Logo da Oi: ideia está sob análise porque a operadora com sede no Rio de Janeiro não vê outra forma de sobreviver com seu atual nível de endividamento (Dado Galdieri/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 5 de maio de 2016 às 18h09.
A Oi, operadora de telefonia mais endividada do Brasil, está negociando com alguns credores a conversão de parte de sua dívida de US$ 17 bilhões em ações, segundo duas pessoas com conhecimento do assunto.
A ideia está sob análise porque a operadora com sede no Rio de Janeiro não vê outra forma de sobreviver com seu atual nível de endividamento, disseram as pessoas, pedindo anonimato porque as discussões são privadas.
Os credores representados pela Moelis & Co. estão avaliando se devem aceitar a proposta, que poderia representar ganhos no futuro se a Oi conseguir vender parte de seus ativos às concorrentes, disseram as pessoas. Uma proposta final, incluindo os termos da transação, deve ser finalizada neste mês, disseram as pessoas.
A assessoria de imprensa da Oi preferiu não comentar.
A Oi é a quarta maior operadora de telefonia celular do Brasil. A empresa também opera parte do sistema de telefonia de linha fixa do país, que tem se mostrado oneroso -- a empresa tem o compromisso legal de expandir e manter a rede, que está obsoleta. A Oi teve cerca de R$ 5 bilhões (US$ 1,4 bilhão) de despesas de juros em 2015, muito mais do que os cerca de R$ 2,7 bilhões de lucro operacional disponíveis para pagar esses custos, segundo dados compilados pela Bloomberg.
A operadora disse no mês passado que contratou a PJT Partners para aconselhá-la no gerenciamento de sua dívida e anunciou um acordo em 25 de abril para iniciar negociações com o grupo representado pela Moelis, visando concluir rapidamente um processo de reestruturação. Os clientes não serão afetados pelo processo de reestruturação, disse a operadora de telefonia.
A dívida total da Oi representava mais de quatro vezes seu patrimônio líquido no fim do ano passado, contra uma relação de 47 por cento na rival Tim Participações e de 15 por cento na Telefônica Brasil, segundo dados compilados pela Bloomberg.