Em busca de um ponto de apoio no Brasil, o Grupo Lala SAB, o maior produtor de laticínios do México, poderia descobrir que o caminho para enviar leite ao maior país da América Latina está cheio de buracos.
A Lala é um dos ofertantes pela unidade de laticínios da BRF SA no Brasil, segundo fontes do setor. A compra, que seria a primeira da Lala no país, seria arriscada para uma empresa não familiarizada com os clientes e as redes de distribuição do Brasil, segundo o Corporativo GBM SAB e o Banco Ve Por Más SA.
“O Brasil é um mercado complicado, especialmente para laticínios”, disse José María Flores, analista do Ve Por Más. “Vejo uma grande barreira por causa da distribuição. Eles teriam que investir muito” para levar sua marca.
A Lala despencou 3,9 por cento nos dias posteriores ao informe da Bloomberg sobre o interesse da empresa com sede na Cidade do México, publicado na semana passada, reduzindo um aumento de 20 por cento neste ano.
Esses ganhos ocorreram depois que, no ano passado, uma abertura de capital arrecadara 14 bilhões de pesos mexicanos (US$ 1,1 bilhão).
Segundo o presidente Eduardo Tricio, eles seriam usados para potenciais aquisições no México e na América Central, ou até na América do Sul ou nos EUA.
A Lala não quis comentar sobre a aquisição da BRF.
Na sua entrada ao Brasil, a Lala poderia aprender uma lição do Grupo Bimbo SAB, a maior fabricante de pão do mundo, cuja expansão para o País foi aturdida em 2013 por um ambiente de consumo fraco e uma rede de distribuição que precisou ser reconstruída.
No ano passado, o CEO da Bimbo, Daniel Servitje Montull, disse que o modelo de distribuição para o Brasil “simplesmente não é sustentável” e custou à empresa US$ 50 milhões em taxas de reestruturação no segundo trimestre.
Oportunidade à porta
O Brasil ficou na 120ª colocação entre 148 países quanto à qualidade das suas estradas no último Relatório Global de Competitividade do Fórum Econômico Mundial.
Quanto mais alto o número, piores são as condições. No mesmo estudo, publicado em setembro, o México está na 51° posição.
Uma chance de expandir-se no Brasil poderia acabar apresentando oportunidades que superam os riscos, segundo Marco Montañez, analista da Vector Casa de Bolsa, que recomenda conservar as ações.
“Eu vejo mais vantagens do que desvantagens”, disse Montañez, em entrevista por telefone da Cidade do México.
“É uma boa ideia tentar entrar neste mercado através de uma empresa estabelecida, bem posicionada e reconhecida pelo consumidor no mercado brasileiro”.
Demanda decrescente
A Lala também enfrentaria uma demanda decrescente por laticínios, disse Flores do Ve Por Más. O crescimento econômico do Brasil está desacelerando, tendo expandido 0,2 por cento durante os primeiros três meses deste ano, a metade do ritmo no trimestre anterior, pois o consumo das famílias caiu 0,1 por cento. Flores recomenda fortemente comprar as ações.
A BRF, com sede em São Paulo, gerou cerca de R$ 2,8 bilhões (US$ 1,3 bilhão) em vendas de laticínios no ano passado, segundo seu relatório anual. A companhia não quis comentar sobre a oferta informada da Lala.
Com base na mediana de múltiplos entre preços e vendas de 1,89 paga por produtores de laticínios de mercados emergentes nos últimos cinco anos, a unidade poderia ser vendida por R$ 5,3 bilhões, segundo dados compilados pela Bloomberg.
Em um relatório publicado no dia 29 de abril, a Votorantim Corretora disse que a unidade de leite poderia ser cotada em entre R$ 2 bilhões e R$ 2,6 bilhões.
O estudo disse que os laticínios estão sofrendo a pressão de custos altos do leite, o que está reduzindo os resultados.
“A distribuição de laticínios requere refrigeração, logo são necessárias distâncias menores entre as fábricas e as rotas de distribuição”, disse Flores. “Seria um enorme investimento para a Lala, além da compra da divisão”.
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1. Sangue nas rodovias federais
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1/11 (Wikimedia Commons)
São Paulo - As rodovias federais não param de quebrar recordes de mortes em acidentes. Em 2010, segundo dados do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) com base nos registros efetuados pelo Departamento de Polícia Rodoviária Federal (DPRF), houve 8.516 mortes, uma alta de 15,4% em relação ao ano anterior.
Fonte: DNIT Ano | Mortes |
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2000 | 6.339 |
2001 | 5.617 |
2002 | 6.312 |
2003 | 5.780 |
2004 | 6.119 |
2005 | 6.346 |
2006 | 6.168 |
2007 | 7.004 |
2008 | 6.946 |
2009 | 7.376 |
2010 | 8.516 |
Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), existem 14 trechos de estradas federais sob concessão à iniciativa privada. Apesar de a Polícia Rodoviária monitorar todas as rodovias, independentemente da jurisdição, os dados mais detalhados sobre os acidentes disponibilizados pelo DNIT limitam-se às estradas sob sua responsabilidade. Com base nessas informações,
EXAME.com listou as dez rodovias federais mais violentas em 2010, ou seja, as que tiveram o maior número de acidentes fatais. A reportagem encaminhou ao DPFR um pedido para que as estatísticas sobre as estradas federais sob concessão sejam divulgadas, mas ainda não obteve retorno. Caso isso aconteça, incluiremos as informações nesta matéria. Por enquanto, não é possível afirmar se alguma rodovia sob concessão entraria no
TOP 10 do ranking, que pode ser conferido nas próximas páginas.
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2. BR-381, em Minas Gerais, faz jus ao apelido de Rodovia da Morte
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2/11 (Divulgação/DNIT)
São Paulo - Os dados coletados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) com base nos registros efetuados pelo Departamento de Polícia Rodoviária Federal (DPRF) mostram que a BR-381, em Minas Gerais, registrou 116 acidentes com mortes no ano passado. As tragédias aconteceram no trecho da estrada que liga Belo Horizonte (MG) a São Mateus (ES), sob administração do governo federal. Não é à toa que a BR-381 é conhecida entre os mineiros como "Rodovia da Morte". A BR-381, que tem 1.181 quilômetros de extensão, começa no Espírito Santo, cruza Minas Gerais e termina em São Paulo. Conhecido como Fernão Dias, o trecho entre as capitais paulista e mineira foi concedido à iniciativa privada em 2008 e, portanto, não faz parte do estudo do DNIT.
BR-381 (MG): 1º lugar no ranking de estradas federais sob administração do governo que tiveram o maior número acidentes com mortes em 2010
Fonte: DNIT Acidentes | 2010 |
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Total | 4.405 |
Com feridos | 1.252 |
Com mortos | 116 |
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3. Trecho capixaba da BR-101 ocupa 2º lugar em mortes
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3/11 (Reprodução/Estradaeliberdade.blogspot.com)
São Paulo - A BR-101 percorre o litoral brasileiro de norte a sul, tendo dois trechos nas mãos da iniciativa privada (um na região Sul, entre Florianópolis e Curitiba, incluindo a BR-376, e outro no estado do Rio de Janeiro, entre a divisa com o Espírito Santo e a Ponte Rio-Niterói, incluindo esta). Existem dois trechos não construídos, entre Peruíbe (SP) e Iguape (SP), e entre Cananeia (SP) e Garuva (SC). No trecho do Espírito Santo, sob administração do governo federal, ocorreram 4.139 acidentes no ano passado, sendo 94 com mortes.
BR-101 (ES): 2º lugar no ranking de estradas federais sob administração do governo que tiveram o maior número acidentes com mortes em 2010
Fonte: DNIT Acidentes | 2010 |
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Total | 4.139 |
Com feridos | 1.221 |
Com mortos | 94 |
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4. BR-040, em Minas Gerais, teve quase 3 mil acidentes
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4/11 (Divulgação/DNIT)
São Paulo - A BR-040 é uma rodovia que começa na capital federal e termina no Rio de Janeiro, com 1.178,7 quilômetros de extensão. O trecho entre Juiz de Fora (MG) e o Rio de Janeiro está nas mãos da iniciativa privada desde 1996. O restante da rodovia, ainda dentro do estado de Minas Gerais, registrou 2.819 acidentes no ano passado, dos quais 75 tiveram pessoas mortas.
BR-040 (MG): 3º lugar no ranking de estradas federais sob administração do governo que tiveram o maior número acidentes com mortes em 2010
Fonte: DNIT Acidentes | 2010 |
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Total | 2.819 |
Com feridos | 909 |
Com mortos | 75 |
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5. Trecho pernambucano da BR-101 registrou 73 acidentes fatais
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5/11 (Divulgação/DNIT)
São Paulo - A BR-101 percorre o litoral brasileiro de norte a sul, tendo dois trechos nas mãos da iniciativa privada (um na região Sul, entre Florianópolis e Curitiba, incluindo a BR-376, e outro no estado do Rio de Janeiro, entre a divisa com o Espírito Santo e a Ponte Rio-Niterói, incluindo esta). Existem dois trechos não construídos, entre Peruíbe (SP) e Iguape (SP), e entre Cananeia (SP) e Garuva (SC).
No trecho de Pernambuco, sob administração do governo federal, ocorreram 2.580 acidentes no ano passado, sendo 73 com mortes.
BR-101 (PE): 4º lugar no ranking de estradas federais sob administração do governo que tiveram o maior número acidentes com mortes em 2010
Fonte: DNIT Acidentes | 2010 |
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Total | 2.580 |
Com feridos | 751 |
Com mortos | 73 |
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6. Trecho catarinense da BR-470 teve quase 3,5 mil acidentes
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6/11 (Divulgação/DNIT/Divulgação)
São Paulo - Uma parte da BR-470, que corta o estado do Rio Grande do Sul, está sob administração do governo estadual (RST-470). Há planos do governo federal de conceder à iniciativa privada o trecho catarinense, que, no ano passado, registrou quase 3,5 mil acidentes, sendo 63 com mortes.
BR-470 (SC): 5º lugar no ranking de estradas federais sob administração do governo que tiveram o maior número acidentes com mortes em 2010
Fonte: DNIT Acidentes | 2010 |
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Total | 3.479 |
Com feridos | 1.246 |
Com mortos | 63 |
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7. Trecho catarinense da BR-101 é o 6º que mais mata no Brasil
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7/11 (Divulgação/DNIT/Divulgação)
São Paulo - A BR-101 percorre o litoral brasileiro de norte a sul, tendo dois trechos nas mãos da iniciativa privada (um na região Sul, entre Florianópolis e Curitiba, incluindo a BR-376, e outro no estado do Rio de Janeiro, entre a divisa com o Espírito Santo e a Ponte Rio-Niterói, incluindo esta). Existem dois trechos não construídos, entre Peruíbe (SP) e Iguape (SP), e entre Cananeia (SP) e Garuva (SC).
No trecho de Santa Catarina que ainda está sob administração do governo federal, ocorreram pouco mais de 2,5 mil acidentes no ano passado, sendo 61 com mortes.
BR-101 (SC): 6º lugar no ranking de estradas federais sob administração do governo que tiveram o maior número acidentes com mortes em 2010
Fonte: DNIT Acidentes | 2010 |
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Total | 2.536 |
Com feridos | 1.043 |
Com mortos | 61 |
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8. BR-153, em Goiás, registrou 50 acidentes com mortes
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8/11 (Divulgação/DNIT)
São Paulo - A Rodovia Transbrasiliana (BR-153) é a quarta maior estrada do Brasil, ligando Aceguá (RS) a Marabá (PA). O trecho entre a divida de Minas Gerais com São Paulo e a divisa de São Paulo com o Paraná está sob administração da iniciativa privada. Oficialmente, o nome "Transbrasiliana" só é destinado para o trecho paulista, mas, na prática, ele é utilizado em vários estados. O trecho goiano da rodovia contabilizou 50 acidentes fatais em 2010.
BR-153 (GO): 7º lugar no ranking de estradas federais sob administração do governo que tiveram o maior número acidentes com mortes em 2010
Fonte: DNIT Acidentes | 2010 |
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Total | 1.306 |
Com feridos | 489 |
Com mortos | 50 |
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9. Trecho gaúcho da BR-116 é o 8º mais violento
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9/11 (Divulgação/DNIT)
São Paulo - A BR-116 corta o Brasil de norte a sul, com inicio em Fortaleza (CE) e término em Jaguarão (RS), na fronteira com o Uruguai. Com aproximadamente 4.385 quilômetros, é a maior rodovia totalmente pavimentada do país. Possui vários trechos sob administração da inicitiva privada, sendo o mais famoso a ligação entre Rio de Janeiro e São Paulo (rodovia Presidente Dutra). Na parte do trecho gaúcho que permanece sob jurisdição do DNIT, houve quase três mil acidentes no ano passado, sendo 46 com vítimas fatais.
BR-116 (RS): 8º lugar no ranking de estradas federais sob administração do governo que tiveram o maior número acidentes com mortes em 2010
Fonte: DNIT Acidentes | 2010 |
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Total | 2.973 |
Com feridos | 624 |
Com mortos | 48 |
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10. Trecho cearense da BR-116 teve quase mil acidentes em 2010
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10/11 (Divulgação/DNIT)
São Paulo - A BR-116 corta o Brasil de norte a sul, com inicio em Fortaleza (CE) e término em Jaguarão (RS), na fronteira com o Uruguai. Com aproximadamente 4.385 quilômetros, é a maior rodovia totalmente pavimentada do país. Possui vários trechos sob administração da inicitiva privada, sendo o mais famoso a ligação entre Rio de Janeiro e São Paulo (rodovia Presidente Dutra). No trecho cearense, integralmente sob administração do governo federal, houve quase mil acidentes no ano passado, sendo 46 com vítimas fatais.
BR-116 (CE): 9º lugar no ranking de estradas federais sob administração do governo que tiveram o maior número acidentes com mortes em 2010
Fonte: DNIT Acidentes | 2010 |
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Total | 969 |
Com feridos | 358 |
Com mortos | 46 |
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11. Em 10º lugar, BR-282 contabilizou 42 acidentes com mortes
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11/11 (Divulgação/DNIT)
São Paulo - A BR-282 é uma rodovia do sul do país, que liga Florianópolis (SC) a Paraíso (SC). Nos 6,5 quilômetros iniciais duplicados, recebe o nome de "Via Expressa". É conhecida também como "corredor do Mercosul", pois cruza todo o estado catarinense (de leste a oeste). No ano passado, registrou 1.871 acidentes, sendo 42 com mortes.
BR-282 (SC): 10º lugar no ranking de estradas federais sob administração do governo que tiveram o maior número acidentes com mortes em 2010
Fonte: DNIT Acidentes | 2010 |
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Total | 1.871 |
Com feridos | 683 |
Com mortos | 42 |