Steve Ballmer: durante apresentação do Los Angeles Clippers, no Staples Center (Kevork Djansezian/Bloomberg)
Daniela Barbosa
Publicado em 1 de outubro de 2014 às 16h03.
São Paulo - Ele já foi eleito o pior presidente de uma companhia de capital aberto nos Estados Unidos, mesmo assim, por décadas, esteve à frente de uma das mais importantes empresas de tecnologia do mundo: a <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/microsoft">Microsoft</a></strong>. <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/steve-ballmer">Steve Ballmer</a></strong>, amigo e parceiro de <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/bill-gates">Bill Gates</a></strong>, está a um passo de deixar de vez a empresa que durante mais de 30 anos ajudou a construir.</p>
Oficialmente, ele não é presidente da Microsoft, posto que ocupou por quase 14 anos, desde fevereiro, quando Satya Nadella assumiu a função. Sua cadeira no conselho foi desocupada em agosto recente. E, agora, Ballmer faz os últimos ajustes para ser apenas mais um acionista na empresa.
À Forbes, o bilionário detalhou os próximos passos e entre as prioridades está a de cuidar dele mesmo. "Pretendo melhorar minha forma física e meus jogos de golfe", disse ele à publicação americana.
Ballmer está entre as 20 pessoas mais ricas dos Estados Unidos e, segundo a Forbes, seu patrimônio atual gira em torno de 22,5 bilhões de dólares. Ele é um dos poucos bilionários dos Estados Unidos a ter conquistado fortuna trabalhando como empregado em uma companhia privada.
Ballmer não fundou a Microsoft, ele foi contratado por Gates em 1980 para o cargo de gerente de negócios e aos pouco foi recebendo, como gratificação, participação na empresa. Atualmente, ele detém 333 milhões de ações da Microsoft.
Controverso
Nos últimos anos, a sua gestão vinha desagradando o mercado. Tanto que, quando anunciou sua aposentadoria, as ações da Microsoft valorizaram 790 milhões de dólares. Quando ainda estava à frente da empresa, ele foi acusado de ter ignorado mercados lucrativos, como o de música digital e tablets, por exemplo.
Alguns críticos mais severos ainda o culparam de fechar negócios malsucedidos, como a compra, em 2007, da aQuantive, empresa de marketing digital, por 6 bilhões de dólares. Eles também acusam Ballmer de não ter sido capaz de criar estratégias para combater rivais de peso, como Google e a Apple.
Há, no entanto, quem pondere os julgamentos. Warren Buffett, amigo pessoal de Gates, já afirmou publicamente que Ballmer teve a má sorte de assumir o comando da Microsoft em uma época difícil para o setor de tecnologia, o início dos anos 2000.
"Cometi erros. Eu retrocedi. Tentei algumas coisas que não funcionaram. Não vou dizer que foi tudo perfeito. Isso seria tolice. Por outro lado, nos últimos anos, provavelmente, gerei muito lucro para os acionistas", disse ele recentemente à Forbes.
Investimento em esportes
Pouco meses depois de deixar o comando da Microsoft, Ballmer assinou um acordo para comprar o time de basquete Los Angeles Clippers. A operação foi fechada por 2 bilhões de dólares.
Ele chegou a afirmar que a Associação Nacional de Basquete (NBA) dos Estados Unidos é “um ativo em apreciação” e que não tinha nenhum receio de fazer um investimento tão alto.
"Eu não teria pagado se não tivesse gostado do acordo", disse Ballmer à Bloomberg Television na época em que o acordo foi aprovado.
Aos 58 anos, a vida agora de Ballmer vai seguir em um ritmo menos acelerado a partir de agora. Salvo os dias que o Clippers jogar.