A iniciativa é liderada pelas gestoras Crescera Capital e Triaxis Capital, escolhidas pelo BNDES, instituição que encabeça a iniciativa (miodrag ignjatovic/Getty Images)
Repórter de Negócios
Publicado em 5 de julho de 2023 às 06h59.
Última atualização em 5 de julho de 2023 às 10h28.
A nova versão do fundo Criatec chega ao mercado nesta quarta-feira, 5, com a estimativa de investir R$ 350 milhões ao longo dos próximos 10 anos. Liderado pelas gestoras Crescera Capital e Triaxis Capital, escolhidas pelo BNDES, instituição que encabeça a iniciativa, o Criatec 4 procura por startups com faturamento bruto de até R$16 milhões e crescimento acelerado, com um ritmo de 70% ao ano.
A novidade nesta edição da série é a atenção às iniciativas ESG. O fundo vai priorizar startups que tenham compromisso com os três eixos da sigla e 50% das investidas precisam ter no centro da atuação a temática da sustentabilidade, considerando o impacto do negócio nos funcionários, comunidade e meio ambiente.
Na tese de investimentos, as gestoras esperam por startups que tratem de assuntos como cidades inteligentes, educação, empregabilidade. E ainda tecnologias verdes, tecnologias financeiras e cidadania. O programa prevê aportes em cerca de 30 startups, com desembolsos de até R$ 20 milhões. Os valores podem ser destinados a rodadas de capital semente a série A.
As startups com interesse em participar do processo de seleção podem acessar o site www.criatec4.com.br, previsto para entrar no ar nos próximos dias, ou solicitar informações pelas redes sociais do fundo, buscando por "fundo criatec 4".
A série Criatec foi criada em 2007 pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), com o intuito de fortalecer pequenas e médias empresas. Ao longo das três edições, o programa investiu quase R$ 500 milhões.
O novo Criatec é maior em termos de previsão de recursos, com 350 milhões - o terceiro contou com R$ 202,5 milhões. Do valor estimado, R$ 190 milhões já foram captados com investidores institucionais como Fapesp, BNB, Badesul, BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul) e AgeRio (Agência de Fomento do Estado do Rio). Uma segunda parte virá do próprio BNDES, com pode investir colocar um valor limite de até R$ 125 milhões.
O restante está em prospecção pelas gestoras com empresas de capital aberto, Corporate Venture Capital (CVCs), Family Offices, além de fundos de pensão e instituições financeiras. A previsão é de que os novos cotistas entrem em até 12 meses.
Para fazer o fundo acontecer, as gestoras Crescera e Triaxis apostam na experiência que tiveram no fundo 2, quando lideraram toda a operação. Lançado em 2013, o veículo investiu R$165 milhões em 35 startups distribuídas por 16 cidades de 10 estados, uma regionalização que também está no radar no Criatec 4.
Até agora, o fundo 2 obteve um retorno de R$320 milhões aos cotistas com a venda de nove das startups. E, com 16 ainda no portfólio, projeta ganhos de até até cinco vezes em relação a todo valor aportado. A Bling, adquirida pela Locaweb em 2021 por R$ 524 millhões, estava entre as investidas e gerou múltiplos de mais de 50 vezes.