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O perfil do investidor-anjo mudou. Veja a nova cara deste tipo de investidor

O valor de negócios de investimento-anjo nos EUA caiu 64% desde 2015, atingindo US$ 400 milhões (R$ 2,28 bilhões) no ano passado.

Investimento-anjo: crescente competição de fundos de venture capital, mudando a dinâmica do mercado de startups (CSA Images/Getty Images)

Investimento-anjo: crescente competição de fundos de venture capital, mudando a dinâmica do mercado de startups (CSA Images/Getty Images)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 24 de outubro de 2024 às 10h19.

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O investimento-anjo, que normalmente envolve indivíduos fazendo investimentos pessoais em startups iniciais, fez algumas das apostas mais lendárias na história das startups — como o cheque de US$ 500.000 (R$ 2,85 milhões) de Peter Thiel na empresa então conhecida como The Facebook em 2004, mas o cenário de investimento-anjo mudou drasticamente. A reportagem é do The Wall Street Journal.

Ken Arnold, um investidor de 73 anos, viveu essas mudanças. Arnold mudou-se para São Francisco em 1995 e teve sucesso quando quatro startups que fundou realizaram IPOs ou foram adquiridas nas décadas de 1990 e 2010. Ele começou a fazer investimentos-anjo em 2011 com os lucros dessas empresas. Um de seus primeiros investimentos foi um cheque de US$ 25.000 (R$ 142.250) e um subsequente de US$ 6.000 (R$ 34.140) para a startup NextInput, que foi adquirida em 2021.

No entanto, Arnold observou que, ao longo da última década, o investimento-anjo foi sendo "espremido" por fundos de venture capital, que começaram a entrar em estágios mais iniciais, tornando mais difícil para os anjos competirem. Além disso, os fundos de venture capital podiam oferecer acesso a serviços de construção de empresas, o que muitos anjos individuais não podiam.

A realidade é que o cenário do investimento-anjo ficou menos atraente. Arnold, por exemplo, fez seus últimos novos investimentos em 2019, mantendo-se apenas com investimentos de acompanhamento em seu portfólio.

Mudança nas dinâmicas de investimento

O cenário mudou significativamente. Os fundos de venture capital se tornaram mais institucionais, e novos jogadores, como fundos de hedge, elevaram a competição e os valores em todas as fases de investimento. Muitos anjos foram empurrados para fora, preferindo se tornar investidores limitados em fundos de venture capital, diversificando suas apostas.

O valor total de negócios de investimento-anjo nos EUA caiu de US$ 400 milhões (R$ 2,28 bilhões) no ano passado, uma queda de 64% desde 2015, segundo a PitchBook Data e a National Venture Capital Association. Este ano, o valor está a caminho de cair mais um terço.

Para aqueles que ainda conseguem entrar nos melhores negócios, o investimento-anjo continua sendo uma opção de alto risco e alta recompensa. Alguns bem conectados, como o investidor Dave Spector, continuam a encontrar espaço devido ao valor que trazem como conselheiros ou com redes de contatos.

Empreendedores como Ali Partovi, que investiu em empresas como Airbnb e Uber, observam que o cenário de investimento-anjo mudou com a introdução de programas de aceleradoras, que reduziram a dependência das startups de capital-anjo. Partovi ressalta que o fator "nome" se tornou cada vez mais importante — sem reconhecimento ou rede, os investidores-anjo têm menos chances de obter alocação em negócios de alta qualidade.

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