Negócios

Novo suicídio em fábrica chinesa do gigante taiuanês Foxconn

É o segundo caso desse tipo no ano, após do registro de 14 suicídios em 2010

Sede da Foxconn na China: segundo estudo, empresa viola as leis trabalhistas chinesas e abusa de seus trabalhadores física e mentalmente (Arquivo/AFP)

Sede da Foxconn na China: segundo estudo, empresa viola as leis trabalhistas chinesas e abusa de seus trabalhadores física e mentalmente (Arquivo/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de maio de 2011 às 12h17.

Pequim - Um trabalhador do gigante tecnológico taiuanês Foxconn, fabricante do iPad e do iPhone da Apple, cometeu suicídio na cidade chinesa de Chengdu (centro) o segundo caso desse tipo no ano, depois do registro de 14 suicídios similares em 2010 e três tentativas frustradas.

O jovem, de 20 anos, pulou de seu apartamento, situado em um bairro próximo ao parque industrial da companhia, no primeiro caso de suicídio de um funcionário da Foxconn que ocorre fora da cidade de Shenzhen (sul), informou nesta sexta-feira o jornal independente "South China Morning Post".

Em janeiro, uma trabalhadora de 25 anos que estava havia seis anos trabalhando em uma fábrica da Foxconn de Shenzhen também se jogou do prédio onde vivia após receber um e-mail no qual pediam que pedisse demissão.

Outros 14 trabalhadores, grande parte jovens recém-chegados à companhia a partir de outras províncias chinesas, suicidaram-se nas fábricas da Foxconn desta mesma cidade no ano passado.

Conforme estudo elaborado por 20 universidades de Hong Kong, Taiwan e da China, de janeiro passado, Foxconn é um "campo de trabalho" que viola as leis trabalhistas chinesas e abusa de seus trabalhadores física e mentalmente.

O estudo, citado pelo jornal, assinalou que desde janeiro de 2010 ocorreram 17 tentativas de suicídio entre os funcionários da Foxconn, que somam mais de 1 milhão no gigante asiático.

A companhia, no entanto, se defende dizendo que trata bem os colaboradores, e aumentou os salários em até 70% de sua unidade principal de Shenzhen depois da onda de suicídios do ano passado.

No entanto, para reduzir custos, transferiu parte de sua produção do oeste para o centro da China, como a fábrica de Chengdu onde ocorreu esse último episódio.

Em uma dessas novas plantas, na província de Sichuan, uma explosão matou na sexta-feira três pessoas e feriu outras 15.

Foxconn produz 4% dos produtos que exporta o país asiático, e fabrica componentes para multinacionais como Sony, Hewlett-Packard, Nintendo ou Apple, que produz nestas feitorias seus populares iPad, iPod e iPhone.

Recentemente, a Foxconn anunciou que vai investir US$ 12 bilhões nos próximos cinco anos na construção de uma nova fábrica no Brasil para produzir a maioria dos componentes utilizados no iPad. A empresa pretende começar a montagem dos dispositivos nos próximos meses em uma das fábricas no Brasil ainda com componentes fabricados na China.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaChinaDireitosEmpresasEmpresas chinesasempresas-de-tecnologiaFoxconn

Mais de Negócios

COP29: Lojas Renner S.A. apresenta caminhos para uma moda mais sustentável em conferência da ONU

Ele quase devolveu o dinheiro aos investidores, mas conseguiu criar um negócio que vale US$ 100 mi

Com chocolate artesanal amazônico, empreendedora cria rede de empoderamento feminino

Na maior Black Friday da Casas Bahia, R$ 1 bilhão em crédito para o cliente