OGX: petroleira atualmente possui 66,7 por cento da OGX Maranhão, que tem blocos exploratórios terrestres na Bacia do Parnaíba e fornece gás para abastecer térmica da Eneva (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 31 de outubro de 2013 às 10h57.
São Paulo - A endividada OGX, que entrou com pedido de recuperação judicial, acertou sua saída da OGX Maranhão, em uma operação que deve garantir cerca de 344 milhões de reais à petroleira de Eike Batista, dinheiro crucial para garantir a sobrevida da companhia.
A petroleira atualmente possui 66,7 por cento da OGX Maranhão, que tem blocos exploratórios terrestres na Bacia do Parnaíba e fornece gás para abastecer térmica da Eneva, ex-MPX e que também era controlada por Eike.
A saída da petroleira da empresa de gás será precedida por um aumento de capital da OGX Maranhão no valor de 250 milhões de reais, segundo fato relevante nesta quinta-feira.
O aumento de capital será subscrito pela Cambuhy Investimentos (200 milhões de reais), que tem entre os sócios a família Moreira Salles, e a alemã E.ON (50 milhões de reais). A E.ON é acionista majoritária da Eneva, que por sua vez é sócia minoritária da OGX Maranhão.
"A nova estrutura societária e o aumento de capital proporcionarão à OGX Maranhão os recursos necessários para dar seguimento às suas operações e projetos de exploração, assegurando a continuidade das operações", informou a Eneva em comunicado nesta quinta-feira.
Como não participará do aumento de capital, a participação da petroleira de Eike na OGX Maranhão será reduzida para 36,36 por cento. É essa parcela remanescente que será alvo de compra pela Cambuhy.
A petroleira receberá também outros cerca de 144 milhões de reais referentes à dívida líquida da OGX Maranhão com a OGX. Essa quantia será paga gradualmente --50 milhões de reais na data do aumento de capital da OGX Maranhão, cinco parcelas de 10 milhões de reais de julho a novembro de 2014 e ao redor de 45 milhões de reais em janeiro de 2015, segundo a OGX.
O fechamento das operações está sujeito à aprovação do órgão antitruste Cade e à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), além dos credores da OGX.
Após uma campanha exploratória que fracassou em grande medida, a OGX entrou na quarta-feira com um esperado pedido de recuperação judicial, diante do fracasso na tentativa de reestruturar 3,6 bilhões de dólares em bônus de dívida no exterior.
A petroleira, que já foi considerada o ativo mais precioso de Eike, terá 60 dias para apresentar um plano de reorganização, caso a Justiça autorize a recuperação judicial.
A OGX deve ficar sem caixa nas próximas semanas e corre para obter dinheiro novo com objetivo de dar prosseguimento aos trabalhos para início da produção de petróleo no campo de Tubarão Martelo, na Bacia de Campos, em novembro.
As ações da OGX, que foram suspensas no começo do pregão desta quinta e serão excluídas do Ibovespa, desabavam quase 18 por cento pouco depois das 11h30, a 0,14 real.