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O plano da Azul para lucrar mais num “estalar de dedos”

Empresa decidiu trocar toda a sua frota por aeronaves mais modernas e espera com isso ter melhores resultados de forma rápida.

Aeronaves da Azul (Foto/Divulgação)

Aeronaves da Azul (Foto/Divulgação)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 9 de agosto de 2018 às 14h03.

São Paulo – A companhia aérea Azul tem um plano para aumentar seus lucros e, se tudo der certo, apresentar resultados mais robustos num futuro próximo. A estratégia? Trocar seus aviões.

A companhia está investindo na compra de aeronaves mais modernas, como o E2 e o A320neo. As vantagens deles em relação às aeronaves atuais da companhia são várias: mais assentos, economia de combustível e menor custo de manutenção.

"Queremos fazer essa troca na frota o quanto antes, porque isso vai ter um impacto muito significativo. Será como estalar os dedos", afirmou David Neeleman, fundador e presidente do conselho da empresa, em teleconferência com analistas. A expectativa é ter toda a frota renovada até 2021. A Azul tem hoje 121 aeronaves, dessas, 15 são de nova geração (o modelo A320neo), o que representa 24% da capacidade da companhia.

A companhia já manifestou intenção de comprar outros 51 aviões do tipo E2, da Embraer, que substituirão os E1 com os quais opera hoje. A troca vai permitir uma redução significativa: menos 26% no custo por assento e menos 14% no custo por viagem. O impacto da troca de frota deve começar a ser sentido a partir da metade do ano que vem, quando os E2 começam a voar.

Segundo o CEO da companhia, a troca da frota pode ser feita de forma relativamente rápida porque os pilotos da Azul, que já atuam com as aeronaves E1 da Embraer, precisam de pouco tempo de treinamento para operar os aviões E2.

A empresa teve lucro líquido ajustado de 238,3 milhões de reais nesse segundo trimestre de 2018, revertendo um prejuízo de 38,6 milhões de reais registrado em igual período do ano passado.

Os resultados foram afetados pela greve dos caminhoneiros, que custou 51,2 milhões de reais à companhia, e pela alta do preço dos combustíveis, além da desvalorização do real. Como a companhia é forte principalmente nas viagens corporativas, houve ainda um represamento da demanda por conta da Copa do Mundo, assim como aconteceu na Copa de 2014. Portanto, a expectativa para o segundo semestre é otimista.

Outra aposta da Azul é o segmento de cargas. No segundo trimestre, a receita desse segmento cresceu 64% em relação ao ano anterior, e a participação de mercado da companhia no setor aumentou 4 pontos percentuais, chegando a 14%.

No final do ano passado, a companhia assinou um acordo com os Correios para criar uma joint venture voltada ao transporte de encomendas feitas pela internet. A intenção da companhia é crescer nesse segmento e atuar não só com os Correios, mas com outras empresas de comércio eletrônico que necessitem de uma solução logística.

 

 

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