Produtos da Hillshire: a empresa confirmou que fez uma nova proposta (Joe Raedle/AFP)
Da Redação
Publicado em 4 de junho de 2014 às 10h33.
São Paulo - A oferta de US$ 7,7 bilhões da Pilgrims, empresa americana que pertence à brasileira JBS, para aquisição da Hillshire Brands foi considerada alta e arriscada por analistas consultados pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.
Os profissionais ressaltaram que a persistência do JBS na compra está relacionada à estratégia de aumentar sua participação no mercado de produtos industrializados de maior valor agregado, já que a Hillshire, fabricante de linguiças, salsichas e frios, é dona de marcas famosas nos EUA, como Jimmy Dean, Ball Park e Sara Lee.
A empresa confirmou na terça-feira, 3, que fez uma nova proposta pela Hillshire, desta vez no valor de US$ 55 por ação, o que inclui um prêmio de 49% sobre o preço médio das ações da companhia.
O valor cobre a oferta da processadora de carnes Tyson Foods, de US$ 6,8 bilhões ou US$ 50 por ação, apresentada apenas dois dias após a primeira oferta da Pilgrims, que era de US$ 6,4 bilhões ou US$ 45 por ação, incluindo US$ 840 milhões em dívidas.
"Classificamos como negativa a entrada da JBS na 'briga' pela Hillshire, pois não sabemos até onde vai essa disputa", avaliaram os analistas da XP Investimentos, William Castro Alves e Thiago Souza, em relatório.
Segundo a equipe da XP, existem sim possíveis sinergias com a aquisição da Hillshire, como as marcas em destaque nos supermercados americanos, mas, mesmo assim, o valor oferecido é elevado.
O aumento da alavancagem do JBS segue como o aspecto negativo na avaliação dos analistas. "A aquisição é cara e elevará a alavancagem do JBS de 3,3 vezes, no fim do primeiro trimestre de 2014, para 4,1 vezes", diz o relatório do Banco Espírito Santo.
O analista Leonardo Alves, da Votorantim Corretora, também expressou preocupação quanto à alavancagem. Com a nova oferta, ele elevou sua estimativa para a relação entre a dívida líquida e o Ebitda da companhia de 4,2 vezes para 4,4 vezes ao fim do terceiro trimestre deste ano, quando a aquisição deve ser consolidada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.