Plataforma de petróleo da OGX: segundo o presidente da empresa, a OGPar a empresa precisa fechar com urgência a negociação com os donos dos direitos de aluguel das plataformas (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 14 de abril de 2015 às 21h03.
Rio - Após fechar novo acordo na semana passada com os credores que injetaram recursos na companhia em meio à recuperação judicial, a OGPar (ex-OGX), petroleira fundada por Eike Batista, tem pela frente um desafio, do qual depende a continuidade das suas atividades.
A afirmação é do próprio presidente da empresa, Paulo Narcélio.
Segundo o executivo, a empresa precisa fechar com urgência a negociação com os donos dos direitos de aluguel das plataformas em operação nos dois únicos campos em que produz, Tubarão Azul e Tubarão Martelo, ambas na Bacia de Campos.
A ideia é devolvê-las e, assim, reduzir custos.
As conversas já começaram com os donos dos direitos da OSX-1, em Tubarão Azul, mas, no caso da OSX-3, de Tubarão Martelo, os donos estão brigando na Justiça com a petroleira.
Caso o acerto não seja fechado, o executivo diz que a falência é uma opção, apesar de a companhia estar batalhando para evitá-la. Perseguimos o cenário necessário para salvar a companhia, que é ter sucesso na negociação com os donos das plataformas OSX-1 e OSX-3. É a única opção que nos daria a garantia hoje de não irmos à falência, afirmou Narcélio.
A OSX, também fundada por Eike e em recuperação judicial, cedeu os direitos creditórios do arrendamento das plataformas para seus credores.
Um grupo, com credores noruegueses e instituições financeiras, é responsável pela OSX-1 e outro, bondholders liderados pela Nordic Trustee, pela OSX-3.
Diante da forte queda da cotação do petróleo desde o ano passado, o plano da companhia é devolver as plataformas, interromper a produção e encontrar uma solução mais barata para a operação de Tubarão Martelo até meados de 2016.
Isso implicaria termos uma FPSO (navio-plataforma) mais barata, afirmou o presidente da OGPar. Após encontrarmos a plataforma, vamos manter a produção até quando for economicamente viável. Já estamos procurando outros fornecedores, explicou.
A produção em Tubarão Azul, no entanto, deve ser interrompida, o que já era previsto desde o ano passado. O custo é elevado porque as plataformas foram superdimensionadas para a produção dos campos e, com a queda do petróleo, tornaram as operações inviáveis.
Ao mesmo tempo em que é penalizada pela crise, a empresa quer aproveitar o momento para negociar com fornecedores uma plataforma para Tubarão Martelo.
O executivo não informa qual o valor que empresa quer pagar, mas atualmente são US$ 130 mil por dia. O valor foi reduzido no final do ano passado por decisão liminar na Justiça; antes eram US$ 250 mil diários.
Negociação
No caso dos credores da OSX-1, em Tubarão Azul, a negociação neste momento gira em torno de valores, afirma Narcélio. A nossa proposta é que eles levem a embarcação e prestem garantias de abandono para a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). A forma de fazer a devolução está sendo discutida, disse.
No dia 24, executivos da petroleira se reúnem em Londres com esses credores da OSX para dar prosseguimento às conversas.
A preocupação gira em torno da plataforma que está em Tubarão Martelo, a OSX-3. Nossa proposta é muito clara: devolvemos a plataforma, podemos transferir temporariamente a gestão do campo para eles, que pagam todos os custos de abandono, detalhou o executivo.
Para Narcélio, esses credores da OSX não perceberam ainda que, se provocarem a falência da companhia, podem perder a embarcação. Não estão colaborativos. O barco vai ficar como garantia para o abandono.