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"O maior erro foi não ouvir minha mãe", diz Batista, da JBS

Durante o fórum HSM Expomanagement, presidente global da JBS afirmou que valorizar o erro e se manter simples são a base do segredo de sucesso da empresa


	Wesley Batista: "Muita gente começa simples, e quando cresce começa a 'inventar moda', se burocratizar e criar coisas que são bonitas de se ver, mas não são 'de verdade'".
 (Germano Lüders/EXAME.com)

Wesley Batista: "Muita gente começa simples, e quando cresce começa a 'inventar moda', se burocratizar e criar coisas que são bonitas de se ver, mas não são 'de verdade'". (Germano Lüders/EXAME.com)

Luísa Melo

Luísa Melo

Publicado em 4 de novembro de 2013 às 11h54.

São Paulo -  "O maior erro da minha vida foi não ter ouvido a minha mãe", disse Wesley Batista, presidente global da JBS,  na manhã desta segunda durante o fórum HSM Expomanagement.

"Compramos uma empresa em 2007 nos Estados Unidos e eu fui pra lá sem falar uma palavra em inglês. Se eu tivesse ouvido a minha mãe, não teria passado por isso", afirmou em referência à aquisição da Swift & Company. 

Mesmo assim, o executivo contou que errar não só é algo aceitável, como também valorizado dentro da JBS. Isso porque, para ele, o erro nada mais é do que uma forma eficiente de aprendizado. Na empresa controlada pela sua família, segundo ele, todos são instruídos a não ter vergonha de seus erros, e sim reconhecê-los e seguir em frente.

"Eu, meu irmão e meu pai começamos sem saber. Aprendemos fazendo. E quando você aprende na prática, não tem como só acertar. O importante é acertar mais do que errar", conta.

"Há 20 anos, eu ouvi um grande empresário brasileiro dizer que tinha 7 mil funcionários e pensei: meu Deus! Como se administra isso? Deve ter um monte de gente lá que faz um ano que não aparece para trabalhar e ele nem sabe. Nós aprendemos fazendo.", disse arrancando risadas da plateia. Hoje, de acordo com ele, a JBS tem cerca de 185 mil colaboradores.

Modelo "FROG" de gestão

O segredo que transformou a JBS na maior empresa privada do Brasil e maior produtora de proteína animal do mundo, de acordo com Batista, é se manter sempre simples. Essa é a base do modelo de gestão adotado pela companhia e batizado por ele de "FROG", que significa "from Goiás".

"Muita gente começa simples, e quando cresce começa a 'inventar moda', se burocratizar e criar coisas que são bonitas de se ver, mas não são 'de verdade'".

Quando perguntado sobre o que é preciso fazer para chegar aonde ele chegou, Batista tem uma única resposta: "Chegue mais cedo do que todo mundo e saia mais tarde do que todo mundo". Quando se mudou para os Estados Unidos e assumiu o comando da Swift & Company, a empresa norte-americana era cinco vezes maior do que a JBS, segundo ele. "Sem falar inglês, eu chegava às 4h da manhã e saía às 11h da noite. O que você não sabe, você aprende. Mas se não quiser saber, nunca vai aprender". 

Além da vontade de aprender, ele diz que ser apaixonado pelo que faz é imprescindível. "Dinheiro é importante, senão você não prospera. Mas paixão é superimportante. É a única forma de se doar de verdade: quando se tem paixão, trabalhar muito não cansa. Você tem pepino pra resolver o dia inteiro, mas está feliz".

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