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OGX deve pedir recuperação judicial nesta quarta

A empresa divulgou que só terá caixa por mais algumas semanas e por isso precisa levantar recursos com credores ou com novos investidores


	Funcionário da OGX em plataforma de exploração de petróleo: as informações só reforçaram no mercado a expectativa de que a empresa entre com o pedido de recuperação 
 (Divulgação)

Funcionário da OGX em plataforma de exploração de petróleo: as informações só reforçaram no mercado a expectativa de que a empresa entre com o pedido de recuperação  (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 30 de outubro de 2013 às 08h41.

São Paulo e Rio - Com a recuperação judicial batendo à porta, a petroleira OGX, do empresário Eike Batista, divulgou, na terça-feira, 29, um comunicado em que diz, entre outras coisas, que só terá caixa por mais algumas semanas e por isso precisa levantar recursos com credores ou com novos investidores.

As informações só reforçaram no mercado a expectativa de que a empresa entre com o pedido de recuperação entre esta quarta-feira, 30, e a quinta-feira, 31.

A empresa anunciou, durante a madrugada de terça-feira, 29, que terminou sem acordo a negociação de meses com detentores de títulos de dívida emitidos no exterior, com valor de face de US$ 3,6 bilhões.

No site da OGX, foram publicadas as apresentações feitas aos credores externos, revelando a demissão de 150 funcionários no fim deste mês, revisões para baixo nas perspectivas de produção do Campo de Tubarão Martelo (o principal da petroleira) e a negociação para vender a operação de gás natural no Maranhão para a Eneva, empresa do Grupo EBX que teve o controle vendido para os alemães da E.ON.

No documento, a empresa fala em redimensionar suas ambições e deixar para trás o passado recente de “otimismo excessivo, óleo insuficiente”, com metas “mais que ambiciosas” e “caixa estrangulado”. Para tentar convencer os investidores, a petroleira aponta como principal objetivo concentrar esforços em Tubarão Martelo e Atlanta (BS-4).

As más notícias derrubaram as ações da petroleira em 20,69%, a R$ 0,23.

Numa apresentação feita no último dia 23 para o grupo financeiro Rothschild, a OGX diz que precisaria de US$ 250 milhões em empréstimos adicionais até abril de 2014: “A companhia atualmente espera que ficará sem caixa na última semana de dezembro.” Alguns dados foram censurados com tarjas pretas, mas se tornam visíveis após serem copiados e colados, como revelou o site Infomoney.


A divulgação estava prevista num acordo de confidencialidade firmado entre OGX e seus credores externos - como as gestoras de fundos Pacific Investment Management (Pimco) e a BlackRock.

O plano de reestruturação da OGX previa transformar os títulos de dívida em ações, diluindo os atuais acionistas - tanto Eike quanto minoritários. A dívida total, de US$ 5,1 bilhões, seria reduzida a US$ 2,2 bilhões.

Entre os credores estão também o estaleiro OSX e fornecedores. Pela proposta, os donos de títulos ficariam com 57% da OGX; a OSX com 14%, e os fornecedores, 9%. Os detentores da dívida externa não teriam aprovado essa distribuição, disse uma fonte ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.

Escondido

Entre as informações passadas pela OGX aos credores, mas censuradas no documento, estão os motivos da renegociação com a petroleira malaia Petronas do valor de venda da participação de 40% no campo de Tubarão Martelo. Estima-se em US$ 103 milhões o custo de produção do primeiro óleo do campo.

À primeira vista, o documento informa apenas que as duas empresas seguem discutindo o valor. Em maio, a OGX anunciou o acordo para vender por US$ 850 milhões os 40% de Tubarão Martelo. Na parte coberta pela tarja preta, porém, é possível ler que o valor está em ajuste “devido à redução do volume depois da interpretação de dados da produção de seis poços perfurados”.

Tarjas pretas escondem ainda detalhes da negociação para vender a OGX Maranhão para a Eneva (ex-MPX): o plano é vender duas etapas, com o pagamento de US$ 91 milhões em janeiro e mais US$ 82 milhões em parcelas mensais de julho de 2015 a abril de 2016. Colaborou Mariana Durão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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