Projeto ainda está em fase preliminar e que o desenho será feito em função da demanda dos clientes (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 29 de maio de 2012 às 21h18.
São Paulo- A empresa dinamarquesa Novozymes estuda a abertura de novas unidades de produção no Brasil para atender a indústria de biocombustíveis de segunda geração, anunciaram nesta terça-feira fontes da empresa.
A companhia, que tem uma fábrica e um centro de pesquisa na região metropolitana de Curitiba, definirá entre os próximos seis a nove meses a localização de uma ou várias unidades especializadas em enzimas para biocombustíveis avançados.
Em entrevista à Agência Efe, o presidente para a América Latina da Novozymes, Pedro Luiz Fernandes, detalhou que a localização mais provável estará onde se encontra a matéria-prima, que no país é predominantemente a cana-de-açúcar.
Fernandes, que não revelou o valor do investimento que será feito, disse que o projeto ainda está em fase preliminar e que o desenho será feito em função da demanda dos clientes.
Para o presidente para a América Latina da Novozymes, após um importante desenvolvimento na década de 90, o descobrimento do pré-sal, reservas de hidrocarbonetos a grande profundidade no Atlântico, tirou o foco dos biocombustíveis no Brasil, maior produtor mundial de etanol de cana-de-açúcar.
No entanto, o empresário destacou o potencial do país para avançar nesse campo e acrescentou que o Brasil tem possibilidades de se situar junto aos Estados Unidos como as potências de desenvolvimento dos biocombustíveis renováveis avançados.
O chefe do departamento do negócio de celulose da Novozymes, Sebastian Soderberg, disse que o Brasil dispõe de uma grande oportunidade de desenvolver uma indústria de biocombustíveis de segunda geração na atualidade.
''O Brasil pode adotar um papel destacado nos biocombustíveis avançados, como aconteceu nos anos 90 com os de primeira geração'', destacou.
Os biocombustíveis avançados são os fabricados a partir da celulose da biomassa de produtos como o joio do trigo, os talos de milho, o bagaço da cana-de-açúcar e os resíduos domésticos, entre outros.
Soderberg destacou como elementos que fundamentam sua afirmação as previsões de aumento da demanda no país, assim como o potencial dos biocombustíveis na substituição da gasolina.
A Novozymes fechou recentemente um acordo com a empresa brasileira de bioenergia GraalBio para fornecimento de tecnologia de enzimas à nova fábrica de etanol de celulose que a dinamarquesa estabelecerá no próximo ano em Alagoas.
Estudos recentes preveem que o Brasil pode chegar a produzir 170 bilhões de litros de biocombustíveis avançados ao ano, que levariam a substituição de 83% do consumo anual de gasolina até 2030.