Negócios

OGX não deve pagar US$ 44,5 mi em juros de bônus

Se confirmado, falta do pagamento aproxima a companhia do maior calote corporativo da história da América Latina


	Eike Batista: endividada e sem produção de petróleo para honrar seus compromissos, a companhia de Eike não deve realizar pagamento de bônus
 (Jonathan Alcorn/ Bloomberg)

Eike Batista: endividada e sem produção de petróleo para honrar seus compromissos, a companhia de Eike não deve realizar pagamento de bônus (Jonathan Alcorn/ Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2013 às 21h44.

Rio de Janeiro/São Paulo - A petroleira OGX, de Eike Batista, não deverá pagar 44,5 milhões de dólares em juros que vencem nesta terça-feira a detentores de bônus, aproximando a companhia do maior calote corporativo da história da América Latina.

Endividada e sem produção de petróleo para honrar seus compromissos, a OGX não deve realizar o pagamento, afirmaram nesta segunda-feira duas fontes a par do assunto.

Caso a empresa decida não fazer o pagamento do cupom, um anúncio será feito dentro de poucos dias, disse uma das fontes. A outra fonte disse que a OGX quer usar o período de carência de 30 dias que começa quando a empresa perde o pagamento para concluir as negociações de reestruturação da dívida com os detentores de bônus.

De acordo com as duas fontes, a saída para a empresa passa por uma recuperação judicial, embora uma decisão formal sobre isso ainda não tenha sido acordada oficialmente.

O pedido de recuperação judicial deve ser realizado até o fim de outubro, disse uma das fontes com conhecimento direto do tema e que pediu para não ser identificado.

Procurada, uma porta-voz da OGX não quis comentar.

OGX contratou Blackstone Group LP e banco de investimentos Lazard Ltd para "rever a sua estrutura de capital". Um grupo de credores, se preparando para uma negociação com a petrolífera, contratou a empresa de consultoria financeira Rothschild para aconselhá-lo sobre uma potencial reestruturação da dívida.

O Pacific Investment Management Co, maior fundo de bônus do mundo conhecida como Pimco, e BlackRock Inc, maior gestora de fundos do mundo, fazem parte do grupo. Combinados, os detentores de bônus do grupo possuem mais da metade dos 3,6 bilhões de dólares em títulos da OGX em circulação.

O pagamento de terça-feira se refere a uma dívida de 1,1 bilhão de dólares em bônus com vencimento em 2022. A OGX também terá que arcar em dezembro com o pagamento de aproximadamente 100 milhões de dólares em cupom do bônus com vencimento em 2018.

Os preços dos bônus da OGX caíram mais de 80 por cento este ano, no pior desempenho de um título de mercados emergentes, de acordo com dados da Thomson Reuters. As ações da OGX recuaram 25 por cento nesta segunda-feira, a 0,21 real.

A derrocada da OGX, que já foi considerada o ativo mais precioso do grupo de empresas de Eike, ganhou força após sucessivas frustrações com o nível de produção da petroleira.

No início de julho, a companhia decidiu não seguir adiante com o desenvolvimento de algumas áreas na bacia de Campos antes consideradas promissoras.

A petroleira --com uma dívida acima de 4 bilhões de dólares, a maioria em bônus no exterior-- espera completar a venda de uma fatia em blocos de petróleo que possui para a malaia Petronas para conseguir um alívio no caixa.

Acompanhe tudo sobre:BônusDívidas empresariaisEmpresasGás e combustíveisIndústria do petróleoOGpar (ex-OGX)OGXP3PetróleoSalários

Mais de Negócios

A voz está prestes a virar o novo ‘reconhecimento facial’. Conheça a startup brasileira por trás

Após perder 52 quilos, ele criou uma empresa de alimento saudável que hoje fatura R$ 500 milhões

Esta empresária catarinense faz R$ 100 milhões com uma farmácia de manipulação para pets

Companhia aérea do Líbano mantém voos e é considerada a 'mais corajosa do mundo'