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O que a compra da Wiz pelo Google significa para o universo das startups

As startups têm preferido vendas secundárias de ações e aquisições a IPOs

A Wiz havia rejeitado uma proposta anterior do Google feita no ano passado (Reprodução: Wiz/Reprodução)

A Wiz havia rejeitado uma proposta anterior do Google feita no ano passado (Reprodução: Wiz/Reprodução)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter

Publicado em 18 de março de 2025 às 15h36.

Última atualização em 18 de março de 2025 às 16h12.

O Google acaba de anunciar o maior negócio do ano até agora e o maior de sua história: a compra por US$ 32 bilhões da startup de segurança cibernética Wiz.

As duas empresas estavam em negociações desde o ano passado para um acordo de US$ 23 bilhões, mas fracassaram, e a Wiz disse mais tarde que buscaria um IPO.

O CEO do Google, Sundar Pichai, disse durante um briefing na terça-feira que o acordo aumentaria sua oferta de segurança na nuvem em um momento em que a IA está trazendo "novos riscos".

"Nesse cenário, as organizações estão buscando soluções de segurança cibernética que melhorem a segurança da nuvem e abranjam várias nuvens", acrescentou Pichai. A Wiz, uma startup fundada por israelenses com sede em Nova York, é especializada em tecnologia que verifica tudo o que as empresas colocam na nuvem e identifica riscos de segurança.

Pelo acordo, os serviços da Wiz continuariam disponíveis por meio de outros provedores de nuvem, como Amazon Web Services e Microsoft Azure. Anat Ashkenazi, CFO do Google, disse que a empresa espera que o acordo seja fechado em 2026, sujeito a aprovações regulatórias. Para o Google, o acordo daria a chance de mostrar aos clientes que suas ofertas de nuvem — que ficam atrás das da Microsoft e da Amazon — são tão seguras quanto possível.

E o que isso significa para as startups?

Segundo o Business Insider, um acordo desse tamanho poderia catalisar mais atividades de fusões e aquisições de startups após alguns anos mais frios. Em 2024, houve 2.066 fusões e aquisições de startups no valor de US$ 83,6 bilhões, de acordo com dados do PitchBook.

O primeiro trimestre de 2025 teve um início mais lento, com 382 acordos de fusões e aquisições no valor de US$ 13,6 bilhões. O acordo de US$ 32 bilhões da Wiz desequilibrou a balança significativamente, apontando para mais apetite por aquisições como uma rota de saída.

As startups têm preferido vendas secundárias de ações e aquisições a IPOs. O processo pode ser mais trabalhoso, necessitando de uma auditoria completa das finanças.

O mercado de IPO dos EUA permaneceu relativamente inativo em 2024. De acordo com dados do PitchBook citados pelo BI, a maioria das listagens teve desempenho inferior no ano passado. O acordo da Wiz com o Google ofereceria à empresa uma ótima oportunidade para impulsionar seu crescimento.

Ambiente favorável?

Esse novo negócio de US$ 32 bilhões para o Google seria um grande teste para o ambiente regulatório sob a administração Trump. Embora o republicano tenha como discurso um ambiente mais favorável para fusões e aquisições, o vice-presidente JD Vance já apoiou regras de negociação mais rígidas.

No ano passado, ele apoiou a legislação para eliminar incentivos fiscais para fusões corporativas, sinalizando uma postura mais próxima da ex-presidente da FTC, Lina Khan, que, sob Biden, iniciou investigações sobre os negócios da Microsoft e da Amazon.

Andrew Ferguson, substituto de Khan, disse em fevereiro que o governo Trump continuaria usando diretrizes rígidas de fusão corporativa adotadas sob Biden. Nesse contexto, o Google está enfrentando dois processos antitruste, incluindo um contra seu negócio de busca movido durante o primeiro mandato de Trump.

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