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Oi deve sair de recuperação judicial, mas continuará mais fraca que rivais

Operadora informou que espera arrecadar entre R$ 6,5 bilhões e R$ 7,5 bilhões com a venda de ativos, que correspondem a cerca de 70% do seu valor atual

Recuperação judicial: empresa entrou com pedido de proteção na Justiça contra credores em junho de 2016, com dívidas declaradas de R$ 65 bilhões (Germano Lüders/Exame)

Recuperação judicial: empresa entrou com pedido de proteção na Justiça contra credores em junho de 2016, com dívidas declaradas de R$ 65 bilhões (Germano Lüders/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de julho de 2019 às 08h00.

A Oi anunciou na última terça-feira, 16, seu novo plano estratégico, considerado um passo importante para saída da operadora do processo de recuperação judicial. A empresa, que entrou com pedido de proteção na Justiça contra credores em junho de 2016, com dívidas declaradas de R$ 65 bilhões, poderá sair desse processo a partir de fevereiro, mas ainda deverá continuar mais fraca que seus concorrentes.

Quarta maior operadora do país, a Oi pretende, nesse plano, expandir sua atuação em banda larga e telefonia móvel. Para isso porém, precisa fazer investimentos bilionários para competir de igual para igual com suas rivais Vivo, Claro e TIM. Só que, na prática, ainda não tem dinheiro o suficiente para isso e conta com a venda de ativos não estratégicos — que já levou a mercado anteriormente - para bancar a estratégia.

Diante das dificuldades financeiras que enfrentou nos últimos anos, segundo fonte a par do assunto, a companhia não investiu o suficiente em redes 4G e 5G e não deverá participar do leilão marcado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) de novas frequências, previsto para o início de 2020.

Em teleconferência a analistas, a operadora informou que espera arrecadar entre R$ 6,5 bilhões e R$ 7,5 bilhões com a venda de ativos, que correspondem a cerca de 70% do seu valor atual de mercado. A operadora também prevê ainda mais esforços para reduzir seus custos.

Líder em telefonia fixa no país, segmento que não é mais lucrativo, a empresa ainda conta com outros recursos extras em seu caixa. Nas contas da Oi está prevista a entrada total de R$ 12,5 bilhões a R$ 14,5 bilhões, incluindo os R$ 7,5 bilhões, que acredita, venderá. O valor inclui também o aumento de capital de R$ 4 bilhões aprovado no primeiro trimestre e a obtenção de créditos de PIS/Cofins de até R$ 3,1 bilhões, dos quais R$ 650 milhões este ano.

A operadora afirmou ainda que o novo plano estratégico está voltado à melhoria da desempenho operacional e financeiro, com crescimento de receita e geração de caixa. De acordo com o plano a companhia estima redução de custos de R$ 1 bilhão a ser alcançada até 2021.

Bolsa

Não é a primeira vez que a empresa tenta vender seus ativos. No início deste ano, contratou o do Bank of America Merril Lynch como assessor financeiro. Ontem, as ações ordinárias da Oi fecharam em queda de 3,09% e, as preferenciais, com recuo de 0,56%, embora tenham iniciado o pregão em alta.

A fusão da Oi com outra operadora no país também é apontada como uma saída para a tele. Mesmo antes de entrar em recuperação judicial, havia a expectativa de que a Oi se unisse à TIM, controlada pela Telecom Itália. Várias conversas foram costuradas, mas devido à crise da Oi, principalmente, o negócio não avançou. Nos últimos meses, os controladores da Telecom Itália avaliaram colocar a TIM Brasil à venda para reduzir o endividamento.

A possibilidade de unir os dois negócios ainda existe, mas não deverá ocorrer tão cedo, segundo fontes. Primeiro, a Oi precisa sair da recuperação judicial. O próximo passo seria encontrar um investidor financeiro que possa fazer um aporte para a compra da TIM e promover a união com a Oi.

Em 2013, a Oi se fundiu com a Portugal Telecom. O negócio à época foi feito para fortalecer a companhia, mas desandou. Após a privatização, a companhia tinha como sócios a família Jereissati, o grupo Andrade Gutierrez e o BNDES.

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