São Paulo - Desde que chegou ao Brasil, a Lindt abriu, em média, uma loja por mês. Ela completou 18 novas unidades a partir da inauguração da primeira no Shopping Higienópolis, em junho de 2014. A empresa suíça de chocolates finos tem planos de alcançar a marca de 50 unidades até 2017.
Por enquanto, todas as lojas são próprias e estão localizadas em shoppings em São Paulo e no Rio de Janeiro, afirmou Patrick Diggelmann, diretor global de operações da Lindt & Sprüngli.
A operação é feita por uma joint venture com o Grupo CRM, dono da Kopenhagen, da qual a Lindt é acionista majoritária, com 51% das ações.
As duas marcas atuam em vendas de chocolates finos, mas Diggelmann crê que elas não irão concorrer diretamente. “Acreditamos que as principais linhas de produtos de ambas marcas atendem diferentes demandas dos consumidores”, disse diretor.
“O Brasil é o terceiro maior produtor e consumidor de chocolates do mundo e a Lindt enxerga o país com grande potencial de mercado premium”, falou ele, em entrevista por email à EXAME.com.
As apostas da empresa de doces no Brasil são altas. “A expectativa é tornar a Lindt a marca líder de chocolates finos internacionais no Brasil”, afirmou Diggelmann. De acordo com ele, o país é um dos mercados mais representativos para a empresa no mundo e é foco de expansão, ao lado do Japão e da Rússia.
Mundialmente, o volume de negócios da empresa aumentou em 17,4% no primeiro semestre de 2015 comparado com o mesmo período do ano anterior, atingindo 1,41 bilhão de francos suíços (cerca de 5,27 bilhões de reais).
Os produtos são importados da Suíça, Alemanha, Itália e França. Os bombons e outras delícias já são vendidos em lojas específicas desde 1969, em parceria com a distribuidora Aurora Bebidas e Alimentos Finos.
O acordo será mantido, de acordo com Diggelmann. “A parceria é um complemento para os negócios. O objetivo da Lindt é ampliar a participação no mercado brasileiro, por meios das lojas próprias e também nas redes de varejo, lojas de delicatessen, atacados e canal foodservice”.
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1. Oportunidades
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1/17 (Thinstock)
São Paulo - Para enfrentar um ano difícil como 2015,
empresas revisaram seus orçamentos, cortaram custos e avaliaram suas estratégias. Com essas e outras medidas, algumas companhias tiveram ótimos resultados, ampliando sua atuação no mercado e, consequentemente, seus lucros. Bancos, como Itaú e Caixa, buscaram linhas de crédito mais seguras e aumentaram tarifas. Outras empresas, como a Estácio, BRF e a Totvs, aproveitaram a crise para adquirir concorrentes. A Braskem e a Marfrig, por exemplo, viram a desvalorização do real como oportunidade para exportar e se expandir fora do Brasil. Neste
final de ano, veja nas imagens 15
empresas que passaram longe da crise em 2015.
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2. Kroton
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2/17 (Germano Lüders/EXAME)
No 3º trimestre, a
Kroton Educacional
reportou lucro líquido de 312,7 milhões de reais, crescimento de 46,9% ante o mesmo período de 2014. Já no acumulado do ano até setembro, o lucro líquido alcançou R$ 1,1 bilhão, aumento de 45,5%. No trimestre, a empresa finalizou a venda da Uniasselvi, por até 1,1 bilhão de reais. A venda era condição de sua fusão com a Anhanguera. Este ano, ela também adquiriu a Studiare, start-up de tecnologia voltada à educação. Mesmo com a diminuição da oferta do FIES, 176,3 mil novos alunos passaram a fazer parte da instituição, alta de 4% em relação ao ano passado. Agora, são mais de 1,1 milhão de alunos no ensino superior. Ela afirmou que tem 44 pedidos de abertura de unidades em análise e que aguarda a aprovação de 500 novos cursos presenciais e 448 novos polos de EAD.
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3. Estácio
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3/17 (Divulgação)
Com aquisições e ampliação de cursos à distância, a empresa de educação
Estácio obteve lucro líquido de 157 milhões de reais no 3º trimestre, alta de 18%. Até setembro, o lucro líquido foi de 419,6 milhões, aumento de 21,7%. O aumento de 14,8% na base de alunos de graduação, tanto presencial quanto à distância impulsionou os resultados. Em novembro, ela
recebeu a aprovação para abrir mais 61 polos de ensino à distância, que passam a ser 231. Duas aquisições também marcaram o ano da empresa. Em julho, fechou a compra da
Faculdade Nossa Cidade, em Carapicuíba, por 90 milhões de reais. Já em novembro,
comprou Faculdades Integradas de Castanhal, no Pará, por 26 milhões de reais. Para o próximo ano, a empresa almeja buscar e reter ainda mais alunos e controlar custos, despesas e investimentos para compensar eventuais perdas.
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4. Smiles
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4/17 (Divulgação)
Em anos mais turbulentos, empresas ligadas a viagens ou consumo, como o caso da
Smiles, podem ter dificuldades. No entanto, a empresa de fidelidade viu seus
números crescerem em 2015. No 3º trimestre, o lucro foi de 98,6 milhões de reais, alta de 65,3% em relação ao ano passado. No período, a receita líquida da empresa controlada pela Gol cresceu 55,9% e o acúmulo de milhas subiu 15,6%.
Parcerias com empresas aéreas e a possibilidade de trocar pontos por produtos ajudaram os consumidores a acumular e a gastar mais milhas, mitigando o efeito da crise. Outro motivo para o crescimento da empresa de fidelidade da Gol é que cada vez mais brasileiros estão abrindo contas no banco e trocando o dinheiro vivo por plástico, diz a empresa. No entanto, ela acredita que a redução no consumo e o efeito cambial irão atingi-la em 2016, tornando o ano muito
mais desafiador.
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5. BRF
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5/17 (Divulgação)
Com a situação econômica instável no Brasil, a
BRF está olhando para o mercado externo. Na Ásia, ela
firmou uma parceria com a Singapore Food Industries, para trocas de produtos e serviços, e planeja
expandir sua fábrica nos Emirados Árabes Unidos. No início deste mês, a empresa
adquiriu três companhias por uma soma total de 500 milhões de dólares. As companhias, que estão na Tailândia, Argentina e Reino Unido, adicionarão 600 milhões de dólares ao faturamento da BRF em 2016 e dobrarão sua capacidade de produção no exterior, que será de 8% do total. Já por aqui, sua estratégia é
manter os preços, para competir de forma mais agressiva,
deixando para 2016 o reajuste por conta da inflação e desvalorização do real. No 3º trimestre, ela apresentou lucro líquido recorde, de 887 milhões de reais, crescimento de 53,3% ante o registrado no mesmo período do ano passado.
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6. Braskem
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6/17 (Divulgação)
A
Braskem é outra empresa que está buscando ampliar sua atuação no mercado externo, por conta das dificuldades por aqui. Ela está
investindo 5,2 bilhões de dólares em um Complexo Petroquímico no México, em parceria com a Idesa (foto). Quando as
obras forem concluídas – já estão 98% prontas - mais de metade das receitas da empresa química virá do mercado externo. Segundo a companhia, ela concorre diretamente com grupos estrangeiros, e por isso o câmbio atual torna a sua produção mais competitiva em relação ao item importado. A estratégia de olhar para fora já mostrou
resultados em seu balanço. A petroquímica teve lucro líquido consolidado de 1,482 bilhão de reais no 3º trimestre, ante 230 milhões de reais no mesmo período do ano passado. O aumento foi impulsionado pela desvalorização do real ante o dólar e maiores volumes de vendas.
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7. Cielo
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7/17 (Paulo Fridman/Bloomberg)
As maquininhas de pagamento da Cielo tiveram um ano agitado. Apesar da atividade econômica estar mais fraca, a credenciadora de pagamentos líder no mercado
lucrou 877,5 milhões de reais no 3º trimestre, alta de 7,4% em relação ao mesmo período do ano passado. De julho a setembro, a receita operacional líquida da Cielo totalizou 2,9 bilhões de reais, alta de 50%. Mesmo com cifras impressionantes, a empresa quer ampliar ainda mais o alcance dos seus meios de pagamento. Ela quer levar suas máquinas de crédito e débito para setores ainda pouco explorados,
como o de educação. Outro foco de expansão são os profissionais autônomos, como vendedores ambulantes, e regiões com menor presença de cartões, como Norte e Nordeste.
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8. Itaú
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8/17 (Bloomberg/Dado Galdieri)
O
Itaú teve
o maior lucro entre as empresas abertas no 3º trimestre de 2015, de 5,94 bilhões de reais. O valor é 10% superior ao do ano passado. Nos nove primeiros meses de 2015, o lucro líquido foi de 17,66 bilhões de reais, aumento de 19,97%. Entre as razões para o lucro do maior banco privado do país está a margem financeira com o mercado, que teve um avanço de 45,7% na comparação anual, e a margem financeira com os clientes, que aumentou 4,4%. A margem com o mercado foi influenciada por negociações em bolsa de derivativos, que são contratos pré-fixados em dólar. Com os clientes, o banco aumentou a diferença entre os juros cobrados por empréstimos e os custos para captar recursos. O banco, assim como a concorrência também está buscando ter uma carteira de crédito mais segura e conservadora.
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9. Bradesco
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9/17 (Bloomberg News/Pedro Lobo)
Este ano, o
Bradesco buscou ampliar sua atuação tanto nos segmentos de baixa renda quanto em contas premium. Com a aquisição da unidade brasileira do HSBC Holdings Plc, o Banco Bradesco SA se transformou no
maior gestor privado de ativos do Brasil. Um dos principais atrativos do HSBC é a sua clientela de alta renda – são 1 milhão de correntistas nesse segmento. Já em novembro, ele e o Banco do Brasil receberam aval do Banco Central para
operar uma nova companhia, que terá foco na população de menor renda. A instituição deve começar a funcionar no próximo ano e terá na largada R$ 1 bilhão em empréstimos e operações com cartões. No último trimestre, o banco
informou que seu lucro líquido subiu 6,3% ante igual etapa de 2014, a 4,12 bilhões de reais. Entre os destaques, a linha de operações no exterior para pessoas jurídicas disparou 53,7% em 12 meses, impactada pela alta do dólar.
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10. Caixa Econômica Federal
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10/17 (Lia Lubambo/EXAME)
O
lucro da Caixa cresceu 60% no 3º trimestre, chegando a 3 bilhões de reais. De janeiro a setembro, ela alcançou lucro líquido de 6,5 bilhões de reais, crescimento de 23,3% em relação ao ano passado. Só com a Mega Sena, ela
arrecadou 5,11 bilhões de reais este ano. Sozinha, a
Caixa foi responsável por 34,0% do crescimento do mercado de crédito nos últimos doze meses, obtendo participação de 20,9%. O crédito habitacional é o principal destaque da empresa. Ele teve evolução de 17,2% em relação a setembro de 2014 e de 2,5% no trimestre, alcançando 375,7 bilhões de reais, 67,5% de participação no mercado.
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11. Gafisa
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11/17 (Alexandre Battibugli/EXAME)
Em ano de crise no setor imobiliário, a
Gafisa está conseguindo
aumentar suas vendas. Enquanto que os lançamentos subiram 19% no 3º trimestre ante 2014, as vendas aumentaram mais de 114%. Grande parte desse aumento foi impulsionado pela venda de estoques, que foram 52,5% do total. Assim, o lucro líquido da empresa subiu para 13,49 milhões de reais, ante prejuízo de 9,95 milhões no mesmo trimestre do ano anterior. A recuperação do prejuízo da construtora vem depois que ela postergou diversos lançamentos. Após atrasos na entrega, a Gafisa reformulou sua área de planejamento e logística este ano e conseguiu não só contornar o problema como também antecipar as obras.
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12. Hyundai
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12/17 (Bloomberg News/Andrey Rudakov)
Grandes demissões, férias coletivas, corte de produção e diminuição de turnos de trabalho. Essa é a realidade da maioria das montadoras no Brasil. No entanto, a
Hyundai anda na contramão do mercado, produzindo 24 horas por dia, em três turnos e, às vezes, chega a convocar trabalhadores para horas extras aos sábados. Ela espera ocupar toda a capacidade de sua fábrica em Piracicaba (SP). Em um ano, a participação de mercado da coreana foi de 8,7% a 9,29%. O seu carro chefe, o HB20, é o terceiro mais vendido no ano, com 99.196 unidades emplacadas até novembro, segundo a Fenabrave. "Apesar da crise, não reduzimos nossas ações no mercado e estamos oferecendo um produto que tem atraído consumidores por sua qualidade", afirmou presidente da empresa, William Lee.
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13. TOTVS
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13/17 (Divulgação/TOTVS)
“Não vou participar desta crise”, disse o presidente da
TOTVS, Rodrigo Kede Lima, afirmou, em
entrevista à EXAME em outubro deste ano. Para ele, é preciso estar otimista para sair na frente quando o período ruim acabar. Conhecida por crescer com aquisições, ela comprou a sua concorrente Bematech em agosto. Ainda assim, ninguém passa ileso pela crise na economia e a Totvs está mais cautelosa nos investimentos e viu uma desaceleração no crescimento nos últimos trimestres, disse Lima. No 3º trimestre,
ela alcançou lucro líquido de 71,7 milhões de reais, valor 5,3% maior do que o mesmo período do ano passado. Uma das razões para seu crescimento é que ela continua investindo 14% da receita líquida em inovação. O esforço tem valido a pena. A companhia, que detém metade do mercado brasileiro de softwares de gestão,
desenvolveu um novo modelo de negócios, de assinatura mensal pelos programas.
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14. Mercado Livre
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14/17 (Divulgação)
Impulsionado pelas unidades de negócios MercadoPago, MercadoLivre Publicidade e MercadoEnvios, o grupo
MercadoLivre teve lucro líquido de 45,6 milhões de dólares no último trimestre, uma
alta de 35,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. Para expandir sua atuação, em abril ela
adquiriu a produtora brasileira de software KPL, especializada em sistemas de gestão para o varejo online, por pelo menos 50 milhões de reais. Segundo o MercadoLivre, a
aquisição irá complementar a sua oferta de serviços, oferecendo softwares para micro, pequenas e médias empresas. Ela também afirmou que não irá mais cobrar por anúncios feitos no site, mas somente cobrará comissão por venda. "Com isso, os vendedores profissionais da plataforma terão muito mais facilidade no momento de escolher o tipo de anúncio, além de poder economizar nos custos totais por venda", disse a empresa.
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15. BB Seguridade
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15/17 (Bovespa)
No acumulado do ano, o
lucro líquido da
BB Seguridade atingiu 3,2 bilhões de reais até setembro, alta de 37,9% em relação ao mesmo período de 2014. O lucro líquido ajustado, que exclui o efeito dos eventos extraordinários, atingiu 2,9 bilhões de reais, crescimento de 26,5%. O resultado do banco, que reúne os negócios de seguros e previdência do Banco do Brasil, foi impactado pela menor sinistralidade em seguros nos segmentos de vida, habitacional e rural. Também ajudaram a maior margem operacional da BB Corretora, e o aumento das receitas com taxas de gestão de fundos de previdência. Em 2016, a
empresa prevê mais rentabilidade e foco em produtos como previdência privada, que deverá ser um dos principais motores de crescimento.
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16. Marfrig
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16/17 (Paulo Whitaker/Reuters/Reuters)
Prejudicial para diversas empresas, a alta do dólar ajudou a
Marfrig a ter resultados positivos no ano. No acumulado do ano, a receita líquida da Marfrig somou 13,72 bilhões de reais, alta de 26%. Segundo ela, 61% de suas receitas vieram de unidades fora do Brasil e 80% do faturamento está atrelado a moedas estrangeiras. Além do efeito da alta do dólar sobre as receitas em outras moedas, a venda da unidade Moy Park também contribuiu para os
resultados positivos. A unidade europeia foi adquirida pela concorrente JBS em junho, por 1,19 bilhão de dólares. Com o valor, a empresa irá diminuir sua dívida líquida e melhorar a alavancagem. Agora, a Marfrig, uma das maiores produtoras de carne bovina do Brasil, irá se focar nas exportações para Estados Unidos e China.
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17. Confira também
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17/17 (Pascal Pavani/AFP)