificações
O grupo Espírito Santo enfrenta uma grave crise desde junho, quando as autoridades descobriram que outra de suas holdings, a ESI, ocultava prejuízos que superavam 1,3 bilhão de euros. Isso precipitou a saída do presidente do banco, Ricardo Salgado, e a queda expressiva do valor da ação. No começo do mês, a ESI também descumpriu o prazo de pagamento de uma dívida em poder de clientes suíços.
A Rioforte possui 49% do capital do Espírito Santo Financial Group (ESFG), principal acionista do Banco Espírito Santo, com uma participação de 20,1%.
A holding, com sede em Luxemburgo, apresentará em breve um plano de reestruturação ao tribunal de comércio do Grão-ducado no qual pretende vender ativos e captar fundos, protegida das demandas de seus credores.
O grupo Portugal Telecom deixou claro que, em coordenação com a Oi, usará contra a Rioforte "as vias legais disponíveis para a obter o reembolso da dívida".
A Oi já protestou no dia 3 de julho por não ter sido informada sobre a decisão da Portugal Telecom de subscrever 897 milhões de euros da dívida da Rioforte, dos quais 847 milhões venciam na terça-feira.
A Oi informou em seu comunicado que, para o pagamento dos bônus emitidos pela Rioforte, há "um período de carência de sete dias", aplicável também aos 50 milhões de euros restantes, que vencem nesta quinta-feira.
A PT fez o investimento em abril, depois que seus acionistas aprovaram a fusão.
Apesar da tensão, em um país recém-saído de um plano de resgate da UE e do FMI, o Tesouro português conseguiu colocar no mercado nesta quarta-feira 1,25 bilhão de euros em títulos de curto prazo, com uma taxa em baixa para seis meses e em alta para doze meses.
*Atualizada às 14h35 do dia 16/07/2014
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1. Heineken e a disputa pela Fraser %26 Neave
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1/7 (Germano Luders/Justin Sullivan)
São Paulo – Um mês atrás, a
Heineken fez uma oferta para comprar o controle da cervejaria Fraser & Neave, de Cingapura, por cerca de 4 bilhões de dólares. A companhia holandesa é parceira da F&N há mais de 80 anos. Na ocasião, a oferta foi considerada positiva para o mercado e atrativa para os acionistas da cervejaria asiática , até a Kirin, cervejaria japonesa e dona da Schincariol, entrar na jogada e anunciar que também tinha interesse no negócio. Dias depois, no entanto, o conselho da F&N anunciou que a Heineken era preferida, pois tinha oferecido uma proposta mais atraente para comprar o controle. Quando o mercado achou que a aquisição estava prestes a ser divulgada, mais um revés aconteceu: a oferta foi considerada baixa e a Heineken precisou oferecer uma nova proposta. No fim da semana passada, finalmente um acordo definitivo e irrevogável foi assinado pelas duas fabricantes de cerveja. A Heineken propôs compra a F&N por 4,5 bilhões de dólares e a oferta foi aceita pela cervejaria de Cingapura.
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2. Fusão entre Glencore e Xstrata
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2/7 (Sebastian Derungs/AFP)
Outra novela que está longe do capítulo final é a fusão entre as mineradoras
Glencore e Xstrata. Os primeiros boatos da união das operações da companhia surgiram em junho de 2011 e até hoje não se chegou a nenhuma conclusão. A nova companhia, que deverá se chamar Glencore Xstrata International, terá escala para produzir e negociar recursos naturais, incluindo metais, petróleo e grãos, em cinco continentes, e tem valor avaliado pelo mercado em 90 bilhões de dólares. A Glencore já avaliou abandonar a operação a fim de evitar o aumento do valor do acordo. O Catar, segundo maior acionista da Xstrata, exige que a participação monetária da companhia suíça seja maior. Até as autoridades antitruste da Austrália disseram que não vão se opor à operação. Resta agora as duas companhias de fato concluírem a fusão.
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3. CSA e ninguém interessado
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3/7 (Germano Lüders/EXAME.com)
Desde janeiro, a ThyssenKrupp, siderúrgica alemã, está tentando vender sua participação de 73% na
Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), na qual a Vale também é sócia, e não está conseguindo achar um comprador. Recentemente, a Usiminas e a Gerdau afirmaram que a aquisição da CSA não estava no radar. Outra possível compradora seria a CSN, que estaria aguardando, desde de junho, dados da companhia para avaliar a operação. Sabe-se que o setor siderúrgico não vive o melhor dos mundos. A atual crise é motivada pelo alto preço dos insumos, como minério de ferro, e pelo aumento da concorrência, principalmente de companhias chinesas desse setor.
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4. Demorou, mas a Dell comprou a Quest
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4/7 (Getty Images)
Em maio, a
Dell anunciou a compra da Quest por 2,4 bilhões de dólares, mas, dias depois, sem nenhum motivo aparente, as negociações entre as duas companhias foram rompidas. No mês passado, no entanto, a Dell reiterou o desejo de comprar a companhia de tecnologia pelo mesmo valor da oferta inicial e finalmente a operação foi concluída. Vale lembrar também que em março a Quest havia concordado em ser adquirida pela Insight Venture Partners por 2 bilhões de dólares, mas voltou atrás no negócio. Será a Dell ou a Quest a enrolada na história?
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5. Coty ainda quer a Avon?
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5/7 (Divulgação)
Embora já tenha caído no esquecimento, durante os meses de março, abril e maio deste ano, a Coty, companhia francesa de fragrâncias, tentou de todas as maneiras comprar a
Avon. A primeira oferta feita pela companhia, no valor de 10 bilhões de dólares, foi considerada hostil pela empresa de venda direta americana e rapidamente recusada. Dias depois, no entanto, a Coty aumentou a proposta para 10,7 bilhões de reais e a Avon disse que iria avaliar as condições do negócio, mas não chegou a dar nenhuma resposta formal sobre a operação. Aborrecida com a situação, a Coty retirou sua oferta de 10,7 bilhões, alegando que a maior companhia de venda direta de cosméticos do mundo não cumpriu p prazo para iniciar a discussão sobre um acordo proposto em março.
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6. Volks quer ser única dona da Porsche
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6/7 (Divulgação)
No início de junho, a
Volkswagen anunciou que compraria por 4,4 bilhões de euros o controle da montadora de luxo Porsche, mas, desde então, não se voltou mais a falar sobre a operação. A Volks é sócia da Porsche desde 2009, quando adquiriu participação de 49,9%, por 3,9 bilhões de euros. Durante anos, a montadora alemã estudou maneiras de se tornar a única dona da marca de automóveis de luxo. O acordo de aquisição está previsto para, finalmente, ser concluído neste mês. Agora, é aguardar para ver.
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7. Veja: 11 empresas brasileiras compradas por estrangeiras
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7/7 (Getty Images)