Braskem: companhia entrou em leilão, nesta sexta-feira / Luke Sharrett/Bloomberg (Luke Sharrett/Bloomberg)
Reuters
Publicado em 4 de junho de 2019 às 09h14.
Última atualização em 4 de junho de 2019 às 09h42.
São Paulo — A Odebrecht SA e a fabricante de produtos químicos LyondellBasell Industries NV encerraram sem sucesso as negociações relacionadas à venda do controle da petroquímica Braskem para o grupo europeu, anunciaram as empresas nesta terça-feira.
A Reuters informou em março que conversas da LyondellBasell com a Odebrecht sobre um possível acordo de 11 bilhões de dólares pela Braskem haviam esfriado devido a questões ligadas ao atraso no envio de documento ao órgão regulador norte-americano e a um contrato de fornecimento de nafta com a Petrobras.
A Odebrecht, que vem tentando se reestruturar depois de participação no escândalo de corrupção investigado pela operação Lava Jato, vinha discutindo o acordo com a Lyondell há mais de um ano e meio.
A LyondellBasell disse que encerrou as negociações com a Odebrecht "após cuidadosa consideração", mas não deu mais detalhes.
Em comunicado também nesta terça-feira, a petroquímica brasileira disse que foi informada pela Odebrecht "da decisão em conjunto com a LyondellBasell de encerrar as tratativas a respeito da potencial transação envolvendo a transferência à LyondellBasell da totalidade da participação da Odebrecht no capital social da Braskem".
"A administração da companhia seguirá em busca de oportunidades que tenham o potencial de agregar valor à Braskem e, consequentemente, a todos os seus acionistas", afirmou a empresa brasileira em fato relevante.
Em maio, a Braskem informou que suas ações listadas nos EUA seriam deslistadas da bolsa de Nova York depois que a companhia não entregou formulário 20-F de 2017 no prazo.
O conselho da Lyondell havia decidido que não concluiria o acordo antes que a Braskem registrasse seu relatório anual 20F de 2017 com a Securities and Exchange Commission (SEC) dos Estados Unidos, disse uma fonte à Reuters.
As conversas entre Odebrecht e LyondellBasell vinham sendo acompanhadas de perto pela Petrobras, que divide o controle da Braskem com a Odebrecht e aguardava a conclusão da operação para avaliar possibilidade de venda de sua fatia na empresa ao mesmo comprador.