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Como o Twitter quer conquistar mais brasileiros – e receitas

“Quando você olha para frente, acreditamos que vamos crescer mais de 100% em 2016”, disse o vice-presidente da América Latina, em entrevista à EXAME.com


	Guilherme Ribenboim, do Twitter América Latina: “acreditamos que vamos crescer mais de 100% em 2016”
 (Divulgação)

Guilherme Ribenboim, do Twitter América Latina: “acreditamos que vamos crescer mais de 100% em 2016” (Divulgação)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 10 de dezembro de 2015 às 10h00.

São Paulo – A América Latina e, principalmente, o Brasil são uns dos principais mercados para o Twitter em termos de usuários. Aumentar o faturamento e influência da região é um dos objetivos da equipe brasileira, que é o centro da operação no continente.

Para isso, o Twitter está buscando novos anunciantes e investindo em publicidade em vídeos. Melhorar a experiência do usuário também está nos planos de Guilherme Ribenboim, vice-presidente para a América Latina.

Ele tem grandes planos para o continente. “Quando você olha para frente, acreditamos que vamos crescer mais de 100% em 2016”, disse, em entrevista à EXAME.com.

Os aumentos na receita podem ajudar a companhia a alcançar lucro. No último trimestre, que terminou em setembro, a empresa apresentou prejuízo de 131 milhões de dólares. O faturamento foi de 569 milhões de dólares, alta de 58% ano a ano e foi, em grande parte, composto por receitas vindas de anunciantes.

O foco na América Latina e Brasil é importante para aumentar as receitas da empresa. Enquanto 78% dos usuários é de fora dos Estados Unidos, apenas 35,87% do faturamento de anúncios vem de outros países.

Confira a entrevista de Ribenboim abaixo.

EXAME.com - Desde o ano passado, o Brasil concentra as operações da América Latina. Qual é a relevância do Brasil e da América Latina para o Twitter?

Guilherme Ribenboim - A nossa operação é robusta. O país está entre os 5 maiores mercados e muitos países do continente estão entre os top 15. É uma das regiões mais importantes para o Twitter como um todo. No Brasil, temos 40,7 milhões de usuários únicos. Na América Latina, são 143 milhões.

[No mundo, são 320 milhões de usuários únicos mensais – os Estados Unidos, o maior mercado, têm 66 milhões de usuários].

Desde o início do ano, o Brasil é o hub da América Latina. Significa que, por aqui, coordenamos os escritórios do México, Argentina, Miami, Colômbia e outros. São 155 funcionários no continente e no ano passado eram só 53. O Brasil tem pouco mais de 100 funcionários.

Quando você compara o 3º trimestre de 2015 da operação brasileira com o ano passado, tivemos um aumento de 45% em anunciantes ativos na plataforma e crescimento de 139% na receita.

EXAME.com - Quais foram os investimentos e lançamentos mais recentes? Quais os planos para o futuro?

Ribenboim - Quando você olha para frente, acreditamos que vamos crescer mais de 100% em 2016 em relação a 2015, principalmente por conta do que estamos lançando.

Nosso investimento mais recente foi em publicidade em vídeo, que é o que mais cresce. Estamos no meio de uma revolução na forma como o consumidor está assistindo vídeo.

De televisão e para o desktop, hoje estão consumindo vídeo em escala no mobile. O celular ou tablete já é responsável por mais de 50% do consumo de vídeos.

No Twitter, estamos bem posicionados nesse sentido – 90% dos usuários são mobile. Por isso, podemos gerar uma cadeia de valor para o anunciante. A empresa tem que impactar o consumidor durante o dia, na televisão, no computador e na fila do banco.

[Anúncios mobile responderam por 86% do total de receitas em anúncios da empresa]

Também temos uma estratégia muito forte de conectar o Twitter com a televisão. Queremos complementar as mídias e ser estratégicos também para o anunciante.

EXAME.com - Como o Twitter planeja se integrar com a televisão, uma mídia tão diferente?

Ribenboim - A produção da TV já integra o Twitter na tela, porque quer gerar conversas, interatividade. Pessoas que assistem aos programas com o Twitter na mão mudam menos de canal. As marcas já entenderam isso, que conseguem gerar mais fidelidade a medida em que conseguem engajar o público.

Também é uma oportunidade para o anunciante. Ele tem uma oportunidade de marcar o espectador na primeira tela, a TV, e continuar a conversa na segunda, em tempo real.

A experiência faz com que o consumidor interaja com a marca, o que leva a mais intenção de compra e conhecimento sobre a marca. É um mecanismo muito poderoso.

EXAME.com - Aproveitando que o Richard Alfonsi, vice-presidente global de vendas esteve recentemente no Brasil, qual é a importância dessa divisão para o Twitter?

Ribenboim - É uma área geradora de receitas, que irá financiar as outras, como de engenharia, customer development, entre outras. Ela está em um momento com um bom crescimento e tem tido bastante investimento por conta disso.

Cerca de 80% dos grandes anunciantes já estão na nossa plataforma. Agora, estamos buscando médios anunciantes e lançamos opções para pequenas empresas.

EXAME.com - O novo presidente-executivo do conselho de administração do Twitter, Omid Kordestani, afirmou que é "intimidante" enviar mensagens na rede social. Como mudar isso?

Ribenboim - Em primeiro lugar, precisamos mudar a percepção que as pessoas têm sobre a empresa. O Twitter não é uma rede social, é uma rede de interesses. As pessoas entrar para buscar algum tipo de conteúdo.

Mas, assim que uma pessoa entra na rede, antes de saber como é a experiência, o Twitter sugere assuntos pelos quais ela pode se interessar. Estamos revendo esse processo, queremos que ela experimente o serviço antes de perguntarmos o que ela quer seguir.

Por isso lançamos o Twitter Moments. É a nossa primeira experiência de curar conteúdo. Uma equipe de jornalistas constrói histórias, com tweets de personalidades, especialistas e veículos da mídia. Assim, o usuário entende o valor do Twitter desde o primeiro momento. 

Habilitamos empresas para fazer o mesmo e, até agora, já são 12 parceiros da imprensa. 

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