Cloreto de potássio na K+S: O preço indicado, de 40 euros por ação, é visto por alguns como demasiadamente baixo e não reflete os benefícios da Potash ao adquirir a empresa (Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 26 de junho de 2015 às 12h17.
São Paulo - Um dia após a proposta da fabricante de fertilizantes canadense Potash Corp. para adquirir a alemã K+S, analistas do mercado tem visões distintas quanto à transação.
O valor indicado, os benefícios com a união das duas companhias e os obstáculos regulatórios ao acordo são os pontos mais comentados no mercado.
O preço indicado, de 40 euros por ação, é visto por alguns como demasiadamente baixo e não reflete os benefícios da Potash ao adquirir a K+S. O banco WGZ, por exemplo, alega que uma oferta no valor de 46 euros por ação da K+S seria mais apropriada.
O Société Générale, em contrapartida, avalia que a oferta é muito atrativa para a K+S. Entretanto, outro analista afirma que, apesar de o valor não ser ruim, um ponto crucial que ainda não foi divulgado é o porcentual que será pago em dinheiro e em ações.
Além de diversificar a área de atuação e a exposição a culturas da Potash, a aquisição da K+S iria fornecer uma fluxo de rendimentos e lucros mais flexível à Potash, avaliou a consultoria Bernstein.
Além disso, a K+S tem uma forte posição no mercado europeu de cloreto de potássio, e uma posição ainda mais ampla no segmento de sulfato de potássio.
Entretanto, para que qualquer acordo possa ser concluído, a Potash provavelmente terá de se comprometer com salários futuros e com o número de funcionários na Alemanha.
As sinergias devem ser limitadas, já que há pouca sobreposição de operações existentes, avalia o Bernstein, que estima uma probabilidade de 75% de conclusão do acordo, alegando que a K+S deve obter maior valor se for adquirida pela Potash.
Muitos analistas, entretanto, apontam que a transação pode enfrentar obstáculos regulatórios. O banco canadense TD lembra que a aquisição fará com que a empresa detenha 30% das negócios mundiais de potássio.
A K+S é a sexta maior produtora de potássio, representando 8% do mercado global, enquanto a Potash detém cerca de 17% das operações mundiais.
O Equinet Bank afirma que o padrão regional de vendas das duas companhias é complementar, o que poderia gerar um controle de mais de 50% nas regiões de origem das duas empresas - América do Norte e Europa.
As operações internacionais da Potash se concentram na Índia e China, enquanto a K+S é mais forte no Brasil.
Enquanto isso, o banco BMO avalia que é improvável que a Potash compre a K+S. Analistas do banco lembram que o órgão regulador de mercado da Alemanha impediu uma fusão similar entre as duas companhias em 1997.
O banco diz, ainda, que "não está convencido de que o acordo faz sentido, estrategicamente, para a Potash", uma vez que a K+S opera minas de potássio de alto custo e rendimentos pequenos.
No entanto, ao obter o controle da mina canadense da K+S, a Potash poderia ganhar novamente alguma influência na formação internacional de preços. Fonte: Dow Jones Newswires.