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OAB questiona BNDES sobre auditoria de R$ 48 milhões da "caixa-preta"

O escritório internacional não encontrou evidências de corrupção no BNDES

BNDES: auditoria levantou três milhões de dados eletrônicos e revisou de mais de 400 mil documentos (Nacho Doce/Reuters)

BNDES: auditoria levantou três milhões de dados eletrônicos e revisou de mais de 400 mil documentos (Nacho Doce/Reuters)

AO

Agência O Globo

Publicado em 22 de janeiro de 2020 às 12h28.

RIO — A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pediu esclarecimentos ao BNDES sobre a contratação de um escritório internacional de origem americana para uma auditoria externa independente de operações do banco com empresas do grupo J&F, controladora da JBS. A informação foi antecipada pelo colunista do GLOBO Ancelmo Gois.

A investigação administrativa custou R$ 48 milhões e não encontrou evidências de corrupção no banco. A OAB informou que o objetivo da notificação é verificar se o BNDES cumpriu “as normas legais que disciplinam o exercício da atividade de consultores e sociedades em direito estrangeiros no país” ao contratar o escritório Cleary Gottlieb Hamilton & Steen LLP.

O BNDES informou ontem que os R$ 48 milhões gastos na auditoria, iniciada em 2018, não foram pagos unicamente ao escritório estrangeiro. De acordo com o banco, o valor engloba o pagamento de todos os envolvidos no trabalho, que envolveu o levantamento de três milhões de dados eletrônicos e a revisão de mais de 400 mil documentos. Na equipe também havia profissionais do escritório brasileiro Levy Salomão Advogados.

Os dois escritórios conduziram as investigações em relação a oito operações do BNDES envolvendo as empresas JBS, Bertin e Eldorado Celulose, ligadas à J&F, entre 2005 e 2018. O banco informou que o valor pago pelos serviços já havia sido divulgado “de maneira transparente” pelo BNDES em esclarecimentos apresentados ao Congresso Nacional, no dia 27 de agosto de 2019.

O BNDES afirmou ainda que “seguiu todos os procedimentos legais e normativos exigidos para esse tipo de contratação”.

Segundo o banco, foi entregue ao Ministério Público Federal um relatório completo das investigações, sendo que um “resumo” de oito páginas está disponível no site da instituição desde dezembro de 2019 como parte de seu esforço para aumentar sua transparência. Desde o ano passado, o presidente Jair Bolsonaro vem pressionando o banco a abrir o que chama de “caixa-preta”.

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