A transformação no banco é necessária para melhorar sua eficiência e recuperar o lucro e foi iniciada em novembro do ano passado (Valter Campanato/Agência Brasil)
Karin Salomão
Publicado em 16 de fevereiro de 2017 às 16h51.
Última atualização em 16 de fevereiro de 2017 às 18h32.
São Paulo – Em sua reestruturação, o Banco do Brasil já fechou centenas de agências e concluiu um plano de aposentadoria incentivada que cortou R$ 2,3 bilhões em despesas.
O número foi divulgado hoje pelo banco, em sua coletiva de resultados do quatro trimestre e ano de 2016 - a primeira mensuração oficial do impacto das mudanças de gestão, anunciadas em novembro, para o negócio.
De acordo com o banco, o principal corte de gastos veio da redução de funcionários, que compõem mais de 60% do total de despesas administrativas. Quase 10% de toda a força de trabalho aderiu ao plano - 9.409 pessoas exatamente.
Para este ano, o BB não pretende fazer uma nova rodada de incentivos a aposentadoria e já fechou um acordo coletivo para o aumento de salário no período.
Apesar da economia bilionária, o banco ainda prevê cortes de custos recorrentes na ordem de R$ 750 milhões. Ele pretende alcançar o valor com renegociações de contratos de aluguel e segurança nas agências, serviços de terceiros e custos com transportes de valores. No ano passado, já conseguiu reduzir as despesas com isso em R$ 82 milhões.
Em sua reestruturação, o banco já fechou 274 agências e até o final de março, mais 128 serão fechadas.
O Banco do Brasil apresentou suas metas para o ano de 2017. O lucro líquido deverá ser entre R$ 9,5 e R$ 12,5 bilhões, contra R$ 8 bilhões em 2016.
A carteira de crédito deverá crescer entre 1% e 4%, impulsionada principalmente pelo agronegócio.
A carteira voltada a grandes empresas continuará caindo de acordo com as previsões do banco, por conta da crise econômica. No ano passado, essa carteira caiu 19,2%, por conta do grande número de pedidos de recuperação judicial.
Com a redução de funcionários e fechamento de agências, o Banco do Brasil está buscando formas de fazer mais com menos. Uma maneira é a expansão de seus serviços digitais.
Cerca de 1,3 milhão de clientes já é atendido por agências digitais. Para 2017, o plano é que esse número chegue a 1,8 milhão de clientes estilo digital e exclusivo digital.
Hoje, 65% de todas as transações do banco são feitas pelo aplicativo mobile ou por um computador. Em 2016, o celular foi responsável por 10,7 bilhões de transações, 53% a mais do que no ano anterior.
A mudança não apenas corta a fila de espera em bancos, mas também impulsiona o balanço da empresa. Ao trocar o físico pelo virtual, os gerentes podem atender até 35% mais clientes e a rentabilidade melhora de 20% a 44%, diz a instituição.
Por essa razão, o BB está criando soluções digitais, como o aplicativo Ourocard, a possibilidade de renegociar dívidas e até financiar um carro pelo smartphone.
Pela Conta Fácil, totalmente virtual, é possível abrir uma conta em 7 minutos, em comparação aos 53 minutos para o mesmo procedimento em uma agência. O custo dessa modalidade também é 24 vezes menor do que uma conta normal.
A expectativa é que 1,8 milhão de contas sejam abertas pelo aplicativo em 2017.