Produção, transporte e embalagens de rações de animais têm impacto no meio ambiente (Cris Cantón/Getty Images)
EXAME Solutions
Publicado em 5 de julho de 2023 às 14h45.
Última atualização em 17 de outubro de 2023 às 13h06.
Na hora de fazer as compras da casa, nove em cada dez consumidores brasileiros priorizam marcas de alimentos que buscam reduzir seu impacto ambiental, segundo pesquisa recente da Associação Paulista de Supermercados (Apas).
Mas e a alimentação dos animais domésticos? Você já se informou sobre como a marca de ração que costuma comprar vem se comprometendo publicamente com a sustentabilidade? Para ter uma amostra de como o mercado de pet food tem se movimentado, a EXAME reuniu o que três das fabricantes de ração do país anunciam na área.
Energia limpa e 100% renovável
Uma das mais recentes medidas da detentora das marcas PremieR, GoldeN e Vitta Natural é a adoção de energia solar no abastecimento de todas as suas fábricas. Com a iniciativa, será evitada a emissão de 16 mil toneladas de CO2 ao ano, o equivalente ao consumo anual de 16 mil residências com quatro pessoas.
“É um orgulho anunciar que trabalharemos apenas com energia limpa e renovável, sem emissão de poluentes ou impacto ao meio ambiente”, comemora Madalena Spinazzola, diretora de Planejamento Estratégico e Marketing Corporativo da empresa.
Construção verde
As fábricas também contam com iluminação natural em 75% dos espaços, além de sistemas de economia e reúso de água, por meio de captação em lagoas e telhados, que reduzem até 65% o uso desse recurso natural.
“Essas medidas, entre outras da nossa agenda socioambiental, nos proporcionaram desde 2016 a certificação LEED, principal selo que reconhece edificações verdes com padrões internacionais, conquista inédita no segmento”, pontua Madalena.
Embalagens recolhidas
A empresa pratica a logística reversa em todo o território nacional. Ou seja, após a venda dos produtos, ela se responsabiliza por ações de recolhimento e destinação correta de suas embalagens.
Até 2022, mais de 3,4 toneladas de embalagens foram coletadas – o correspondente a 2,35 mil Maracanãs, se colocadas lado a lado no gramado – e, com a destinação correta, mais de 1,5 tonelada de CO2 deixou de ir para a atmosfera.
Bem-estar animal
Somente ovos de galinhas livres de gaiolas são utilizados em diversas linhas de produtos. O objetivo é implementar o padrão em todo o portfólio até 2025.
Há também uma parceria com a Korin, que fornece frangos sem antibióticos e promotores artificiais de crescimento para uma das linhas de produtos e, em outra, a proteína de frango tem certificação WQS, atestando o bem-estar dos animais.
Carbono neutro até 2025
A empresa, que pertence à Mars Inc., assumiu o compromisso de zerar as suas emissões de carbono em até dois anos e meio.
Para isso, mapeou diversas ações de redução do impacto ambiental, que passam pela aquisição de ingredientes sustentáveis, diminuição do desperdício de alimentos e inovação em embalagens e produtos que promovam a circularidade.
“Ajudar a combater as alterações climáticas é uma prioridade e estamos trabalhando efetivamente para que, até 2025, nossa meta seja alcançada. Entendemos que o setor precisa estar alinhado às normas e às diretrizes para que isso aconteça”, diz Carla Pistori, diretora de Assuntos Corporativos da Royal Canin Brasil.
A primeira linha de alimentos com selo carbono zero foi lançada em 2022, para filhotes. Em agosto, será a vez da segunda linha de produtos certificados chegar ao mercado, voltada para felinos.
Circularidade das embalagens
Há dois anos, a empresa assinou o compromisso com a Ellen MacArthur Foundation de que, até 2025, 100% de suas embalagens plásticas sejam recicláveis, reutilizáveis ou compostáveis.
Para isso, está trabalhando com todos os membros da cadeia de valor de embalagens, desde fornecedores de polímeros até recicladores finais, para assegurar que sejam realmente recicláveis e recicladas.
“Isso envolve, inclusive, liderar campanhas de incentivo junto ao público interno e tutores de pet. Esses consumidores também terão papel fundamental na triagem adequada das embalagens vazias para que possam ser coletadas e processadas”, frisa a companhia.
Economia circular
Os maiores esforços da empresa hoje são as embalagens. Recentemente, a Purina se uniu à Dow, especialista em ciência dos materiais, e à organização Fundación Avina no projeto Pegada Limpa, que promove a economia circular das embalagens de alimentos para animais de estimação na América Latina.
Na parceria, a empresa tem a missão de trabalhar para que todas as suas embalagens sejam recicláveis e/ou reutilizáveis. Atualmente, 100% dos alimentos secos para pets produzidos pela companhia no Brasil já tiveram suas embalagens desenvolvidas para serem recicláveis.
Só até o fim deste ano, a iniciativa possibilitará a conversão de 300 toneladas de plástico em novas embalagens.
Paralelamente, haverá ações de conscientização dos consumidores sobre o descarte correto, o incentivo à coleta seletiva por meio de cooperativas de reciclagem e a incorporação de resinas de plástico reciclado a novos produtos. A previsão é de que o programa impacte positivamente a renda de 5 mil catadores no Brasil e na Argentina.
“Temos o compromisso de tornar todas as embalagens 100% recicláveis até 2025, o que só é possível com a participação ativa de todos os agentes da cadeia, incluindo nossos consumidores” reforça Eric Zeller, Business Executive Officer da Nestlé Purina no Brasil.
Energia renovável
Desde 2017, a fábrica brasileira da Purina utiliza somente energia renovável, reduzindo a pegada de carbono da unidade, nos escopos 1 e 2, 50%.
Se nenhuma dessas é a fabricante de ração do seu bichinho, procure saber como a marca que você tem em casa tem se movimentado para diminuir o impacto ambiental de suas operações (no site e nas redes sociais da empresa, por exemplo).
O mesmo vale para as empresas responsáveis por outros itens da rotina do seu animal, como sacos higiênicos, areia higiênica para gatos, petiscos, sachês e cosméticos. Quanto mais consciente for o seu consumo, melhor para o planeta.