Olimpíada: empresários têm opiniões diversas sobre impacto da Olimpíada para seus negócios (Kai Pfaffenbach/Reuters)
Da Redação
Publicado em 4 de agosto de 2016 às 12h30.
Os Jogos Olímpicos começam na sexta-feira no Rio de Janeiro. E enquanto os gerentes de hotéis estão animados com as expectativas, os líderes de algumas das maiores empresas do mundo tiveram reações variadas em relação ao efeito que o evento pode provocar sobre seus negócios.
Esses comentários foram selecionados pela Bloomberg em conferências, teleconferências e reuniões durante a segunda quinzena de julho.
Jean-Jacques Morin, diretor financeiro da Accor: “Temos cerca de 30 hotéis no Rio e eles estão bastante cheios”. (28 de julho)
J. Scott Kirby, presidente da American Airlines: “Normalmente eventos como Jogos Olímpicos, Copas do Mundo e convenções são um fator negativo para as receitas, porque os viajantes executivos simplesmente mantêm distância porque não conseguem hotéis -- porque estão preocupados com a multidão. E por isso as viagens executivas desaparecem. Vimos isso em todos os outros Jogos Olímpicos. Vimos isso na Copa do Mundo. Mas neste caso o Brasil está tão mal que não há tráfego executivo ou há tráfego executivo perto de zero. E por isso, neste ano, acho que será positivo, só porque o Brasil caiu muito antes do evento. Há dois anos, eu teria pensado que a Olimpíada seria um fator negativo, e há dois anos realmente teria sido. Mas hoje, como a situação piorou muito, na verdade será positivo”. (22 de julho)
Stephen Hagge, CEO da fabricante de válvulas e bombas de aerossol AptarGroup: “Acho que será interessante ver se, à medida que avançamos na Olimpíada, começaremos a ver uma queda nas viagens”. “Não achamos que o vírus Zika, em si, tenha gerado muitos fatores negativos. O que eu acho que veremos é que não se usou muito inseticida na América Latina nos anos anteriores. Achamos que provavelmente essa será uma tendência que se manterá agora que eles [latinos] estão usando. Eles precisam continuar usando”. (29 de julho)
Stefano Grassi, diretor financeiro da Luxottica Group: “Os brasileiros talvez não estejam comprando em Miami ou Londres, mas eles estão comprando óculos bonitos e chamativos em seu próprio país. Por isso, vemos um grande aumento, um crescimento de dois dígitos, no negócio de luxo que vemos no Brasil, o que é contraditório porque você diz, espere aí, você está tendo um problema aqui com a economia, mas estamos vendendo muito mais produtos de luxo porque os brasileiros estão permanecendo no país”. (25 de julho)
Stephen Burke, CEO da NBC Universal Media: “Ganhamos US$ 120 milhões ou algo próximo disso em Londres e ganharemos muito mais do que isso no Rio. Então, estamos ansiosos por isso”. (27 de julho)
Gregory Levin, diretor financeiro da BJ’s Restaurants: “Os fins de semana de abertura e de encerramento são sempre muito difíceis. Na noite de sexta-feira do fim de semana de abertura todos querem vê-los entrar no estádio. Isso sempre parece ser um pouco mais difícil. No restante, é uma espécie de não evento nesse sentido. Realmente não é favorável sob esse ponto de vista. Ou seja, as pessoas não se juntam e dizem ‘vamos ao BJ’s para ver o Michael Phelps nadar dois minutos’”. (26 de julho)