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Novo presidente do WeWork assume com a missão de retomar a confiança

Com duas décadas de experiência no mercado imobiliário, Sandeep Mathrani assume a presidência do WeWork após um período de controle direto do Softbank

Sandeep Mathrani: objetivo de reverter prejuízos bilionários no WeWork  (Tony Favarula/Andrew Collings Photography/Handout/Divulgação)

Sandeep Mathrani: objetivo de reverter prejuízos bilionários no WeWork (Tony Favarula/Andrew Collings Photography/Handout/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 18 de fevereiro de 2020 às 06h26.

Última atualização em 18 de fevereiro de 2020 às 06h59.

São Paulo — A empresa de escritórios compartilhados WeWork começa uma nova era nesta terça-feira, 18. O novo presidente contratado para assumir a empresa, o executivo de ascendência indiana Sandeep Mathrani, tem previsão de tomar posse do cargo e tornar-se o primeiro presidente a assumir oficialmente a companhia desde a saída do fundador Adam Neumann, em setembro passado.

Mathrani veio não do mercado de tecnologia, mas de uma carreira de duas décadas de experiência no tradicional ramo imobiliário — que, no fim das contas, o WeWork finalmente parece ter aceitado que é seu negócio centralO executivo era presidente do braço de varejo do grupo Brookfield Property, gigante do ramo imobiliário global com imóveis em segmentos tão diversos como escritório, varejo, industrial, galpões de armazenamento e residência estudantil.

Desde a saída de Neumann, o WeWork vinha sendo basicamente controlado pelo Softbank, maior investidor e que precisou socorrer a empresa com novos aportes depois que a oferta inicial de ações (IPO) na bolsa não aconteceu. Ao todo, o Softbank deixou mais de 10 bilhões de dólares na companhia.

Até a chegada de Mathrani, o WeWork vinha sendo comandado provisoriamente pelos co-presidentes Artie Minson e Sebastian Gunningham, diretores na gestão do fundador Adam Neumann, e pelo executivo do Softbank Marcelo Claure, que foi designado pelos japoneses para tornar a empresa rentável. Claure, agora, ficará no conselho de administração.

O dinheiro levantado no IPO era necessário para continuar a operação, uma vez que a WeWork, que queima cerca de 700 milhões de dólares por trimestre, estava quase ficando sem caixa. A companhia mostrou em documentos para o IPO que teve prejuízo de 1,9 bilhão de dólares em 2018 (o dobro do que já havia sido perdido em 2017 e menor do que o próprio faturamento, de 1,8 bilhão de dólares em 2018).

O não-IPO do WeWork tornou-se uma das principais histórias de negócios em 2019 e também um sinal de alerta para o apetito global dos fundos de capital de risco. Os investimentos de fundos de capital de risco passaram de 36 bilhões de dólares em 2009 para 287 bilhões no ano passado, segundo dados da empresa de inteligência Pitchbook.

Todos estão à caça de um novo Google, Amazon ou Facebook, empresas que passam a valer 100 ou 500 bilhões de dólares ou até 1 trilhão de dólares. Enquanto isso, a vida real foi mais complexa: o Vision Fund, fundo do Softbank para financiar startups, teve prejuízo de 2 bilhões de dólares no quarto trimestre de 2019 e puxou para baixo o lucro de todo o Softbank, que caiu 92%.

O fundo esperava ganhar bilhões de dólares com o IPO da WeWork no ano passado. Agora, a reestruturação é essencial para que a empresa volte a ter confiança suficiente dos investidores para chegar à bolsa nos próximos anos. Ao contrário da missão de “elevar a consciência do mundo”, que a WeWork publicou em seu prospecto para o IPO, a real missão de Mathrani será elevar a última linha do balanço — reduzindo os prejuízos e mostrando um caminho mais claro rumo à lucratividade.

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