São Paulo - Alvo de investigações da Operação Lava Jato, a Odebrecht teve prejuízo líquido de R$ 297,72 milhões em 2015, ante lucro de R$ 493,51 milhões no ano anterior.
O que abalou o resultado financeiro da empresa foi principalmente a dívida líquida, de R$ 84,19 bilhões, grande parte disso em moeda estrangeira.
Outra dado relevante do balanço da empresa é o aumento das contas a receber. Os clientes demoram mais a repassar os pagamentos, o que fez com essa conta fosse de R$ 19 bilhões em 2014 para R$ 31 bilhões em 2015.
A maior parte desse valor, R$ 21,66 bilhões, é devida pelo setor público.
Além da Lava Jato, outros desafios agravaram ainda mais a situação difícil da companhia.
Em seu balanço, ela citou o aumento “da crise econômica e política do Brasil, a desaceleração na China, pressionando o preço das commodities, a permanência do baixo nível dos preços do petróleo e o arrefecimento na economia da América Latina”.
Apesar disso, o grupo conseguiu crescer no ano. As receitas líquidas da empresa foram de R$ 124,1 bilhões em 2015, ante R$ 95,7 bilhões no ano anterior.
O lucro operacional do grupo também subiu de R$ 10,02 bilhões para R$ 13,64 bilhões. O Ebitda cresceu 41% e atingiu R$ 20,8 bilhões.
Multas e provisões
O balanço da Odebrecht foi divulgado apenas nesta semana com atraso, por causa da investigação do esquema de corrupção envolvendo contratos da Petrobras.
Há pouco mais de um ano, Marcelo Odebrecht, ex-presidente e herdeiro do grupo Odebrecht, foi preso pela Polícia Federal e, em março deste ano, foi condenado a 19 anos e 4 meses de prisão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e por integrar organização criminosa.
As consequências desse fato para a companhia ainda não estão totalmente claras. No entanto, a companhia é alvo de duas ações, que podem impactar seus resultados financeiros quando os processos forem finalizados.
Em 12 de março de 2016, o Ministério Público Federal entrou com uma ação civil pública por improbidade administrativa contra a Odebrecht S.A., a controlada Construtora Norberto Odebrecht S.A., e ex-executivos de ambas as companhias. O valor da ação é de R$ 7,3 bilhões.
Já em 30 de maio, a Advocacia Geral da União (AGU) entrou com duas ações civis contra a Odebrecht S.A. e algumas empresas do grupo e outras companhias não relacionadas. O valor total da ação, atribuído a todas as empresas envolvidas, é de R$ 12 bilhões.
Nos dois casos, o grupo fica proibido de ser contratado pelo poder público, entre outras sanções.
Porém, os dois processos ainda não foram finalizados e a Odebrecht afirma que os valores ainda serão discutidos. Por isso, a empresa não estimou nem incluiu em seu balanço o valor da provisão necessária para essas multas.
“Não é possível determinar, nas circunstâncias, os desdobramentos destes temas e seus impactos econômico-financeiros para a companhia e suas controladas, incluindo a eventual imediata exigibilidade de passivos financeiros”, afirmou a consultoria PwC, que assina o relatório de auditoria do balanço.
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1. Pressa em vender
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1/11 (REUTERS/Denis Balibouse)
São Paulo - O banco
BTG Pactual confirmou a venda de sua subsidiária suíça, o banco BSI, ao também suíço EFG International, por cerca de 1,34 bilhão de dólares. A operação é a mais recente de uma série de
vendas que o banco tem feito desde novembro do ano passado. Desde a
prisão do ex-presidente do grupo,
André Esteves, pela Operação Lava Jato, o BTG
tem pressa para vender ativos para aumentar sua liquidez e diminuir sua exposição a crédito. Em relatório divulgado ontem, 21, o BTG Pactual afirmou que o banco terminou o ano com 266,1 bilhões de reais de ativos totais, uma queda de 12% em comparação a 30 de setembro de 2015. Além do banco BSI, o BTG já vendeu a Rede D’Or de hospitais, participações em empresas e carteiras de crédito bilionárias. Confira nas imagens o que o BTG Pactual já vendeu.
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2. BSI
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2/11 (Arnd Wiegmann/Reuters)
Apenas cinco meses depois de comprar o BSI, o BTG Pactual afirmou que
vendeu o banco suíço. Ao comprar o BSI da seguradora italiana Assicurazioni Generali, o BTG havia pago 1,25 bilhão de francos suíços. A aquisição da filial suíça, fechada em setembro, ainda estava fresca quando André Esteves foi preso pela Operação Lava Jato, em novembro. Hoje, o
banco BSI foi vendido ao também suíço EFG International, por 1,33 bilhão de francos suíços, cerca de 1,34 bilhão de dólares. Segundo o EFG, o BTG terá uma participação de 20% na instituição financeira criada com a fusão das operações do EFG e do BSI. Ela será um dos maiores bancos privados da Suíça, com um volume de ativos sob sua administração que o colocará atrás apenas de poucos concorrentes, como UBS e Credit Suisse.
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3. Rede D’Or
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3/11 (Divulgação)
A
venda de sua participação na Rede D’Or São Luiz S.A. foi uma das primeiras operações do BTG Pactual após a prisão do banqueiro Esteves, em dezembro do ano passado. A fatia de 11,3% da rede de hospitais foi vendida por aproximadamente 2,2 bilhões de reais para o fundo soberano de Singapura, GIC, informou o BTG Pactual em fato relevante. As negociações foram rápidas pois o GIC já detinha 16% de participação na rede brasileira. Esta fatia foi adquirida em maio de 2015 ano por 3,2 bilhões de reais, tendo sido comprada tanto do BTG quanto da família Moll, fundadora do grupo, que continuou com o controle e 60% das ações.
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4. Recovery Consultoria
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4/11 (Luísa Melo/Exame.com)
O
Itaú Unibanco adquiriu 81,94% da participação do BTG Pactual na companhia de recuperação de crédito Recovery Consultoria por 640 milhões de reais em dezembro do ano passado. O Itaú Unibanco também se comprometeu a adquirir aproximadamente 70% do portfólio de 38 bilhões de reais em direitos de crédito relacionados com atividade de recuperação de carteira, pelo valor de 570 milhões de reais. O valor total da operação de aquisição do Itaú Unibanco foi de 1,2 bilhão de reais. A Recovery, líder na gestão e administração da carteira de créditos em atraso, foi fundada em 2000 na Argentina e está presente no Brasil desde 2006.
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5. BR Properties
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5/11 (Divulgação)
Em um leilão na BM&F Bovespa, no dia 10 de dezembro, o banco vendeu 21,7% de sua participação na BR Properties pelo valor total de 564 milhões de reais. Ele passou a deter apenas 18,83% dos papéis da empresa de imóveis comerciais. Em comunicado, o banco afirmou que “sobre sua participação remanescente na
BR Properties após o referido leilão, o BTG Pactual não descarta aliená-la, não havendo qualquer decisão a respeito”.
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6. Equatorial Energia
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6/11 (Reuters/Ina Fassbender)
Fundos geridos pelo BTG Pactual
venderam "parte de sua participação acionária" na holding Equatorial Energia. Agora, os fundos do banco detêm menos de 5% do total de ações ordinárias, afirmou a holding, que controla distribuidoras de energia no Maranhão e no Pará. Ela não citou o número de ações vendidas e ressaltou que "a
operação não objetiva alterar a composição do controle da companhia".
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7. Fatia no Monte dei Paschi
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7/11 (Alessia Pierdomenico/Bloomberg)
A fatia do BTG Pactual no banco italiano Banca Monte dei Paschi di Siena
foi cortada. De 1,9%, o banco ficou com uma participação de menos de 1%,
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8. Crédito a empresas
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8/11 (Colin Anderson/Thinkstock)
Diminuindo sua carteira de crédito, o BTG Pactual vendeu 1,2 bilhão de reais em empréstimos a grandes empresas para o Bradesco. O banco
teria recebido 1,15 bilhão pela operação. Outro banco que já adquiriu a compra de crédito é o Banco do Brasil. Segundo a
Folha de S.Paulo, o banco fechou a compra de um lote de até 1 bilhão de reais. O portfólio de empréstimos a empresas caiu 32% no último trimestre do ano, “principalmente como consequência dos desinvestimentos da carteira de crédito em dezembro, que foram implementados para reforçar os níveis de liquidez e da tendência de redução de nossas exposições de crédito", disse a empresa em seu balanço de resultados. Segundo o banco, as vendas de empréstimos a empresas totalizaram 10 bilhões de reais.
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9. Crédito do BTGI
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9/11 (Germano Luders)
A BTGI, subsidiária de investimentos, vendeu 95% de sua participação indireta e posição de crédito para a ATLL Concessionaria de La Generalitat de Catalunya S.A. A venda, no valor total de 317,1 milhões de reais, gerou perdas no valor de 134,2 milhões de reais. A ATLL é uma empresa que fornece água para empresas públicas na região no entorno de Barcelona, segunda maior área urbana da Espanha. O BTG também tem participação nela.
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10. Títulos em renda fixa
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10/11 (./Divulgação)
O BTG Pactual afirmou que vendeu
créditos e títulos de renda fixa para o Itaú BBA, banco de investimento do Itaú Unibanco. Cerca de 900 milhões de reais foram transferidos. Na ocasião, o banco deixou claro que a operação não tinha relação com seus ativos no setor de seguros. “O BTG Pactual esclarece que não houve a assinatura de qualquer documento representativo de uma potencial transação envolvendo suas subsidiárias que atuam nesse setor ou demais empresas investidas (Pan Seguros e Ariel Re)", afirmou em comunicado.
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11. Confira agora
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11/11 (Susana Vera/Reuters)