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Odebrecht Engenharia pretende fazer acordos com 12 países

"A empresa espera terminar o processo até o meio do ano", disse uma das fontes, sob condição de anonimato

Odebrecht Engenharia: nas últimas semanas, a empresa aceitou pagar 32 milhões de dólares ao governo da Colômbia, 59 milhões de dólares ao Panamá e 8,9 milhões de dólares ao Peru (Mariana Bazo/Reuters)

Odebrecht Engenharia: nas últimas semanas, a empresa aceitou pagar 32 milhões de dólares ao governo da Colômbia, 59 milhões de dólares ao Panamá e 8,9 milhões de dólares ao Peru (Mariana Bazo/Reuters)

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Reuters

Publicado em 17 de janeiro de 2017 às 21h54.

São Paulo - A Odebrecht Engenharia e Construção (OEC), braço da holding Odebrecht, prevê fechar acordos individuais em todos os 12 países nos quais têm obras e que admitiu atos ilícitos para conseguir contratos de obras, disseram à Reuters duas fontes com conhecimento direto do assunto.

"A empresa espera terminar o processo até o meio do ano", disse uma das fontes, sob condição de anonimato. A informação foi confirmada por outra fonte.

Desde que fechou acordo em dezembro com Ministério Público Federal, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos e a Procuradoria-Geral da Suíça, pagando 3,83 bilhões de reais para por fim à investigações sobre envolvimento em "atos ilícitos", a Odebrecht tem feito acordos individuais com governos latinos.

Nas últimas semanas, aceitou pagar 32 milhões de dólares ao governo da Colômbia, 59 milhões de dólares ao Panamá e 8,9 milhões de dólares ao Peru, em meio a investigações sobre pagamento de subornos a autoridades locais.

"A empresa tem que passar por essa fase para retomar o crescimento", disse uma das fontes, evitando, no entanto, revelar quanto a companhia espera gastar com os acordos.

Nesta terça-feira, a agência de classificação de risco Fitch rebaixou o rating da Odebrecht Engenharia e Construção para "CC", ante "B-", por entender que o acordo de leniência firmado em dezembro não melhorou o status da companhia.

"Em vez disso, já desencadeou mais investigações de corrupção na Colômbia, no Equador, no Panamá e no Peru, o que provavelmente resultará na paralisação de projetos em construção, na suspensão da participação em novas licitações públicas e no pedido de pagamento de multas", afirmou a Fitch.

Segundo as fontes ouvidas pela Reuters, o corte no rating não terá efeitos práticos para a administração da dívida da companhia, que era de cerca de 3,4 bilhões de dólares no final de setembro.

Isso porque, segundo as fontes, os vencimentos de maiores montantes só começam em 2025, quando vence uma tranche de 519 milhões de dólares.

"A empresa está tomando as medidas para resolver a questão reputacional, tendo que encolher agora para voltar a crescer no futuro", afirmou uma das fontes.

Consultada, a OEC afirmou em nota que a revisão da Fitch não afeta o custo da dívida atual.

A empresa tinha uma carteira de projetos avaliada em 21,3 bilhões de dólares em setembro, o que deve diminuir, já que alguns projetos foram concluídos e a companhia não obteve novos.

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