São Paulo - Para o Starbucks, quem vem em primeiro lugar na lista de prioridades não é o cliente e nem mesmo o acionista. É o funcionário.
"Se você toma conta das suas pessoas, elas tomam conta do cliente. Se o colaborador não tiver condições, como é que ele vai atender bem?", disse Norman Baines, presidente da empresa no Brasil.
A frase foi dita durante o 1º Fórum ISE Business School, na manhã desta quinta-feira, em São Paulo. Segundo o executivo, cuidar da equipe é praticamente uma lei para a companhia, em qualquer lugar do mundo.
Por esse princípio, aqui no Brasil, os gerentes de lojas são orientados a auxiliar seus empregados em coisas que parecem simples, mas que fazem a diferença como, por exemplo, entender o próprio contracheque.
"A maioria dos nossos funcionários está no seu primeiro emprego e, por isso, não entende como o pagamento é feito, quais são os descontos. O gerente pode ajudar e talvez precise fazer isso mais de uma vez", contou Baines.
Segundo ele, das 1.300 pessoas que trabalham nas 87 lojas da rede no Brasil, 67% ocupam a sua primeira vaga.
Esse cuidado seria também a chave para manter os empregados da geração Y engajados no trabalho. De acordo com ele, é preciso escutá-los e ajudá-los a se desenvolver com tarefas novas e desafiadoras. "Isso é o que motiva o jovem. Você tem que pedir algo e explicar o porquê, para não parecer só um monte de ordens", afirmou.
Conseguir agir dessa forma é um desafio constante para o Starbucks. No Brasil, por exemplo, a média de idade dos atendentes da rede é de 20 anos e a dos gerentes de lojas é de 25.
Um outro reflexo do zelo para com a equipe é o fato de os funcionários receberem seguro saúde assim que são contratados e ganharem ações da empresa como forma de premiação.
"No Starbucks, os funcionários são chamados de parceiros porque é realmente isso o que eles são", disse Baines. Uma vez por ano, com base em critérios de desempenho e tempo de casa, eles ganham ações da companhia.
Consumidor
Segundo Baines, no Starbucks a máxima não é "o cliente tem sempre razão", mas sim "queremos que ele volte a ter razão e com mais frequência do que hoje".
Para conseguir essa fidelidade, os funcionários da rede são orientados a se conectar com os consumidores antes mesmo de ele entrar na loja. Eles são instruídos a fazer uma leitura de quem chega procurando por um café e começar uma conversa informal (ou até mesmo permanecer em silêncio, dependendo do clima sentido).
Não por acaso, cada bebida servida pela empresa é personalizada com o nome de quem fez o pedido.
"Conseguir consistência para esse ambiente que transcende o balcão é muito difícil. Mas nunca vamos parar de perseguir isso. Teremos persistência, não importa quantas lojas do Starbucks existam", garantiu o presidente.
É também com o objetivo de fazer com que o cliente se sinta à vontade e queira voltar os ambiente das "coffe shops" são organizados de forma aconchegante e oferecem wi-fi. A ideia é que elas sejam vistas pelas pessoas como um "3º lugar"(vindo logo depois da casa e do escritório).
Nessa hora, a decoração padronizada das lojas também ajuda. "Não fazemos muito marketing. Nossa comunicação é feita por desenhos e pelos materiais que usamos".
Fornecedores
Outro segredo de sucesso do Starbucks, segundo Baines, é a paixão que a empresa tem pelo café. Por ter essa ligação forte com o produto, a companhia faz questão de cuidar da sua qualidade e garantir que ele chegue às lojas de uma forma ética.
Por essa premissa, a maior parte dos grãos que a empresa usa (que correspondem a 3% da produção mundial de café) são comprados de famílias. Uma das exigências da empresa que favorece os pequenos agricultores, por exemplo, é que a plantação esteja a 1.500 metros de altitude.
Para se certificar da origem do produto, a companhia, além de conferir as notas fiscais, organiza visitas a lugares onde o café é cultivado. Desde 2012, inclusive, ela possui uma fazenda na Costa Rica que é usada para esse fim. A ideia é conhecer bem de perto o que ela vende.
Como forma de auxiliar a renda dos pequenos produtores, a empresa realiza empréstimos para eles. "Acontece que a colheita do café ocorre de nove em nove meses, mas as contas chegam de 12 em 12", brinca Baines. Por esse motivo, muitos produtores acabam tendo que colher os frutos mais cedo, o que acarreta na perda de qualidade.
Segundo ele, mais de 15 milhões de dólares já foram cedidos em empréstimos para os produtores durante esse ciclos sem colheita.
Meio ambiente
Outro princípio do Starbucks é "ser consciente da intervenção que a empresa faz no ambiente". Por esse motivo, contêires usados no transporte do café, quando perdem a vida útil, são transformados em estações de drive-thru. "Neste instante, há cerca de 300 ou 400 contêineres no mar. Eles são um produto nosso, por isso reciclamos".
A empresa também diz que confere de forma rigorosa a origem todo o material usado na construção das lojas, como a madeira dos balcões, por exemplo. "Levamos mais de três meses para homologar um fornecedor. Para qualquer que seja o produto de que estamos falando".
Possíveis franquias
Hoje, o Starbucks tem 87 lojas no Brasil. Até o fim deste ano, elas devem chegar a 90. Até o fim do primeiro semestre de 2015, elas devem ser 100, segundo Baines.
Por enquanto, a expansão ainda será no eixo Rio-São Paulo, mas ideia é, a longo prazo, levar a rede a outros cantos do país. Para isso, está sendo estudada a possibilidade de trabalhar com franquias.
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1. Os efeitos do café
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1/8 (Sean Gallup/ Getty Images)
São Paulo - A cafeína é uma
bebida muito usada para aumentar o desempenho. O estimulante de sabor amargo acelera o sistema nervoso central, o que faz a pessoa se sentir acordada, alerta e com mais energia. Mas os efeitos do
café no organismo não param por aí. Enquanto você lê essa matéria, cientistas fazem testes com a cafeína para entender suas consequências no corpo humano. Veja algumas descobertas recentes a seguir.
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2. Faz bem para a memória
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2/8 (Bruce Bennett/Getty Images)
Uma pesquisa de cientistas da Universidade Johns Hopkins concluiu que duas xícaras de café podem fazer muito bem para a memória. O estudo testou a memória de 160 voluntários durante 24 horas. O grupo incluiu pessoas que não bebiam café regularmente. Durante o experimento, os cientistas observaram que quem tomou comprimidos de cafeína teve um desempenho melhor nos testes de memória do que as que ingeriram placebos. Michael Yassa, líder do estudo, concluiu que a cafeína faz bem para a memória de longo prazo ao melhorar o processo de consolidação da memória. Mas também ficou comprovado que a cafeína não ajuda a recuperar a memória. Apesar dos resultados promissores, Yassa alerta que as pessoas não devem beber muito café ou tomar comprimidos de cafeína. É preciso ingerir a bebida com moderação e sem se esquecer dos riscos para a saúde. O excesso de cafeína tem efeitos colaterais, como insônia, nervosismo e alteração do ritmo cardíaco.
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3. Pode salvar vidas de motoristas
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3/8 (Marcos Santos/USP Imagens)
Um estudo publicado no British Medical Journal descobriu que motoristas que consomem café têm 63% menos chances de se envolver em acidentes. Os cientistas acompanharam 1.047 motoristas. Cada participante deveria dirigir um caminhão com pelo menos 10 toneladas e percorrer pelo menos 200 km. De todos os motoristas, 530 já tinham se envolvido em acidentes automobilísticos enquanto trabalhavam nos 12 meses anteriores ao começo do estudo. Os cientistas também consideraram o peso dos motoristas, a rotina de trabalho, de exercícios e de sono, o consumo de álcool e as distâncias percorridas. Os resultados mostraram que os motoristas que consumiram substâncias com cafeína tinham uma probabilidade 63% menor de dormir ao volante em comparação com os motoristas que não tomam cafeína. Ou seja, o consumo de cafeína pode manter o motorista acordado pode protegê-lo do sono e salvar sua vida. Porém, os cientistas destacam que o efeito estimulante da cafeína não é duradouro e que não deve ser considerada uma substituta ao sono.
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4. Reduz risco de suicídio
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4/8 (Getty Images/Getty Images)
Uma pesquisa associou o consumo do café com a redução de cerca de 50% do risco de suicídio em homens e mulheres. Os cientistas envolvidos no projeto são da Escola de Saúde Pública da Universidade Harvard, nos EUA. Foram analisados dados de três grandes pesquisas feitas nos Estados Unidos entre 1988 e 2008. Entre os mais de 200 mil participantes estavam consumidores de bebidas com e sem cafeína. As informações revelaram que as chances de suicídio caem pela metade entre adultos que consomem entre duas e quatro xícaras de café diariamente. Isso acontece porque o café estimula o sistema nervoso central e age como um antidepressivo ao aumentar a produção de neurotransmissores no cérebro, como serotonina, dopamina e noradrenalina. Os pesquisadores acreditam que isso explica as menores taxas de depressão encontradas entre apreciadores do café em estudos anteriores. Apesar de diminuir o risco de suicídio, os cientistas recomendam que adultos deprimidos não tomem mais café, porque quando o consumo da substância é maior do que o habitual pode causar efeitos colaterais.
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5. Pode ajudar a evitar câncer de fígado
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5/8 (Fernando Moraes/VEJA SÃO PAULO)
Tomar café diariamente pode proteger as pessoas de desenvolver a forma mais comum de câncer de fígado, segundo uma pesquisa da Universidade do Sul da Califórnia. O estudo incluiu 179.890 homens e mulheres nos EUA. Os voluntários foram acompanhados por até 18 anos para que os pesquisadores pudessem rastrear o consumo de café e seus estilos de vida. Quem bebia de uma a três xícaras por dia tinha uma chance 29% menor de ter o câncer em comparação com as pessoas que bebiam menos de seis xícaras por semana. E as pessoas que bebiam mais de quatro xícaras por dia apresentaram um risco 42% menor.
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6. Evita depressão feminina
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6/8 (Stock.Xchange)
Uma pesquisa da Harvard School of Public Health (HSPH) concluiu que mulheres que bebem café possuem menos chances de desenvolver a depressão. Segundo o estudo, o índice de manifestação da doença é 20% menor no grupo de mulheres que ingere quatro ou mais xícaras da bebida ao longo do dia. Os pesquisadores estudaram 50 739 mulheres, com idade média de 63 anos. Elas estavam livres da doença quando o estudo começou em 1996.
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7. Mas também pode causar transtorno mental
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7/8 (SeongJoon Cho/Bloomberg)
Uma pesquisa afirma que o excesso de cafeína pode causar transtorno mental temporário e síndrome de abstinência. Entre os sintomas da intoxicação estão inquietação, nervosismo, excitação, rubor, desconforto gastrointestinal, espasmos musculares, confusão na fala, insônia e alteração do ritmo cardíaco. Quem exagerou no café e sofreu cinco ou mais desses sintomas pode estar com intoxicação. Para aliviar o problema é preciso cortar o consumo, que também tem algumas complicações, como fadiga, dor de cabeça, dificuldade em se concentrar e depressão leve. Esses sintomas de abstinência de cafeína são transitórios. Alguns especialistas consideram a inclusão da intoxicação e da abstinência no manual um exagero. Mas o psicólogo Alan Budney explica que a sociedade precisa ficar atenta aos efeitos da cafeína, que está cada vez mais presente na rotina das pessoas.
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8. Veja, agora, alimentos com “calorias negativas”
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8/8 (Divulgação / Contigo)