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1. Mobilização de respeito
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1/11 (REUTERS/Rick Wilking)
São Paulo - Com 35.000 espectadores reunidos por seis horas, o encontro anual da Berkshire Hathaway poderia ser um show de rock. Mas o astro em questão se notabiliza pela habilidade financeira - apesar de já
ter aparecido tocando ukelele com Bon Jovi. Neste sábado, os holofotes se voltaram novamente para ele: Warren Buffett. Como de praxe, o megainvestidor respondeu a uma série de perguntas dos acionistas, incluindo dúvidas sobre a parceria com os brasileiros do 3G Capital e sobre a capacidade da Berkshire de continuar ganhando alto - no primeiro trimestre, o lucro operacional da companhia subiu 42% em relação ao mesmo período de 2012. Confira os principais tópicos abordados:
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2. A Heinz - e o estilo tupiniquim
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2/11 (Scott Olson/Getty Images)
Em fevereiro, a Berkshire e o 3G Capital, de Jorge Paulo Lemann, anunciaram um acordo para comprar a Heinz mediante um desembolso de 23 bilhões de dólares. A companhia de Buffett gastará
três vezes mais que o 3G na aquisição. Mas perguntado a respeito da disparidade, Buffett afirmou que pagou um pouco mais que gostaria sem o 3G, mas que a companhia de private equity dos brasileiros tem "gestores extraordinários". "Eles têm estilo e são excepcionalmente bons", disse. "Então nós esticamos um pouco (o aporte) por conta disso". Na prática, a Berkshire emprestará dinheiro ao 3G com a compra de ações preferenciais, aumentando a alavancagem da Heinz. Mas Buffett acrescentou que o valor da companhia de alimentos deve crescer rapidamente sob a nova gestão, o que deverá compensar a investida. "É um negócio absolutamento justo. Eu não tive que mudar uma palavra nos termos do acordo", finalizou.
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3. Sucessão
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3/11 (REUTERS/Rick Wilking)
Do alto de seus 82 anos, o chamado Oráculo de Omaha admitiu que o conselho da empresa já tem um sucessor em vista. "Estamos firmemente de acordo quanto a quem essa pessoa deve ser", disse. O nome, contudo, permanece em segredo. O megainvestidor apenas esclareceu que seu filho, Howard Buffett, não será o eleito. Questionado sobre suas preocupações depois que deixar o comando da companhia, Buffett citou a preservação da cultura da Berkshire, com o bastão sendo passado para alguém que tenha ainda mais "paixão, cérebro e energia" que ele.
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4. A quinta maior do mundo
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4/11 (REUTERS/Rick Wilking)
Buffett chamou a atenção para um fato: com a máxima histórica dos papéis da Berkshire Hathaway - as ações classe A passaram da barreira dos 162 dólares -, a companhia abocanhou o posto de quinta maior empresa de capital aberto no mundo, avaliada em cerca de 264 bilhões de dólares. A ascensão foi embalada pelos resultados recentes da empresa: de janeiro a março, a receita líquida da Berkshire subiu mais de 50%, atingindo 4,89 bilhões de dólares.
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5. Freio no crescimento?
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5/11 (REUTERS/Rick Wilking)
O investidor admitiu que crescer, nos dias de hoje, é uma tarefa mais árdua que antigamente. Isso porque a Berkshire já teria atingido um tamanho de respeito, com mais de 80 subsidiárias tocando negócios diferentes. Ainda assim, o empresário é otimista quanto ao futuro. "Estamos comprando negócios muito bons", disse. Buffett reforçou que apesar de a Berkshire estar pagando mais caro pelas empresas que entram no seu radar, a companhia permanece disciplinada.
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6. Ceticismo com bitcoin
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6/11 (Casascius / Wikimedia Commons)
Questionado sobre a febre recente com a bitcoin, uma moeda virtual que vem ganhando a atenção dos investidores, Buffett não titubeou: "dos nossos 49 bilhões (em caixa), não colocamos nada em bitcoin". Charlie Munger, vice-presidente da Berkshire, reforçou que não tem confiança na bitcoin como uma moeda universal.
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7. O (controverso) investimento em jornais
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7/11 (Stock.xchng)
Com participações relevantes em negócios de mídia, incluindo uma fatia no jornal The Washington Post, Buffett foi perguntado sobre o porquê de investir em publicações impressas, um negócio com taxas em franco declínio (a plateia, inclusive, aplaudiu o acionista que o inqueriu sobre a existência de negócios com melhores ganhos). Buffett defendeu que a compra de quase 30 jornais nos últimos anos guardava uma expectativa de retorno de 10%, descontados os impostos, o que ele chamou de uma taxa "decente". Ainda assim, ele ressalvou que a quantidade de dinheiro investida no negócio dentro da Berkshire não "move agulha na companhia".
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8. Grande demais para quebrar?
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8/11 (REUTERS/Rick Wilking)
A queda na rentabilidade dos bancos foi mencionada no encontro. A respeito das novas políticas dos bancos de investimento, Buffett pontuou que as estruturas de capital estão melhores e mais fortes do que eram no passado, com as instituições fazendo melhores empréstimos e se cercando de mais garantias. O Oráculo de Omaha acrescentou que os bancos, na sua opinião, não estarão por trás da nova bolha do capitalismo. "Me sinto muito bem com o nosso investimento no Wells Fargo".
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9. Desafios no setor aéreo
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9/11 (Sara Haj-Hassan)
A Berkshire tem uma fatia na companhia aérea NetJets. Mas não vislumbra a possibilidade de colocar dinheiro em mais nenhuma empresa do setor. Segundo Buffett, a indústria de companhias aéreos está em uma situação em que há custos adicionais "muito, muito baixos", mas enormes custos fixos e uma grande tentação de vender o último assento a preço de banana. "É mão de obra intensiva e capital intensivo, em grande parte como o negócio de commodities", afirmou.
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10. Modelo em matéria de herança
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10/11 (REUTERS/Rick Wilking)
Filantropo de carteirinha, Buffett já explicitou inúmeras vezes o desejo de doar a maior parte da sua riqueza. Perguntado sobre qual seria o montante ideal para deixar aos herdeiros - o bastante para que façam algo, mas não tanto que não façam nada - ele disse que o comportamento das crianças está muito mais ligado a como seus pais agem que ao tamanho da herança que recebem. O exemplo dado no lido com as finanças, por isso, seria de suma importância.
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11. Veja agora as empresas em que Buffett tem maior poder
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11/11 (Justin Sullivan/Getty Images)