Unidade do Carrefour: Varejistas e analistas mundo afora estão de olho nos próximos passos do grupo
Da Redação
Publicado em 17 de outubro de 2018 às 05h37.
Última atualização em 17 de outubro de 2018 às 07h41.
O varejista francês Carrefour divulga hoje os números de vendas globais do terceiro trimestre do ano. Analistas estarão atentos a alguma luz sobre os próximos passos do grupo, que passa por uma reformulação completa de seus negócios na tentativa de competir com concorrentes como a varejista americana Amazon.
A principal dúvida é se a empresa conseguirá se manter crescendo de forma independente depois de ser envolvida em notícias sobre negociações com a concorrente Casino, dona do Grupo Pão de Açúcar no Brasil, para uma eventual fusão.
O jornal Financial Times reportou, em setembro, que o Carrefour teria feito uma oferta de fusão para o Casino. Mais recentemente, a coluna do jornalista Lauro Jardim, no jornal O Globo, divulgou que o Casino teria contratado advogados para estudar uma possível união das operações no Brasil. As duas empresas negaram negociações e propostas.
O fato é que o Carrefour precisa de caminhos para se reerguer. Desde o começo do ano, as ações caíram 14%. No primeiro semestre do ano, as vendas globais caíram 3,7% – em moeda constante, a alta foi de 0,7%.
As vendas estão caindo nos mercados internacionais, principalmente na América Latina e no Brasil. Além de uma deflação alimentar, o mercado brasileiro ainda sofre com a desvalorização do real, que causou uma queda de 13,3% nas vendas do país no trimestre anterior, embora em moeda constante a alta seria de 5,5%. Esse fator pode voltar a impactar os resultados neste trimestre.
Por outro lado, o Carrefour afirma que está focado em seu Plano de Transformação 2022. Entre as mudanças que a empresa já promoveu, globalmente, está o fortalecimento do comércio eletrônico e de serviços de delivery, além da estratégia de integrar os diferentes canais de venda, em uma resposta contra a Amazon. A entrega na casa dos consumidores já é possível em nove países; em até uma hora, está disponível em seis países.
O Carrefour também está investindo em parcerias tecnológicas, com empresas como Système U,Google e Tencent, além de uma ação com a IBM para uma rede de blockchain que melhore a rastreabilidade de seus produtos. O Walmart é outra rede global que está seguindo o mesmo caminho.
A varejista precisará provar, com os resultados que serão divulgados hoje, que suas estratégias são firmes o suficiente para competir, sozinho, com novos e velhos concorrentes. Varejistas e analistas mundo afora estarão de olho — em certa medida, o destino do Carrefour é o de um setor inteiro.