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Nubank abre escritório na Argentina e acelera expansão pela AL

Fintech iniciou operação no México há seis semanas e já tem 9 milhões de clientes no Brasil

David Vélez, presidente do Nubank: expansão pela América Latina (Nubank/Divulgação)

David Vélez, presidente do Nubank: expansão pela América Latina (Nubank/Divulgação)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 12 de junho de 2019 às 10h00.

Última atualização em 13 de junho de 2019 às 13h57.

A fintech brasileira Nubank inaugura hoje seu escritório na Argentina. O anúncio vem seis semanas após a companhia conhecida pelo cartão roxo iniciar sua operação no México e faz parte de seu plano de internacionalização pela América Latina. O banco digital já tem 9 milhões de clientes no Brasil.

A Argentina, assim como o México, é vista como um mercado com grande potencial pela companhia. “A Argentina tem uma população jovem e só 24% das pessoas têm cartão de crédito. Metade da população não tem conta em banco. É uma indústria bancária muito concentrada. Uma grande oportunidade para nós”, disse o CEO do Nubank David Vélez a EXAME. Vélez tem reunião marcada hoje com o presidente argentino Mauricio Macri. “Vamos apresentar nosso negócio e mostrar que podemos ser uma boa alternativa para a indústria de serviços financeiros na Argentina”.

A meta da fintech é terminar 2019 com uma equipe de 50 pessoas no país vizinho. Para 2020, o objetivo é expandir para 300 pessoas, sendo 200 desenvolvedores.  Além do escritório, o Nubank terá um centro de engenharia no país (assim como tem no México), com o objetivo de dar suporte às operações do banco na região.

"Sempre tivemos uma visão de longo prazo sobre o que o Nubank quer ser, e a internacionalização faz parte disso. Há milhões de pessoas na América Latina sem conta no banco. Acreditamos que podemos influenciar a região trazendo concorrência", diz Vélez.

A expansão internacional da companhia vem seis anos após o início das operações no Brasil. Por aqui, o Nubank começou a operar com a oferta de cartão de crédito sem anuidade para os clientes. Depois expandiu para outros produtos como a conta digital NuConta e empréstimo pessoal para quem já é cliente.

A companhia ainda não sabe qual será o primeiro produto oferecido nos novos mercados. “Trabalhamos em cada mercado individualmente. A melhor resposta no Brasil não necessariamente é a melhor resposta nos outros países. Estamos deixando as equipes locais definirem”, afirma Vélez. Além de Brasil, México e Argentina, o Nubank também tem um escritório em Berlim desde 2017, focado principalmente em desenvolvimento de tecnologia. Não há planos de abrir operação no país europeu por enquanto.

A companhia chegou recentemente à marca dos 9 milhões de clientes no Brasil, sendo 5,5 milhões de contas digitais, o que faz do Nubank a sexta maior instituição financeira em número de clientes. A fintech cresce a um ritmo de 10% ao mês e faturou 470 milhões de reais no ano passado. A operação, no entanto, ainda não dá lucro – em 2018 foram 100 milhões em prejuízo.

Desde sua fundação, em 2013, o Nubank já recebeu mais de 400 milhões de dólares em sete rodadas de investimento de investidores como Sequoia Capital, Kaszek Ventures, Tiger Global Management. O mais recente deles ocorreu em outubro de 2018, quando a companhia recebeu 200 milhões de dólares da gigante chinesa de tecnologia Tencent, dona do WeChat.

Recentemente, rumores de mercado indicaram o interesse do Softbank na companhia, com um aporte de 1 bilhão de dólares, o que avaliaria a fintech em 10 bilhões de dólares de valor de mercado. O dinheiro poderia acelerar os planos de expansão da empresa pela América Latina. O Nubank não confirma, mas diz estar sempre aberto a oportunidades de investimento.

Segundo Vélez, se um novo investimento vier, não será por necessidade de caixa. "Tivemos duas rodadas de investimento em 2018, mas não precisávamos desse capital. A primeira rodada fizemos para ter caixa reserva. A segunda fizemos para trazer a Tencent como um investidor estratégico". Ainda segundo Vélez, boa parte do dinheiro levantado no ano passado continua em caixa.

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