Equipe de exploração da OGX: empresa contratará no ano que vem empresa para auditar reservas (André Valentim/EXAME)
Da Redação
Publicado em 11 de dezembro de 2012 às 18h50.
Rio - A OGX, empresa de petróleo e gás do grupo de Eike Batista, alterou sua estratégia de comunicação ao mercado financeiro para se afastar da imagem de que promete mais do que faz. Em vez de promover todo indício de descoberta de óleo e provocar o ânimo dos investidores, irá se ater mais aos fatos e menos às projeções, disse o diretor Financeiro da empresa, Roberto Monteiro.
Apenas no futuro, quando a empresa tiver uma carteira de áreas em produção mais consolidada e ganhar corpo, passará, então, a informar o mercado sobre acontecimentos de curto prazo, como fazem as petroleiras de maior porte. O passo mais firme nessa mudança de rumo será dado no próximo ano.
Ainda no primeiro semestre, a OGX irá contratar uma empresa para auditar as reservas provadas. A ideia é recolher as informações ao longo do semestre para, em seguida, lançar o primeiro relatório de reservas provadas, que poderá sair até junho ou se estender para o semestre seguinte. "A data de corte será o primeiro semestre", explicou o diretor da petroleira. A partir daí, a OGX lançará relatórios de reservas provadas a cada seis meses.
O primeiro documento já incluirá os ativos da bacia de Santos, onde a petroleira de Eike atua desde novembro, quando adquiriu 40% do bloco BS-4 da Petrobrás e passou a ser sócia de Queiroz Galvão, dona de 30% da área e operadora, e da Barra Energia, proprietária dos demais 30%. Apenas para colocar adiante este investimento, a OGX irá gastar de US$ 100 milhões a US$ 130 milhões no próximo ano, do total de US$ 1,2 bilhão que pretende investir em 2013.
Por enquanto, não há previsão de recorrer ao mercado financeiro para reforçar o caixa e fazer frente aos investimentos. O desenvolvimento do BS-4 foi pessoalmente garantido por Eike Batista, que, ainda na fase de decisão de compra de participação na área, ofereceu à petroleira até US$ 1 bilhão via operação "put", de subscrição de ações ordinárias da companhia ao preço de exercício de R$ 6,30 por ação. "Temos o direito da put, mas não quer dizer que iremos exercer. É um conforto. Um cheque especial sem juros", disse Monteiro, comparando Eike a um banco de custo nulo.